JBRA Assisted Reproduction
ORAL AND POSTER PRESENTATIONS
doi: 10.5935/1518-0557.20130068
TL 01 - Vitrificação de folículo secundário isolado: uma nova opção para preservação de fertilidade em pacientes com câncer
Bulgarelli, D.L.; Ting, AY; Zelinski, MB.
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP. Brasil.
Objetivo: A criopreservação de tecido ovariano é uma opção válida para pacientes pré-púberes e em idade reprodutiva que necessitam de tratamento quimioterápico imediato. Porém, para pacientes com câncer de ovário, o transplante de tecido ovariano representa o risco de reimplante de células malignas para a paciente após o tratamento oncológico. Sendo assim, a criopreservação de folículo secundário isolado e o cultivo em sistema tridimensional (3D) surge como uma nova opção para preservação da fertilidade. O presente estudo propõe avaliar a qualidade de folículos secundários isolados criopreservados utilizando um protocolo de vitrificação com polímeros. Materiais e Métodos: Ovários foram obtidos de macaco rhesus adulto (n=3, 8-11 anos, ciclo normal), o cortex foi cortado em fragmentos de 1x1x0.5 mm3 e os folículos secundários foram isolados mecanicamente sem digestão enzimática. Os folículos foram incubados na solução de vitrificação contendo 25% glicerol, 25% etilenoglicol e 12.5% PXZ polímeros (P-1000 poli vinilpirrolodona, X-1000 alcool polivinílico e Z-1000 poliglicerol). Depois os folículos foram transferidos para palheta de 0.25ml, onde esta foi selada e estocada em nitrogênio líquido. No descongelamento, os folículos foram transferidos para Holding Media contendo 1M, 0.5M, 0,25M de sacarose por 3 min cada e 0M sacarose por 5 min. Folículos frescos e desvitrificados foram encapsulados em 0.25% de alginato e cultivados por 6 semanas a 5% de O2 em meio α MEM suplementado com FSH-r humano. Resultados: Após 6 semanas de cultivo, os folículos secundários desvitrificados apresentaram similar taxa de sobrevida (45±7.2%) comparado com o grupo fresco (55±6.7%) (p>0.05). O diâmetro folicular não apresentou diferença significativa entre o grupo vitrificado (362µm) e fresco (415µm) após 6 semanas de cultivo (p>0.05). Não houve diferença na taxa de formação de antro no grupo vitrificado em relação ao fresco (62%, 81%, respectivamente; p>0.05). Conclusão: Folículos secundários isolados vitrificados com polímeros foram capazes de sobreviver, crescer e formar antro em sistema de cultivo tridimensional por longo período. Assim, a criopreservação de folículos secundários isolados através do protocolo de viritricação com polímeros é um novo e promissor método de escolha para preservação da fertilidade de pacientes que necessitam de tratamento oncológico imediato.
TL 02 - Identificação de processos biológicos em fluído folicular de pacientes com síndrome dos ovários policísticos através de abordagem proteômica
Bonetti, T.C.S.; Riboldi, M; Domingues, T; Barros, B; Motta, ELA; Silva, IDCG
Departamento de Ginecologia - Universidade Federal de São Paulo
tbonetti@unifesp.br
Objetivo: A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma disfunção metabólica comum em mulheres em idade fértil, sendo a causa mais comum de infertilidade anovulatória. Apesar das pacientes com SOP responderem ao estímulo ovariano com grande número de oócitos, os resultados de gestação clínica são prejudicados e os mecanismos envolvidos não estão totalmente esclarecidos. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil proteômico do fluído folicular (FF) de pacientes inférteis com SOP comparado a pacientes férteis submetidas a ciclos de ICSI. Materiais e Métodos: Estudo coorte prospectivo avaliou amostras de FF de pacientes inférteis apresentando SOP (n=8) e férteis doadoras de oócitos (OD; n=9). As pacientes receberam bloqueio hipofisário (agonista de GnRH), estimulação ovariana (rFSH, Gonal-F®, Serono) e maturação folicular final (rhCG, Ovidrel®, Serono). O FF do maior folículo foi coletado separadamente e as amostras foram agrupadas perfazendo duas réplicas biológicas para cada grupo, as quais foram preparadas por depleção de albumina/IgG, tripsnização e dessalinização. Os peptídeos foram fracionados por nanocromatografia líquida por troca catiônica forte (nLC/SCX) e em seguida analisada on-line por micro-spray de elétrons com armadilha ionica linar (LTQ-XL). Os resultados foram confrontados com banco de dados UniProt humano, validados considerando 2% de falso positivo (Scaffold 3.6) e analisados por bioinformática (MetaCore, Thomson Reuters). Resultados: Foram identificadas 92 proteínas e processos biológicos mais expressos através da ontologia gênica (Gene Ontology – GO). As vias ativação do complemento e coagulação foram as mais expressas em ambos os grupos. Entretanto, baseado nas proteínas identificadas em cada grupo, a rede de sinalização da interleucina 6 (IL-6) apresentou-se ativada no grupo DO, mas não no grupo SOP. Conclusão: Poucos estudos mostram a relação entre IL-6 e sucesso nos ciclos de ICSI; entretanto, sugere-se uma relação positiva entre IL-6 intra-folicular e sucesso de gestação. Os achados neste estudo demonstram uma possível diminuição da expressão da via de ativação da IL-6 em paciente com SOP, o que pode ser um dos fatores envolvidos nos piores resultados nos ciclos de ICSI destas pacientes. Este estudo consiste de uma analise ampla e inicial, a qual deve ser continuada a fim de confirmar e validar os resultados.
TL 03 - Exploração simultânea de aneuploidia e doenças monogênicas pela eletroforese capilar e triagem completa do cromossomo
Pagani, R.L.P.; Prates, R.P.; Fischer, J.F.; Jaroudi, S.J.; Munné, S.M.
Reprogenetics Brasil
rodrigopagani@uol.com.br
Objetivo: avaliar o método de triagem concomitante para aneuploidia dos 24 cromossomos e doenças monogênicas (Single Gene Disorders – SGD) em biopsias realizadas no trofectoderma. Materiais e Métodos: Os marcadores de polimorfismo foram escolhidos com base na informação de cada cônjuge. Estes marcadores foram otimizados de forma a permitir simultaneamente a amplificação por PCR para os sítios de polimorfismos e/ou análise de mutação de SGD bem como para toda a amplificação do genoma para detecção de aneuploidia. As biópsias do trofoectoderma foram realizadas no dia 5, 6 ou 7 e os protocolos foram realizados num grupo de quarenta e quatro pacientes sendo vinte e cinco casos SGD únicas. Uma reanálise foi realizada em vinte e cinco embriões anormais usando o aCGH padrão e o PCR posteriormente. Resultados: Neste estudo, 329 amostras de blastocistos foram testadas com 91.8% dos embriões com resultados completos para SGD e aCGH. Desses embriões com resultados completos, 18.9% eram normais ou portadores de uma SGD e euploide. Em contraste, se o teste tivesse sido realizado apenas para SGD, 49.7% das amostras testadas estariam disponíveis para a transferência, mas 62% teria sido aneuploide. Reanálise dos casos de SGD e aCGH revelou uma taxa de erro de 0%. Conclusões: A análise simultânea de SGD e aCGH para 24 cromossomos permite a detecção de distúrbios genéticos e aneuploidia. Dados preliminares mostraram melhora nas taxas de implantação quando comparados aos casos de PGD sem aCGH. Este teste combinado minimiza o risco de aborto devido a anormalidades cromossômicas.
TL 04 - Correlação entre as taxas de gravidez e polimorfismo no gene fator inibidor de leucemia (lif) na população de casais
Oliveira, J.B.A.; Petersen, C.G.; Vagnini, L.D.; Mauri, A.L.; Baruffi, R.L.R.; Franco Jr., J.G.
Centro de Reprodução Humana Professor Franco Jr. / Centro Paulista de Diagnóstico e Pesquisa
Objetivo: Analisar a possível associação entre as taxas de gravidez e o polimorfismo timina (T)/guanina (G) (rs929271) no gene LIF em casais e seus embriões após FIV/ICSI em uma população com falha recorrente de implantação (RIF). Material e Métodos: Para o estudo foram recrutados 86 casais com RIF definida como mais de 4 embriões clivados transferidos e mínimo de duas transferências embrionárias. Os resultados cumulativos de ciclos frescos e congelados foram analisados. O DNA foi extraído do sangue periférico e o polimorfismo de nucleotídeo único T/G (rs929271) do gene LIF foi genotipado por PCR em tempo real utilizando TaqMan Universal PCR Master Mix e TaqMan SNP genotyping assay. A análise foi realizada através do teste exato de Fisher, teste t-Student e teste de Mann-Whitney onde P<0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: Dos 86 casais com RIF, 17 (20%) apresentavam genótipo T/TxT/T (grupo A), podendo assim ter embriões somente com genótipo T/T, e 69 (80%) apresentavam genótipos G/GxG/G, T/GxG/G, T/TxG/G, T/GxT/G, T/TxT/G (grupo B) podendo assim ter embriões com os diferentes genótipos. Dos vários parâmetros analisados não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos: taxa implantação (10,6% grupo A x 15,6% grupo B), taxa de gravidez clínica/paciente (41,2% grupo A x 40,6% grupo B), taxa aborto (28,6% grupo A x 21,4% grupo B), taxa de gravidez em andamento/paciente (29,4% grupo A x 31,9% grupo B), transferência embrionária (1,6±1,0 grupo A x 1,5±0,9 grupo B), idade (anos) mulher (38,5±4,2 grupo A x 36,4±4,1 grupo B) e idade (anos) homem (43,1±7,1 grupo A x 39,7±5,3 grupo B). Conclusões: No presente estudo não se observou uma associação entre os genótipos dos embriões e as taxas de implantação e gravidez após FIV/ICSI em casais com RIF, embora uma associação entre o polimorfismo T/G (rs929271) no gene LIF e a fertilidade humana já tenha sido relatada, sendo o melhor prognóstico associado ao genótipo LIF T/T. Devido a fatores éticos, foi utilizada uma investigação não-invasiva para analisar os possíveis genótipos dos embriões a partir dos genótipos dos casais. A combinação dos genótipos do casal não pode servir como um fator preditivo para alcançar a gravidez.
TL 05 - Relação entre o polimorfismo no gene do fator inibidor de leucemia (lif) e fatores etiopatogênicos de dano no dna espermático
Vagnini, L.D.; Petersen, C.G.; Mauri, A.L.; Oliveira, J.B.A.; Baruffi, R.L.R.; Franco Jr., J.G.
Centro Paulista de Diagnóstico e Pesquisa
Objetivo: Analisar a possível correlação entre o polimorfismo de nucleotídeo único (single nucleotide polymorphism) timina (T) / guanina (G) (rs929271) no gene LIF e fatores etiopatogênicos de dano no DNA espermático. Material e Métodos: No total foram incluídos no estudo 177 homens. O DNA foi extraído a partir do sangue periférico e o polimorfismo T/G (rs929271) no gene LIF foi genotipado por PCR em tempo real usando TaqMan Universal PCR Master Mix e TaqMan SNP genotyping assay. Em cada amostra de sêmen (uma por indivíduo) foram analisados pelo menos 200 espermatozoides quanto a: 1) fragmentação do DNA utilizando o teste de TUNEL; 2) protaminação da cromatina utilizando Cromomicina A3; 3) apoptose precoce utilizando anexina-V e 4) dano mitocondrial utilizando os testes MitoTracker e JC1. Esses resultados foram expressos em porcentagem de espermatozoides. Todas as análises foram realizadas utilizando teste Chi-quadrado, onde P <0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: Os indivíduos apresentando o alelo G em seu genótipo demonstraram porcentagens mais elevadas de espermatozoides com protaminação anormal. Os pacientes com genótipo T/T apresentaram 51±17,2% de protaminação anormal, enquanto que os pacientes com genótipo T/G e G/G apresentaram uma protaminação anormal de 57,8±15,3% e 58,5±15,1% respectivamente. Esse aumento na porcentagem da protaminação anormal na presença do alelo G foi estatisticamente significativo (P=0,03). Por outro lado, não houve associação entre os genótipos ou alelos do gene LIF e a fragmentação do DNA, a apoptose precoce e o dano mitocondrial em espermatozoides. Conclusão: Os resultados indicam que o polimorfismo T/G (rs929271) do gene LIF está relacionado com a protaminação do esperma, sendo os piores resultados associados com o alelo G. Contudo, investigações adicionais devem ser realizadas para confirmar estes resultados e determinar as suas implicações clínicas.
TL 06 - Células-tronco adultas no tratamento de falência ovariana causada por cisplatina em camundongas
Terraciano, P.B.; Paz, A.H.R; Durli, I.C.L.O; Rapetto, R.; Cirne- Lima, E.O; Passos, E.P.
Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Objetivo: analisar o efeito do transplante intra ovariano de células-tronco adiposo derivadas (ADSC), células tronco ovarianas (OSC) e células de macerado de ovário na falência ovariana induzida pela cisplatina em camundongas. Material e Métodos: Quarenta e oito camundongas com 8 semanas foram injetadas intraperitonealmente com 7,5 mg/kg de cisplatina para a indução de falência ovariana. Como doadoras de células foram utilizadas camundongas C57Bl6 GFP+. Para a realização do transplante os animais foram divididos em quatro grupos (n=6): controle (injeção de PBS), injeção intra ovariana de ADSC (isoladas e caracterizadas), injeção intra ovariana de OSC (separadas imunomagnéticamente) e injeção intra ovariana de suspensão de macerado de ovário. Para os transplantes celulares os animais dos grupos ADSC, suspensão de ovário ou OSC receberam 1x104 células em 5 µl de solução salina e o grupo controle recebeu o mesmo volume de solução salina. A cirurgia foi realizada com a utilização de um microscópio cirúrgico para a exposição do ovário e a injeção das células foi feita por um dispositivo com agulha gengival 30G a uma seringa Hamilton por um cateter de anestesia epidural. Sete ou quatorze dias após o transplante os animas foram eutanasiados e os ovários coletados foram armazenados em formol para a realização das avaliações histológicas. Foi realizada regressão logística para estimar a probabilidade de folículos viáveis nos cortes histológicos. Resultados: As análises histológicas mostraram que o transplante de ADSC (43%), OSC (71%) e suspensão de ovário (48%) aumenta a probabilidade de folículos viáveis em relação ao controle (24%) sem tratamento com eutanásia em 7 dias (p≤0,05). Nos grupos eutanasiados 14 dias pós transplante foi observada uma tendência a melhor recuperação nos animais do grupo OSC (72%) em comparação ao grupo controle (50%) e aos demais grupos, entretanto esta diferença não foi significativa. O rastreamento celular mostrou células GFP + 7 dias pós-transplante nos animais do grupo ADSC. Conclusão: Os dados sugerem que o transplante intra ovariano de OSC aumenta a probabilidade de folículos viáveis em camundongas com falência ovariana induzida por cisplatina.
TL 07 - Adesão da massa celular interna e derivação de células-tronco embrionárias a partir de blastocistos partenotes em matrizes quimicamente definidas
Bos Mikich, A.; Ruggeri, R.R.; Bressan, F.F.; Frantz, N.; Siqueira, N.M.; Soares, R.M.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Objetivos: Desde a criação da primeira linhagem de células-tronco embrionárias humanas (hCTE) utilizando células vivas como substrato nutridor e mantenedor das colônias, pesquisas vem sendo desenvolvidas com a finalidade de eliminar componentes de origem animal ou indefinidos dos sistemas de derivação e cultivo. Matrizes formadas por polímeros quimicamente definidos e meios de cultivo livres de componentes animais vêm sendo testados, mas ainda sem atingir o objetivo de gerar uma linhagem de hCTE totalmente livres de componentes indefinidos. O objetivo do presente estudo foi testar combinações de nanofibras de gelatina criadas no Instituto de Química da UFRGS, suplementadas ou não com galactomanana, para a derivação e criação de colônias de CTEs a partir de embriões pertenotes. Material e métodos: Embriões partenogenéticos bovinos foram criados a partir da exposição de oócitos maturados in vitro à ionomicina e 6-DMAP. Zigotos foram cultivados em meio CR4 até 196 hrs pós-ativação. Massas celulares internas (ICM) foram isoladas dos blastocistos com seringas de insulina e depositadas sobre matrizes puras ou suplementadas com 0.1, 0.3 ou 0.5% de galactomanana. Como controle de citotoxicidade, células do cumulus oophorus foram depositadas nas matrizes e cultivadas por 48hrs. Após cultivo os sistemas foram fixados e corados para análise microscópica. Resultados: Os géis de nanofibras de colágeno suplementados com galactomanana favoreceram a aderência das células da ICM, mas observamos uma única expansão e formação inicial de uma colônia de CTE em um substrato de gel puro. Análises microscópicas dos géis acrescidos de células do cumulus mostraram padrões bem definidos de células: células com contornos estrelados indicativo de adesão e migração celular no substrato e células redondas e com núcleos heteropicnóticos típicos de células do cumulus viáveis. Até mesmo um tapete celulare entremeado com as nanofibras foi observado. Foram também observadas figuras de mitose uma clara evidência de proliferação celular. Conclusão: Nossos resultados permitem-nos afirmar que os polímeros utilizados para derivação e cultivo de CTE bovinas não são tóxicos e favorecem a proliferação de células do cumulus, mas necessitam aprimoramentos para aumentar a taxa de derivação e expansão de células embrionárias indiferenciadas.
TL 08 - Ultrassonografia transvaginal após preparo intestinal (ustvspi) com contagem de folículos antrais (cfa) e volume ovariano (vov) para avaliação da reserva ovariana no pré e pós-operatório de mulheres inférteis portadoras de endometriomas (omas) e endometriose profunda infiltrativa (epi)
Chamié, L.P.; Ribeiro, D.M.; Pereira, R.M.A.; Padilla, C.G.; Motta, E.L.A.; Serafini, P.C.
Chamié Imagem da Mulher
Objetivo: Avaliar a reserva ovariana no pré e pós-operatório de laparoscopia cirúrgica (LSC) com ressecção de OMAS e EPI de mulheres inférteis através da CFA, VOv e do número de OMAS por ovário. Materiais e Métodos: Estudo prospectivo observacional realizado entre 08/2010-05/2013. 1483 mulheres foram estudadas conforme as recomendações do Comitê da ASRM incluindo USTVSPI, com sensibilidade>85% e especificidade>90% para diagnóstico de EPI e OMAS. O VOv foi calculado através da fórmula da elipsoide. O diâmetro médio dos folículos antrais foi obtido pela mensuração das 2 maiores medidas; e folículos com 2-10 mm diâmetro médio considerados. As ressecções cirúrgicas de EPI e dos OMAS foram realizadas por 2 experientes cirurgiões pélvicos. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o teste pareado de Wilcoxon e dados considerados significantes p<0,05. Resultados: Das 1483 mulheres, 345 (23.3%) preencheram os critérios de indicação cirúrgica para tratamento da EPI diagnosticada pelo USTVPI. Destas, 106 (7.1%) mulheres foram operadas e 96 (6.5%) realizaram o exame de USTVPI pós-operatório durante intervalo de 3-6 meses sendo esta a população final estudada. O volume pré e pós-LSC do ovário direito (OD) e ovário esquerdo (OE) foi 10,3±13,3 vs. 9,4±5,8 (IC95%: -1,8; 3,5; p=0,514) e 7,0±5,5 vs.12,6±16,1 (IC95%: -8,9; -2,2; p=0,002), respectivamente. O numero de mulheres com OMAS pré LSC foi 19 (19,8%) no OD e 22 (24,2%) no OE. A média de OMAS nos OD e OE pré LSC foi de 1,7±1 e 1,4±0,6 e 1,6±0,7 por paciente. Após LSC, os OMAS persistiram em apenas 3 mulheres no OD (3,1%, p <0,01) e 5 no OE (5,5%, p<0,01). A CFA no OD e OE foi de 7,6±4,0 e 6,8±4,2 antes da LSC (p=0,985) e após LSC de 7,5±4,5 e 6,9±4,3 (p=0,871), respectivamente. Aderências firmes limitavam a mobilidade do OD e do OE em 48% e 61% das mulheres foram reduzidas para 17% (p<0,001) e 23% (p<0,001). Conclusões: A USTVPI no pré e pós-operatório de LSC para endometriose ovariana e profunda demonstrou ser uma ferramenta útil na avaliação da reserva ovariana e prognóstico de fertilidade. A combinação de técnicas cirúrgicas minimamente invasivas minimizou o dano ovariano destas mulheres mantendo VOv e CFA.
TL 09 - Uma análise dos resultados da triagem genética de portadores para 1.000 Amostras clínicas: a importância da classificação das doenças transparente
Pagani, R.L.P.; Bisignano, A.B.; Kumar, N.K.; Rodriguez, S.R.; Prates, R.P.; Munné, S.M.
Reprogenetics Brasil
Introdução: Avanços em genômica permitem uma triagem de portador expandida, customizável e com alto custo-benefício. O Colégio Americano de Genética Médica (ACMG) recomenda que o fenótipo, a penetrância e idade de início dos sintomas devam ser considerados na seleção de doenças para a serem inclusas. Com base em resultados de triagem de portadores para 1.000 amostras clínicas, as doenças inclusas foram classificadas de acordo com esses fatores, com o objetivo de melhorar a transparência, os resultados e a orientação do paciente. Material e métodos: O Painel de Triagem de Portadores da Recombine testa 978 mutações associadas com 181 doenças recessivas. Doenças foram classificadas em dois grupos: de alto impacto (efeito significativo na qualidade / reduzida expectativa de vida) e espectro variável (fenótipos menos graves / baixa penetrância). O consentimento informado para utilizar os dados foi obtido de todos os pacientes. Resultados: Da amostra total, 39.9% dos indivíduos eram heterozigotos para pelo menos uma condição de alto impacto. O mais comum é a Febre Familiar do Mediterrâneo (5.9%), com uma freqüência de portador de 1 em 17. Isto foi seguido por Deficiência de Biotinidase (5.3%), Perda Auditiva e Surdez Não Sindrômica (4,9%), Doença Renal Policística Autossômica Recessiva (3.4%), Fibrose Cística (3.2%), Doença de Armazenamento do Glicogênio Tipo II (1.2%) e Alpha-Talassemia (1.2%). Em contraste, 98.9% dos indivíduos eram heterozigotos para pelo menos um espectro variável de estado. O mais comum é a Deficiência de MTHFR (53.3%, 1:2), seguido por Hemocromatose Tipo 1: HFE relacionadas (24.1%), Deficiência da Monofosfato de Adenosina Desaminase (15.3%), Galactosemia de Duarte (13.8%), Deficiência de Fator V (9.9% ), Febre Familiar do Mediterrâneo: forma leve (9.8%) e Hiperplasia Adrenal Congênita Não Clássica (9.8%). Conclusões: Com o painel completo, ~ 99% dos pacientes têm pelo menos uma mutação. Considerando-se apenas as doenças de alto impacto, ~ 40% dos pacientes têm pelo menos uma mutação. Inclusão de distúrbios leves podem criar ansiedade e preocupações logísticas para pacientes e médicos. Essa ansiedade pode ser tratada e reduzida com aconselhamento pós-teste genético, empregando a transparência sobre as diferenças de gravidade entre as doenças de alto impacto e as de espectro variáveis.
TL 10 - Determinação da taxa de erro via hibridização genômica comparativa no diagnóstico genético pré-implantacional em blastocistos
Pagani, R.L.P.; Colls, P.C.; Prates, R.P.; Munné, S.M.
Reprogenetics Brasil
Objetivo: Determinar a taxa de erro de hibridização genômica comparativa (aCGH) em Diagnóstico Genético Pré-Implantacional (DPI) de blastocistos. Materiais e Métodos: Os blastocistos previamente diagnosticados como anormais através DPI / aCGH foram reanalisados por FISH para cromossomos X, Y, 8,13,14,15,16,17,18,20,21,22. Mais testes FISH foram realizados sempre que necessário para os cromossomos adicionais considerados anormais pela análise aCGH originais. No total, 40 blastocistos de 16 ciclos de DPI foram analisados. Em média, foram analisadas 19 células por blastocisto. Resultados: 31 (77.5%) do blastocistos reanalisados mostrou pelo menos uma concordância com uma das anomalias detectadas por aCGH. Mosaicismo foi detectada em 7 dos blastocistos (17.5%), onde 30% das células analisadas apresentaram a anomalia detectada por aCGH e o resto das células, sendo normal. O resultado obtido para um (2.5%) dos blastocistos mostrou outras anormalidades do que as detectadas pelo aCGH e também, em 1 (2.5%) dos blastocistos, o FISH não detectou a anormalidade encontrada pelo aCGH. Em resumo, a taxa de concordância de diagnóstico entre os dois métodos foi calculada como sendo de 97.5%, com ambos os métodos de determinação da 39/40 embriões anormais. Um embrião foi diagnostico como euploide por FISH, enquanto que ele tinha sido inicialmente diagnosticado como aneuploide por aCGH (monossomia 11), resultando numa taxa de erro de 2.5%. Conclusões: Utilização de aCGH para executar DPI no estádio de blastocisto foi considerado altamente preciso. Observou-se uma taxa de erro baixa (2.5%), semelhante ao observado no dia-3 de análise e que a obtida com a FISH. Desempenho do DPI no dia-5 tem várias vantagens sobre o DPI no dia-3. Em geral, a biópsia é menos prejudicial para o embrião no dia 5, melhores taxas de gravidez são obtidas, enquanto que, a taxa de mosaicismo é consideravelmente reduzida, embora não seja completamente removida (17.5%).
TL 11 - Eficiência da criopreservação de embriões através da vitrificação em haste
Salvador, R.A.; Amaral, V.L.L.
UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí
Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a eficiência da criopreservação de embriões murinos através da vitrificação em haste. Materiais e métodos: Embriões de camundongo no estágio de 2 células (n= 1.503, grupo teste) foram expostos à solução de equilíbrio VI-I (Ingámed®) por 12 minutos, transferidos para a solução de vitrificação VI-II (Ingámed®) e envasados em hastes de vitrificação (Vitri - Ingá, Ingámed®). O excesso da solução crioprotetora foi removido com o auxílio de pipeta Pasteur de vidro estirada e as hastes foram submersas diretamente em nitrogênio líquido. O tempo decorrido entre a exposição à solução VI-II (Ingámed®) e a imersão em nitrogênio líquido não excedeu 60 segundos. O aquecimento dos embriões foi realizado mergulhando as hastes diretamente em solução DV-I (Ingámed®) previamente aquecida a 37ºC, onde permaneceram por 1 minuto antes de serem transferidos para a solução DV-II (Ingámed®). Após 3 minutos foram lavados 2 vezes na solução DV-III (Ingámed®), por 5 minutos cada. Os embriões foram cultivados em placas de poliestireno (15x35mm, Ingámed®), em gotas de 30µL de meio global® (Life Global®) ou SSM (Single Step Medium - Irvine TM), suplementados com 10% de soro SSS (Serum Substitute Supplement - Irvine ScientificTM), previamente gaseificadas e cobertas com óleo mineral. O cultivo foi realizado em incubadora Thermo modelo 3110, com temperatura de 37ºC e 5% de CO2 e o desenvolvimento embrionário foi avaliado até o estágio de blastocisto expandido. Um grupo controle (n=503, embriões não criopreservados) foi mantido em condições de cultivo idênticas às do grupo teste. Resultados: No grupo teste as taxas de sobrevivência embrionária e de blastocisto foram, respectivamente, de 98% (1.476/1.503) e 96% (1.417/1.476). Para o grupo controle foi observada uma taxa de blastocistos de 97% (487/503). Para ambos os grupos não foram observadas diferenças significativas entre o cultivo em meio global® (97%, 292/302) ou SSMTM (97%, 195/201). Conclusões: Os resultados deste estudo demonstram que a vitrificação em haste garantem a integridade e viabilidade de embriões no estágio de 2 células criopreservados através desta técnica.
TL 12 - Comparação entre polimorfismo no códon 72 do gene TP53 e os níveis de hormônio anti-mülleriano para predizer a má resposta ovariana
Oliveira, J.B.A.; Petersen, C.G.; Vagnini, L.D.; Mauri, A.L.; Baruffi, R.L.R.; Franco Jr., J.G.
Centro de Reprodução Humana Professor Franco Jr. / Centro Paulista de Diagnóstico e Pesquisa
Objetivo: O hormônio anti-mülleriano (AMH) é uma ferramenta confiável para predizer a má resposta ovariana (POR). Recentemente, a análise de polimorfismos no códon 72 (arginina [Arg] ou prolina [Pro]) do gene TP53 foi sugerida como uma ferramenta preditiva para POR. As mulheres com o genótipo Arg/Arg são significativamente menos propensas a POR do que aquelas Arg/Pro e Pro/Pro. Por outro lado, as pacientes Arg/Arg são significativamente mais propensas a uma aumentada resposta ovariana em comparação com as pacientes Arg/Pro ou Pro/Pro. O objetivo deste estudo foi determinar se a triagem genética do polimorfismo do TP53 códon 72 é tão útil quanto o nível de AMH para predizer POR. Material e Métodos: Um total de 103 mulheres inférteis submetidas a estimulação ovariana controlada foram incluídas no estudo. As pacientes que coletaram ≤3 oócitos foram definidas como POR. O DNA das participantes foi extraído de sangue periférico. O polimorfismo Arg/Pro (rs1042522) no códon 72 do gene TP53 foi genotipado por PCR em tempo real utilizando TaqMan SNP genotyping assays. O AMH foi mensurado utilizando imunoensaio de 2 sítios enzimaticamente amplificados. Os dados foram analisados usando-se o teste exato de Fisher e regressão logística. Resultados: Polimorfismos (Arg/Arg x Arg/Pro + Pro/Pro) no gene TP53 códon 72 tiveram uma eficácia de 0.54 na identificação de POR (sensibilidade: 0.66, especificidade: 0.43, valor preditivo positivo [PPV]: 0.20, valor preditivo negativo [NPV]: 0.86 e razão de probabilidade [LR]: 1.18). O teste exato de Fisher não foi significativo (P=0.60). O AMH (corte: ≤0,2 ng/ml para POR) teve uma eficácia de 0.73 na identificação de POR (sensibilidade: 0.50, especificidade: 0.97, PPV: 0.81, NPV: 0.90 e LR: 21.2). O teste exato de Fisher foi estatisticamente significativo (P<0.0001). A regressão logística revelou uma correlação significativa (P=0.0068) entre POR e AMH (odds ratio [OR]=2.15, 95% CI=1.23-3.75). Polimorfismos no gene TP53 códon 72 não foram significativamente correlacionados com POR (OR= 0.57, 95% CI=0.19-1.65, P=0.30). Conclusões: Os resultados mostraram que os níveis de AMH foram mais eficazes do que o polimorfismo no códon 72 do gene TP53 para predizer POR. Assim, concluímos que esse polimorfismo não é um marcador genético promissor para POR.
TL 13 - Testosterona promove a sobrevivência e o crescimento de folículos pré-antrais de primatas cultivados individualmente in vitro em matrix tridimensional
Rodrigues, J.K.; Xu, J.; Yeoman, R.R.; Navarro, P.A.; Zelinski, M.B.; Stouffer, R.L.
Oregon National Primate Research Center, Oregon Health & Sciences University; FMRP/USP; Pró-Criar
jhenifer.rodrigues@procriar.com.br
Objetivo: Considerando a grande relevância da otimização da maturação folicular in vitro (MFIV), objetivamos avaliar o papel da testosterona (T) durante o desenvolvimento folicular precoce em primatas. Material e métodos: Folículos secundários (100 folículos/grupo) de macaco rhesus (N = 4), foram encapsulados em alginato e cultivados durante 40 dias em αMEM suplementado com insulina e FSH, divididos nos grupos controle (veículo), trilostano (TRL, inibidor da 3β hidroxiesteróide desidrogenase, 250 ng/ml), T baixa (10 ng/ml + TRL 250 ng/ml) e T alta (50 ng/ml + TRL 250 ng/ml), acrescidos ao meio de MFIV desde o início do cultivo. A sobrevida, o crescimento, a formação de antro e a produção de estradiol foram monitorados semanalmente. Oócitos foram coletados de folículos antrais ao final do cultivo, 34 horas após a adição de hCG. Resultados: A exposição ao TRL reduziu significativamente a sobrevida, o crescimento e a formação de antro folicular. A co-administração de baixa ou alta dose de T ao TRL aumentou a sobrevida dos folículos (52 e 65%) em comparação com TRL (25%, p = 0,09), similar ao controle (52%). O diâmetro folicular nos grupos T baixa e alta (568 e 466 µm) foi maior que no TRL na semana 4 (330 µm, p <0,05) e similar ao controle (501 µm). A maioria dos folículos controle e T baixa ou alta dose apresentaram formação de antro. Os níveis de estradiol foram maiores no grupo T alta (26.413 pg/ml) e T baixa (4.894 pg/ml), comparados ao TRL (215 pg/ml) e controle (1.299 pg/ml). Recuperamos mais oócitos saudáveis nos grupos T baixa, T alta e controle (95, 100 e 88%, respectivamente) em comparação ao TRL (50%, p = 0,06). Oócitos em metáfase II foram coletados a partir de folículos tratados com T e controles, mas não a partir do grupo TRL. Conclusões: A testosterona age localmente na promoção da sobrevivência e do desenvolvimento in vitro de folículos pré-antrais e na maturação oocitária de primatas. Estudos avaliando a dose ótima e o momento ideal de adição de testosterona aos meios de MFIV de primatas são necessários para melhorar os sistemas de cultivo folicular.
TL 14 - A influência da obesidade sobre o dano mitocondrial espermático
Petersen, C.G.; Vagnini, L.D.; Mauri, A.L.; Oliveira, J.B.A.; Baruffi, R.L.R.; Franco Jr., J.G.
Centro de Reprodução Humana Professor Franco Jr. / Centro Paulista de Diagnóstico e Pesquisa
Objetivo: Verificar uma possível associação entre o índice de massa corporal (IMC) com a qualidade funcional dos espermatozoides. Material e Métodos: Amostras de sêmen foram obtidas de 817 homens. A análise do sêmen foi realizada utilizando os critérios da OMS e a morfologia foi avaliada de acordo com o método MSOME (motile sperm organelle morphology examination). Em cada amostra de sêmen (uma por indivíduo) foram analisados pelo menos 200 espermatozoides quanto a: 1) fragmentação do DNA (TUNEL), 2) protaminação da cromatina (Cromomicina A3), 3) dano mitocondrial (MitoTracker Green) e 4) apoptose precoce (Anexina-V). Os seguintes valores de IMC foram utilizados como pontos de corte: <25 kg/m2, entre 25 e 30 kg/m2 e ≥30 kg/m2. As análises foram realizadas através da correlação de Spearman, testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Resultados: Através dos testes realizados foi possível observar um comprometimento significativo de parâmetros funcionais (dano mitocondrial e motilidade), assim como um declínio na concentração dos espermatozoides com o aumento do IMC. Na análise seminal do grupo com IMC <25 kg/m2, a concentração foi de 72,4±46,4 milhões/ml, e dos espermatozoides observados, foram encontrados 22,6±16,1% com dano mitocondrial e 68,1±13,2% com motilidade. Os parâmetros seminais encontrados no grupo com IMC entre 25 e 30 kg/m2 foram: concentração de 66,2±38 milhões/ml, dano mitocondrial em 24,2±14,9% dos espermatozoides e motilidade em 67,9±12,3%. O grupo com IMC ≥30 kg/m2 apresentou uma concentração de 58,9±40,2 milhões/ml, dano mitocondrial em 28,3±17,5% dos espermatozoides e motilidade em 65,5±12,8%. Esses achados foram estatisticamente significantes (P<0,05). Por outro lado, não houve associação entre o IMC e a fragmentação do DNA, a protaminação, a apoptose precoce e a porcentagem de espermatozoides normais. Conclusão: O aumento do IMC nos homens está associado com uma menor concentração de espermatozoides no ejaculado, maior taxa de dano mitocondrial e reduzida motilidade. Em decorrência das consequências adversas da obesidade e das alterações no esperma aqui apresentadas, os benefícios da redução do IMC devem ser considerados quando do aconselhamento de casais interessados em tratamentos de fertilidade.
TL 15 - Associação entre o polimorfismo de nucleotídeo único no gene do fator de crescimento endotelial vascular (vegf) e fatores etiopatogênicos de dano no dna espermático
Vagnini, L.D.; Petersen, C.G.; Mauri, A.L.; Oliveira, J.B.A.; Baruffi, R.L.R.; Franco Jr., J.G.
Centro Paulista de Diagnóstico e Pesquisa.
Objetivo: Analisar possível correlação entre o polimorfismo -1154 guanina (G) ⁄ adenina (A) no gene VEGF com fatores etiopatogênicos de dano no DNA de espermatozoides. Material e Métodos: No total, 177 homens foram incluídos no estudo. Para a avaliação do polimorfismo -1154G/A no gene VEGF foi utilizado o DNA extraído de sangue periférico, e a genotipagem foi realizada através de PCR em tempo real utilizando os ensaios TaqMan para genotipagem de SNPs. Os espermatozoides foram avaliados segundo: 1) a fragmentação do DNA, utilizando o teste TUNEL; 2) protaminação da cromatina, utilizando Cromomicina A3 (CMA3); 3) a taxa de apoptose precoce, utilizando anexina-V e 4) o dano mitocondrial, utilizando MitoTracker e JC1. Em cada amostra de sêmen (uma por indivíduo), pelo menos 200 espermatozoides foram analisados em cada teste. Os dados foram avaliados utilizando o teste Chi-quadrado, onde P <0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: Os indivíduos com alelo A em seu genótipo apresentaram maiores taxas de espermatozoides em apoptose precoce. Os pacientes com genótipo G/G apresentaram 18,3±5,4% de apoptose precoce, enquanto em pacientes com genótipo G/A+A/A a taxa foi de 20,8±7,1%. Esse aumento na porcentagem de apoptose precoce na presença do alelo A foi estatisticamente significativo (P=0,04). Por outro lado, não houve associação dos genótipos ou alelos do gene VEGF com fragmentação do DNA, protaminação ou dano mitocondrial em espermatozoides. Conclusão: Os resultados demonstraram associação entre o polimorfismo -1154G/A no gene VEGF com as taxas de apoptose nos espermatozoides, sendo que as maiores taxas de apoptose foram associadas ao alelo A. Os demais testes não demonstraram associação com o polimorfismo. Investigações adicionais devem ser realizadas para confirmar estes resultados e determinar as suas implicações clínicas.
TL 16 - Capacidade antioxidante total no fluido folicular de pacientes inférteis submetidas a icsi: possível preditor de gestação clínica
da Broi, M.G.; Andrade, A.Z.; Rodrigues, J.K.; Paz, C.C.P.; Jordão Jr, A.A.; Navarro, P.A.A.
Setor de Reprodução Humana, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, FMRP-USP
Objetivo: O estresse oxidativo (EO) no microambiente folicular pode estar envolvido na infertilidade feminina, mediando o comprometimento da qualidade oocitária. É incerto se mulheres com fator tubário e/ou masculino (FTM) de infertilidade, nas quais não se espera comprometimento da qualidade oocitária, apresentam EO no fluido folicular (FF) após estimulação ovariana controlada (EOC). Por outro lado, questionamos se a presença de EO no FF destas mulheres pode estar relacionada a piores taxas de gestação. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar os níveis de cinco marcadores de EO no FF de pacientes com FTM de infertilidade submetidas à EOC para ICSI e sua relação com a ocorrência de gestação clínica (GC). Material e métodos: Trinta e quatro pacientes com infertilidade por FTM submetidas à EOC para ICSI, com idade inferior a 38 anos, foram incluídas no estudo. Amostras de FF livres de contaminação sanguínea foram coletadas no dia da captação oocitária para determinação dos níveis totais de hidroperóxidos (FOX1), glutationa (GSH), capacidade antioxidante total (CAT), malondialdeído (MDA) e produtos avançados de oxidação proteica (AOPP). FOX1, GSH, MDA e AOPP foram analisados por espectrofotometria e a CAT, por ensaio imunoenzimático. Foram comparados os níveis destes cinco marcadores de EO entre as pacientes que apresentaram ou não GC e analisada a interação de cada marcador com a ocorrência de GC. Resultados: Os níveis de CAT foram significativamente maiores no FF de mulheres que não obtiveram GC (0,50 ± 0,02 mMol equivalentes de Trolox /L) comparadas àquelas que obtiveram (0,27 ± 0,04 mMol equivalentes de Trolox /L; p<0,01), tendo-se observado a existência de interação apenas entre este marcador de EO e a ocorrência de GC. Não foram encontradas diferenças para os demais marcadores. Conclusões: Os maiores níveis de CAT no FF de mulheres com FTM que não obtiveram gestação clínica indicam que a ocorrência de EO neste microambiente está relacionada a piores resultados de ICSI. Mais estudos são necessários para melhor elucidar se a CAT no FF é um bom preditor de GC, definir os valores de corte deste marcador, assim como, para determinar o impacto de terapias antioxidantes nos resultados da ICSI.
PO 01 - Avaliação da qualidade dos parâmetros seminais no desenvolvimento de protocolo modificado para criopreservação de sêmen humano
Repolho, M.B.M; Caldas, E.; Jacinto-Costa, S.M.R.; Bonetti, T.C.S.; Magalhães, L.S.; Caldas, G.H
Cemise Vida
erikacaldas_se@hotmail.com
OBJETIVO: A capacidade de fertilização dos espermatozoides humanos diminui após criopreservação, isto pode ser explicado devido à redução da recuperação de espermatozoides normais. Portanto, pesquisas para melhorar a capacidade de fertilização dos espermatozoides criopreservados são clinicamente necessárias. Diferentes meios crioprotetores e protocolos de congelamento têm sido desenvolvidos visando minimizar os efeitos da criopreservação em espermatozoides humanos. O objetivo deste estudo foi analisar a qualidade dos parâmetros seminais utilizando protocolo modificado para criopreservação de sêmen humano, comparando-o aos protocolos padrões (OMS e TYB) utilizados no mercado. Material e métodos: Este trabalho consistiu de um estudo experimental. Foram incluídas 30 pools de sêmen ejaculado por masturbação de 127 pacientes que realizam análise seminal na CEMISE-VIDA, entre julho a dezembro de 2012. Para a análise foi realizado um pool de 7,5 ml que foram utilizados para os testes experimentais. Cada pool de sêmen foi submetido à análise seminal básica e os testes funcionais complementares pré e pós-congelamento/descongelamento utilizando quatro combinações de meio (TYB e GEYC) e protocolos (padrão e CEMISE). O meio crioprotetor foi descongelado a temperatura ambiente e homogeneizado; aquecido para 37 ° C em placa aquecedora e adicionado em igual volume da amostra, gota-gota, em frações de 25% do volume a cada vez, com intervalo de 5 minutos entre cada adição, com homogeneização do tubo, permanecendo na geladeira neste intervalo. A amostra foi incubada a -20ºC em posição horizontal por 10 minutos; em seguida a uma temperatura de -80°C por 10 minutos e transferidos para um botijão de N2L(-196°C). Resultados: O protocolo modificado CEMISE associado ao meio diluente TYB não apresentou diferença significativa nos parâmetros pós-descongelamento de concentração, motilidade e PIAIC (membrana plasmática intacta, acrossomo intacto, com função mitocondrial) comparado ao padrão ouro TYB/TYB. Conclusão: Associado ao fato de ser um protocolo rápido e prático, o protocolo CEMISE sugere bom desempenho no congelamento de espermatozoides humanos. Estudos mais aprofundados com um número maior de amostras isoladas e testes complementares adicionais como análise de fragmentação de DNA e detecção de espécies reativas de oxigênio (EROS) devem ser realizados na tentativa de validação do método para utilização na rotina diária de criopreservação seminal.
PO 02 - Resposta ovariana à indução de ovulação em pacientes portadores de carcinoma de mama hormônio-dependente: resultados preliminares
Nimwegen, A; Chiarella, CL; Reis, AP; Conceição, GS; Matsumura, ST; Barbosa, CP
Instituto Ideia Fertil - Faculdade de Medicina do ABC
angela.nimwegen@ideiafertil.com.br
OBJETIVO: Verificar a influência da positividade dos receptores de estrógeno e progesterona no câncer de mama de pacientes submetidas à estimulação ovariana para criopreservação de oócitos. Material e métodos: Foram avaliados 14 pacientes com diagnóstico de carcinoma de mama ductal invasivo, sendo 06 casos com receptores negativos e 08 casos com receptores positivos para estrógeno e progesterona. As pacientes foram submetidas à indução de ovulação com 200UI de FSH recombinante/dia, antagonista de GnRH esquema flexível e letrozol 5mg/dia no grupo com receptores positivos. Foram avaliadas as seguintes variáveis: idade, FSH basal, duração da indução em dias, dose total de FSH utilizado, número de oócitos obtidos e número de oócitos maduros (MII). Comparação entre os grupos foi feito com teste Mann-Whitney U. Dados apresentados em média + desvio padrão. Nível de significância p<0,05. Resultados: Comparação entre os grupos negativo e positivo não mostrou diferença significativa em nenhuma das seguintes variáveis: idade (32,5+5,2 versus 32,8+5,1) FSH basal (6,2+1,2 versus 6,1+1,3), duração da indução em dias (9+2,2 versus 8,6+2,3), número de oócitos obtidos (11+6,5 versus 12+7,2) e número de oócitos maduros (8,2+5,4 versus 8,7+6,8). Conclusão: Na pequena casuística avaliada, a positividade dos receptores de estrógeno e progesterona nas amostras de câncer de mama não influenciou a resposta ovariana à indução de ovulação de pacientes submetidas à criopreservação de oócitos.
PO 03 - Gravidez após maturação in vitro (MIV) de oócitos em estágio de vesícula germinativa em ciclo estimulado: caso
Sousa-Polezzi, R.C.; Canha, A.S.; Fontes, C.A.; Fontes, R.B.; Ramos, T.F.N.
Clínica LaVie- Centro de Reprodução Humana, Franca-SP
Introdução: A ocorrência de vesícula germinativa (VG) em oócitos obtidos após estimulação para fertilização in vitro (FIV) é relativamente comum. Estima-se que cerca de 10 a 30% dos oócitos captados em ciclos de estimulação ovariana controlada sejam imaturos, o que pode variar com a idade da paciente e grau de assincronia folicular no momento do trigger com gonadotrofina coriônica humana (hCG). Em geral, esses oócitos são descartados. Reportamos o caso de doação de oócitos maturados in vitro que resultaram em gravidez. Relato do caso: Ovodoadora: Em abril de 2013, a paciente com 25 anos, ooforectomia unilateral (devido a complicações com apendicectomia na infância) e obstrução tubária à esquerda se submeteu ao estímulo ovariano controlado na dose de 187,5 UI/dia FSHr (oito dias) associado a antagonista do GnRH e trigger com hCG. Trinta e cinco horas depois foram recuperados nove oócitos (cinco em metáfase II, um em metáfase I e dois em Prófase I). Foram injetados os cinco oócitos MII dos quais três fertilizaram. Dois embriões foram transferidos no terceiro dia e resultou em gravidez química (bhCG: 88 mUI/mL, 12ºdia). Ovoreceptora: paciente com 50 anos, reserva ovariana exaurida e parceiro com ausência de fator masculino. Os oócitos imaturos foram submetidos à MIV em meio de cultura Single Step Medium, Irvine Scientific, suplementado com Soro Substituto Sintético 10%, a 5,5% de CO2. Dos três oócitos, MI falhou em maturar enquanto que os oócitos VGs atingiram MII após 24 horas de cultivo. A ICSI foi, então, realizada após 28 horas nos oócitos VG:MII, resultando em fertilização normal (2PN) e dois embriões, ambos quatro células classe I em D2. A transferência dos dois pré-embriões ocorreu no terceiro dia (ambos oito células, classe I). O bhCG quantitativo realizado no 12º dia apresentou título de 68 mUI/mL e a ultrassonografia no 22º dia revelou a presença de um saco gestacional tópico. COMENTÁRIOS: Deve-se, portanto, considerar a utilização de oócitos imaturos nos ciclos estimulados nos quais haja uma baixa taxa de fertilização ou ainda um número de reduzido de oócitos captados.
PO 04 - Efeito do transporte em gelo seco para manutenção de amostras seminais criopreservadas
Til, D; Amaral, V. L. L.; Senn, A.; Salvador, R. A.
UNIVALI-.Universidade do Vale do Itajaí - Laboratório de Biotecnologia da Reprodução, Itajaí, Brasil
davidtil@hotmail.com
OBJETIVO: Amostras seminais criopreservadas, frequentemente precisam ser transportadas para diversas localidades do país. Este trabalhou visou avaliar os efeitos sobre amostras criopreservadas, mantidas em gelo seco durante o transporte. Material e métodos: 8 amostras seminais normozoospérmicas foram previamente analisadas e em seguida congeladas com o meio diluidor Test Yolk Buffer (TYB, Irvine Scientific - IRVINE®). As amostras foram diluídas na proporção 1:1, em seguida foram envasadas em palhetas de 0,5 mL, mantidas a 4°C por 25 minutos, colocadas a 5 cm acima do nitrogênio líquido por 10 minutos e imediatamente mergulhadas no nitrogênio. As amostras criopreservadas foram divididas em 3 grupos compostos por 2 palhetas cada. O grupo 1, foi mantido em nitrogênio líquido. O grupo 2 foi transferido para o gelo seco, onde permaneceu por 30 horas, simulando as condições de transporte. O grupo 3, foi mantido por 30 horas em gelo seco, em seguida voltou para o nitrogênio líquido, simulando o que ocorre cotidianamente em clínicas. Para o descongelamento, todas as amostras foram mantidas 25 minutos a 37°C, desenvasadas em HTF-Modificado (IRVINE®) suplementado com 10% de soro sintético (Synthetic Serum Substitute; Irvine Scientific - IRVINE®) na proporção 1:2, centrifugadas por 8 minutos a 1500rpm e resuspendidas em 250µL do mesmo meio. Foram avaliadas a motilidade e vitalidade das amostras e os resultados foram analisados e comparados pela analise de variância (ANOVA) e pelo teste de Tukey (nível de significância de 5%). Resultados: Foram observadas diferenças estatísticas (p<0,01) para a motilidade e vitalidade dos espermatozoides entre o grupo 1 e 2, assim como entre o grupo 1 e 3. Porém não apresentou diferenças significativas entre o grupo 2 e 3 (p>0,05). Quanto à motilidade os grupos 1, 2 e 3 apresentaram um resultado médio de recuperação de 58,56%; 40,65% e 40,79% respectivamente. Quanto à recuperação da vitalidade os resultados foram 56,00%; 45,14% e 42,24% para os grupos 1, 2 e 3 respectivamente. Conclusões: A manutenção das palhetas em gelo seco, durante o transporte afeta de forma significativa a motilidade e vitalidade dos espermatozoides em relação as amostras mantidas em nitrogênio líquido.
PO 05 - Qual o melhor estágio de clivagem para vitrificarmos os embriões?
Fujii, M.G.; Gomes, F.G.; Gomes, A.P; Lopes, D.R.; Gonçalves, S.P.; Monteleone, P.A.A.
Centro de Reprodução Humana Monteleone
mariana@monteleone.med.br
OBJETIVO: Comparar a eficiência da técnica de vitrificação de embriões em dois estágios de clivagem diferentes: dia 2 (D2) e dia 3 (D3), assim como o desenvolvimento embrionário pós-descongelamento. Material e métodos: Estudo retrospectivo. Foram analisados os dados de um total de 792 embriões descongelados no período de janeiro a dezembro de 2012, pertencentes a 54 ciclos criopreservados em D2 e 96 ciclos em D3. Todos os embriões descongelados foram mantidos em cultivo até o 5º dia, seguindo-se o protocolo da clínica de transferência em blastocisto para embriões descongelados. O meio utilizado para vitrificação e aquecimento foi o da Irvine Scientific, utilizando-se a CryoTip (Irvine Scientific). Utilizado o teste exato de Fisher para análises estatísticas. Resultados: A taxa de sobrevivência foi 93,05% para D2 e 94,49% para D3. A taxa de formação de blastocisto foi 36,30% para D2 e 40, 60% para D3. A média de embriões transferidos foi 1,94 para D2 e 1,86 para D3. A taxa de implantação foi 30,69% para D2 e 31,79% para D3. A média de idade foi de 37,6 para D2 e 36,6 para D3. A taxa de gestação clínica foi 55,77% para D2 e 51,61% para D3. A taxa de gestação em andamento foi 44,23% para D2 e 33,33% para D3. Não houve diferença significativa (p > 0,05). As variáveis estudadas mostraram-se estáveis na comparação dos grupos.Conclusões: Concluímos que a vitrificação tanto em D2 quanto em D3, mostra-se semelhante. Ambas demonstraram a mesma capacidade de formação de blastocisto e implantação, além de não haver diferença nas taxas de sobrevivência e gestação.
PO 06 - Avaliação da qualidade de vida e depressão em pacientes inférteis: resultados preliminares
Ueno, J; Padua, M.A.F.; Semião-Francisco, L.; Parames, S.F.; de Stefano, M.C.R.
GERA-Instituto de Medicina Reprodutiva
jojiueno@uol.com.br
OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi explorar os efeitos psicossociais da infertilidade usando o SF-36 Health Survey e o Inventário de Depressão de Beck. Material e métodos: De março de 2012 a março 2013 cento e oito pacientes atendidas em uma clínica de infertilidade em São Paulo. O grupo controle foi composto por cento e cinco mulheres atendidas em uma clínica de ginecologia que não enfrentavam problemas reprodutivos. Um total de 213 pacientes preencheramos questionários, enquanto esperavam pela sua consulta médica. Todos os participantes foram informados sobre os objetivos do estudo e assinaram o termo de consentimento livre esclarecido. Todos os participantes completaram o Short-Form 36 Health Survey (SF-36) eo Inventário de Depressão de Beck (IDB). Resultados: A maioria dos indivíduos de ambos os grupos tinha um nível de escolaridade elevado (> 11 anos), com renda similar. A idade de ambos os grupos foi significativamente diferente (média de idade do grupo de infertilidade 35,3 ± 4,21 vs grupo controle 32,9 ± 5,98, p = 0,002). O score do IDB indicou que ambos os grupos são predominantemente não deprimidos. Embora o grupo infértiltenha apresentado pontuação maior, esta não foi significativamente diferente do grupo controle (grupo infertilidade 8,9 ± 7,9 vs 7,8 ± 6,8 para o grupo controle). A qualidade de vida foi avaliada usando a Pesquisa SF-36 Health. Comparando nossos controles saudáveis com as mulheres que enfrentam problemas de fertilidade, não foi observada diferença significativa em nenhum dos domínios analisados. Além disso, analisou-se dentro do grupo de infertilidade se a pontuação na escala de Beck estaria correlacionada número de tentativas anteriores de FertilizaçãoIn vitro (FIV). Não foi encontrada correlação (correlação de Pearson = 0,049) entre as variáveis. Conclusão: Os resultados de nosso estudo mostram que as mulheres que enfrentam dificuldades reprodutivas não estavam deprimidas, já que seus resultados para a pontuação IDB foram semelhantes aos do grupo controle e abaixo de 10 pontos. Além disso, também não identificamos prejuízo significativo na qualidade de vida do grupo infértil.
PO 07 - Estado atual da preservação da fertilidade no brasil - estudo comparativo com outros países
Nascimento, V.C.P.S.; Bartmann, A.K.; Bartmann, A.C.
Clínica Ana Bartmann - Centro de Reprodução Humana/ UNAERP
victor_nasc@hotmail.com
OBJETIVO: Comparar o estado atual da preservação da fertilidade no Brasil com programas de outros países. Material e métodos: Foram analisados os programas de preservação da fertilidade dos Estados Unidos, França, Espanha e Brasil. Foram utilizados os seguintes parâmetros de comparação qualitativa: estrutura física e logística (bancos para armazenamento a longo prazo, centros específicos para preservação da fertilidade e meios de financiamento), estrutura humana (referenciamento dos oncologistas, presença de profissionais treinados) e legislação (leis e resoluções das respectivas sociedades). As informações foram obtidas por pesquisas científicas, contatos com profissionais dos países em estudo e documentos oficiais publicados. Os dados coletados foram tabelados para fins de comparação. Resultados: Em relação à estrutura física, o Brasil não apresenta bancos específicos para preservação da fertilidade a longo prazo. Os demais países analisados, ao contrário, possuem centros exclusivos para este fim. Em relação ao financiamento, no Brasil os procedimentos são na maioria particulares e em centros privados. Poucos serviços públicos realizam a coleta e o armazenamento do material. Nos EUA não há financiamento público, porém a grande maioria dos planos de saúde financia qualquer procedimento com objetivo de preservar a fertilidade de pacientes oncológicos. Na França é o sistema público de saúde que custeia o tratamento integralmente tanto do ponto de vista oncológico quanto da preservação da fertilidade. Na Espanha há centros privados e públicos que realizam os tratamentos, porém a demanda pelo custeio público excede a oferta. Em relação à estrutura humana, no Brasil o referenciamento de pacientes principalmente do sexo feminino é pequeno quando comparado aos demais países. Apesar de altamente treinados, os profissionais brasileiros não estão habituados à rotina e à urgência dos casos. No que tange a legislação, o Brasil possui resoluções do Conselho Federal de Medicina, porém sem explicitar a questão da preservação da fertilidade. A idade máxima de procriação, a manutenção de gametas de pacientes falecidos e o tempo de congelamento do material são problemas que precisam ser esclarecidos nos âmbitos nacional e internacional. Conclusões: No Brasil faltam centros exclusivos de preservação de fertilidade com capacidade de armazenamento a longo prazo. Faltam organizações, associações e resoluções na área.
PO 08 - Associação entre polimorfismos de nucleotídeo único (single nucleotide polymorphisms) e a idade em população feminina infértil
Vagnini, L.D.; Petersen, C.G.; Mauri, A.L.; Oliveira, J.B.A.; Baruffi, R.L.R.; Franco Jr., J.G.
Centro Paulista de Diagnóstico e Pesquisa
vagninilaura@cpdp.com.br
OBJETIVO: Analisar uma possível associação entre polimorfismos de nucleotídeo único (single nucleotide polymorphisms) em genes envolvidos na falha reprodutiva e a idade. Material e métodos: Um total de 303 mulheres foram incluídas durante a investigação de infertilidade. Os grupos etários analisados foram ≤ 35anos e > 35anos. O DNA foi extraído a partir de sangue periférico para genotipagem por PCR em tempo real dos seguintes polimorfismos: 1) timina(T)/guanina(G) (rs929271) no gene do fator inibidor de leucemia (LIF); 2) arginina(Arg)/prolina (Pro) (rs1042522) no códon 72 do gene da proteína supressora de tumor 53 (TP53); 3) -1154 guanina(G)/adenina(A) (rs71815284) no gene do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). Todas as análises foram realizadas utilizando teste Chi-quadrado, onde P <0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: Considerando-se todas as amostras, as distribuições genotípicas de Hardy-Weinberg evidenciaram concordância entre as frequências observadas e esperadas. Na análise após estratificação por idade, a presença de pelo menos um alelo G do gene LIF foi mais frequente no genótipo (T/G+G/G) das pacientes ≤35 anos (65,5%) do que em pacientes >35anos (49,4%) (P=0,005). No gene VEGF foi encontrada uma frequência maior de pelo menos um alelo A nos genótipos (G/A+A/A) das pacientes ≤35 anos (54,5%) do que em pacientes >35anos (42,0%) (P=0,04). No gene TP53 a presença de pelo menos um alelo Pro nos genótipos (Arg/Pro+Pro/Pro) foi mais frequente em pacientes >35 anos (57,9%) do que em pacientes ≤35 anos (45,3%) (P=0,03). A frequência do alelo Pro no códon 72 do gene TP53 foi mais alta em pacientes >35 anos (33,5%) do que em pacientes ≤35anos (25,2%) (P=0,02). Conclusão: Os resultados indicam que há associação entre a distribuição dos genótipos/alelos desses polimorfismos e a idade da mulher, principalmente para o polimorfismo no códon 72 do gene TP53. No entanto, mais estudos devem ser realizados para confirmar estes resultados e determinar suas implicações clínicas.
PO 09 - O efeito do procedimento de imsi sobre a proporção entre os sexos
Petersen, C.G.; Vagnini, L.D.; Mauri, A.L.; Oliveira, J.B.A.; Baruffi, R.L.R.; Franco Jr., J.G.
Centro de Reprodução Humana Professor Franco Jr./Centro Paulista de Diagnóstico e Pesquisa
petersenclaudia@crh.com.br
OBJETIVO: Avaliar a influência da escolha dos espermatozoides pelo uso da técnica IMSI (Intracytoplasmic morphologically selected sperm injection) na proporção entre os sexos. Material e métodos: O estudo incluiu todas as crianças nascidas vivas de gestações obtidas após o procedimento de IMSI, realizado em uma única clínica de fertilidade. As crianças nasceram entre janeiro de 2009 e dezembro de 2012. Não foram incluídos os casos de PGD. Os espermatozoides utilizados foram selecionados através de um aumento de 15.000x. Dados recentes (2010) do banco de dados demográficos nacional foram utilizados como controle. As proporções entre os sexos foram comparadas utilizando-se o teste Chi-quadrado, onde P <0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: Das 518 crianças nascidas após procedimento de IMSI, 239 (46,1%) eram do sexo masculino e 279 (53,9%) do sexo feminino, sendo a razão homens/mulheres ao nascimento de 0,86. Por outro lado, em 2010, a razão entre os sexos em todo o país no momento do nascimento foi de 1,05 (1.466.953/meninos [51%] e 1.394.473/meninas [49%]), semelhante ao que seria esperado por estimativas internacionais. Houve uma diferença significativa (P=0,02) entre a população proveniente do procedimento IMSI e a população em geral. Conclusão: Os dados indicam que uma seleção de sexo parece emergir após o procedimento de IMSI resultando em aumento no nascimento de crianças do sexo feminino. Pode-se supor que alterações no cromossomo Y podem levar a alterações morfológicas no espermatozoide, o que impede sua seleção em alta ampliação. No entanto, outras possíveis causas devem ser consideradas e discutidas, bem como investigações adicionais para confirmação destes resultados.
PO 10 - Ablação de esteróides suprime o desenvolvimento de folículos pré-antrais de primatas não humanos cultivados individualmente in vitro em matriz tridimensional
Rodrigues, J.K.; Xu, J.; Yeoman, R.R.; Navarro, P.A.; Zelinski, M.B.; Stouffer, R.L.
Oregon National Primate Research Center, Oregon Health & Sciences University; FMRP/USP; Pró-Criar
jhenifer.rodrigues@procriar.com.br
OBJETIVO: Meios de cultivo usados para a maturação in vitro de folículos (MFIV) secundários são simples e não apresentam os diferentes tipos de hormônios esteróides presentes no ambiente ovariano. Considerando de grande relevância a otimização da MFIV, objetivamos avaliar as funções dos esteróides no desenvolvimento de folículos pré-antrais de primatas não humanos (PNH) cultivados in vitro. Material e métodos: Folículos secundários obtidos de 4 animais foram encapsulados em alginato e cultivados individualmente durante 40 dias em αMEM com suplementação padrão, divididos em 3 grupos (100 folículos/grupo): 1. Grupo Trilostano (TRL, inibidor da 3β hidroxiesteróide desidrogenase): TRL (250 ng/mL) acrescido ao meio padrão do início até o final do cultivo; 2. Grupo TRL 2: TRL (250 ng/ml) acrescido ao meio padrão após duas semanas de cultura e mantido até o final do cultivo; 3. Grupo controle: meio padrão acrescido de veículo. Foram analisados taxas de sobrevida, crescimento folicular, formação de antro e níveis de estradiol. Resultados: A taxa de sobrevida no controle (49 ± 14%) foi superior ao TRL (9 ± 4%) e TRL2 (22 ± 7%). O diâmetro folicular na semana 4 foi maior no controle e TRL2 em comparação com TRL. A porcentagem de folículos que formaram antro foi maior no controle (69 ± 5%), e superior no TRL2 (36 ± 12%) em relação ao TRL (11 ± 11%). As concentrações de estradiol foram superiores no grupo controle na semana 4 (567 pg/ml) em comparação com TRL (120 pg/ml) e TRL2 (183 pg/ml). Conclusões: A exposição contínua de folículos pré-antrais de macacos à inibição da enzima 3βHSD durante todo o cultivo in vitro ou iniciada após duas semanas de cultivo, suprime a sobrevida, a formação do antro e a produção de estradiol, evidenciando uma papel fundamental dos esteróides no desenvolvimento folicular in vitro. Os presentes achados justificam a necessidade de estudos avaliando o impacto da suplementação de esteróides durante o cultivo folicular in vitro, visando a otimização do processo, além de prover um sistema de cultivo passível de caracterizar as vias autócrinas e parácrinas que influenciam a MFIV em PNH, que constituem o melhor modelo translacional para humanos.
PO 11 - Associação de polimorfismos de nucleotídeo único com abortos recorrentes
Baruffi, R.L.R.; Petersen, C.G.; Vagnini, L.D.; Mauri, A.L.; Oliveira, J.B.A.; Franco Jr., J.G.
Centro de Reprodução Humana Professor Franco Jr./Centro Paulista de Diagnóstico e Pesquisa
baruffir@crh.com.br
OBJETIVO: Analisar a possível associação entre polimorfismos de nucleotídeo único em genes envolvidos na falha reprodutiva humana e aborto espontâneo recorrente (RM). Material e métodos: O grupo de estudo consistiu em 27 mulheres com RM (≥ 2 abortos espontâneos consecutivos) e o grupo controle foi composto por 61 mulheres com pelo menos dois nascidos vivos (sem qualquer tratamento). O DNA de todas as participantes foi extraído a partir de sangue periférico, e os seguintes polimorfismos foram genotipados por PCR em tempo real: 1) timina(T)/guanina(G) (rs929271) no gene do Fator Inibidor de Leucemia (LIF); 2) arginina[Arg]/prolina[Pro] (rs1042522) no códon 72 do gene da proteína supressora de tumor 53 (TP53); 3) guanina(G)/adenina(A) (rs1529916) no gene da protease ubiquitina-específica associada ao herpesvirus (HAUSP); 4) adenina(A)/timina(T) (rs1900173) no gene Glicoproteína 130 (gp130 ou IL6ST); 5) -1154 guanina(G)/adenina(A) (rs71815284) no gene Fator de Crescimento Endotelial Vascular (VEGF). Os resultados foram analisados por Chi-quadrado, onde P <0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: As distribuições de genótipos de Hardy-Weinberg indicaram concordância entre as frequências observadas e esperadas. Os cinco polimorfismos estudados não apresentaram diferenças entre o grupo de mulheres com RM e o grupo controle na frequência dos alelos: LIF (P=0,83) - alelo T (68,5% RM x 65,6% grupo controle), alelo G (31,5% RM x 34,4% grupo controle); TP53 (P=0,24) – Arg (63% RM x 73% grupo controle), Pro (37% RM x 27% grupo controle); VEGF (P=0,95) – alelo G (72,2% RM x 70,5% grupo controle), alelo A (27,8% RM x 29,5% grupo controle); HAUSP (P=0,38) – alelo G (79,6% RM x 72,1% grupo controle), alelo A (20,4% RM x 27,9% grupo controle); gp130 (P=0,79) – alelo T (11,1% RM x 9,8% grupo controle), alelo A (88,9% RM x 90,2% grupo controle). Também não foram encontradas diferenças significativas para os genótipos específicos entre o grupo de mulheres com RM e o grupo controle. Conclusões: Apesar de estudos anteriores mostrarem altas frequências de alguns polimorfismos no genótipo de mulheres com RM, este estudo identificou uma distribuição similar no genótipo/alelo destes cinco polimorfismos em mulheres com RM e em mulheres do grupo controle.
PO 12 - O uso do crio-tese diagnóstico associado com o cultivo in vitro do tecido testicular para tratar pacientes com azoospermia
Senn, A.; Urner, F.; Chanson, A.; Murisier, F.; Wisard, M.; Germond, M.
Centre de Procréation Médicalement Assistée, CPMA, Switzerland
alfred.senn@fondation-faber.ch
Introdução: A biópsia testicular de diagnóstico seguida de criopreservação (CRIO-TESE) pode ser facilmente combinada com o cultivo in vitro dos fragmentos testiculares. O objetivo deste estudo é relatar as taxas de partos acumulados após transferências de embriões frescos e congelados-descongelados para ciclos subsequentes, todos provenientes, para cada paciente testado, da mesma biópsia testicular. Os resultados foram comparados com um grupo controle de pacientes com criptozoospermia. Material e métodos: CRIO-TESE foi realizada em 256 pacientes consecutivos entre 2004-2013 no CHUV ou CPMA em Lausanne, Suíça. Um dia antes da ICSI, uma palheta de biópsia foi descongelada, lavada e deixada em cultura durante 24h em meio normal de FIV (37 °C, 6% CO2, 5% O2). Antes da ICSI, espermatozóides apresentando movimento flagelar ou motilidade progressiva foram aspirados e transferidos para uma microgota central, até atingir um número suficiente para injetar os oócitos. No dia 1, dois zigotos foram deixados em cultura e os restantes imediatamente congelados, utilizando o protocolo lento. A transferência ocorreu no dia 2-3, excepcionalmente no dia 5. Na ausência de gravidez, dois zigotos criopreservados foram descongelados e transferidos. O procedimento foi repetido até que uma gestação ocorreu ou até que todos os zigotos criopreservados foram descongelados. Resultados: 256 pacientes (<38 anos) foram estimuladas durante um total de 395 ciclos. Foi obtido um total de 189 gestações (47,8%/ciclo) e 158 partos (40,0%/ciclo). As taxas de partos cumulativos após três ciclos de ICSI chegou a 67,5%/casal. Esses resultados são ligeiramente mais baixos (p = 0,01) do que os obtidos com homens cryptozoospermicos (79,5%/pares por três ciclos). Conclusões: CRIO-TESE associada com o cultivo in vitro de fragmentos de biópsia descongelados é um método seguro para a recuperação de espermatozóides móveis antes de ICSI em pacientes com azoospermia. Ela permite uma melhor gestão dos tratamentos de ICSI, e condições mais calmas para o laboratório. O cultivo in vitro de fragmentos de biópsia descongelados melhora a motilidade dos espermatozóides e facilita a seleção de esperma, antes de ICSI. Ela pode facilmente ser implementada em qualquer laboratório de FIV.
PO 13 - Receptores de estrogênio α (ER-α) e β (ER-β) têm forte expressão na endometriose de reto-sigmoide e tecido perilesional infiltrado, independentemente da fase do ciclo menstrual
Zanatta, A.; Riboldi, M.; da Rocha, A.M.; Pereira, R.; Motta, E.L.A.; Serafini, P.C.
Huntington Medicina Reprodutiva
cientifico@huntington.com.br
OBJETIVO: O estradiol é o principal agente mitógeno indutor da endometriose e exerce ação proliferativa através de receptores específicos: isoformas α (ER-α) e β (ER-β). Sabe-se que na endometriose a expressão do ER-β está elevada em relação ao endométrio tópico, possivelmente responsável pela ocorrência da doença. No tecido normal predomina a expressão do ER-α. Diferença que poderia explicar a proliferação anômala de células endometriais ectópicas. Neste estudo, avaliamos a expressão proteica do ER-α e ER-β em mulheres inférteis com endometriose de reto-sigmoide (EDTRSG) e no tecido muscular perilesional (TPI), submetidas à laparoscopia, durante as fases proliferativa e secretora do ciclo menstrual. Material e métodos: dezoito pacientes inférteis foram submetidas à retossigmoidectomia laparoscópica por EDTRSG. As amostras representativas de EDTRSG e TPI foram processadas por tissue microarray (TMA). Dois patologistas determinaram o score de expressão imuno-histoquímica de ER-α segundo critérios modificados de Soini que varia de 0 (ausente) a 12 (positiva forte), e um software de computador específico (Pannoramic Viewer, 3dHistech, Hungria) avaliou a expressão de ER-β. Resultados: durante a fase proliferativa, os scores (média±desvio padrão) em EDTRSG e TPI foram, respectivamente: ER-α glandular 9,6±3,3 e 9±6; ER-α estromal 7,5±2,9 e 5,6±4,1; e ER-β 8,9±3,9 e 7,8±5,4. Durante a fase secretora, os mesmos scores foram, respectivamente: ER-α glandular 10±2,6 e 5±1,4; ER-α estromal 7,3±3,7 e 5,6±5,2; e ER-β 10,8±8,3 e 6,9±8,7. Não houve diferença estatística quando comparadas as expressões do ER-α glandular (p=0,396) ou estromal (p=0,548) e mesmo do ER-β (p=0,92), independentes da fase do ciclo. Conclusão: Este é o primeiro estudo a avaliar exclusivamente a endometriose profunda baseada no acometimento do retossigmoide, o local mais inócuo para invasão. Nossos achados confirmam a forte expressão do ER-β na endometriose intestinal, mas também no tecido perilesional. Por outro lado, a forte expressão do ER-α contradiz achados prévios em lesões peritoneais e ovarianas. Ademais, a expressão de ambos os receptores α e β no TPI sugerem a alta atividade mitótica neste tecido e reforçam o papel da metaplasia muscular lisa presente na endometriose profunda. Nossos achados reforçam o papel do estrogênio, agindo através de receptores específicos na fisiopatologia da endometriose profunda.
PO 14 - A união do diagnóstico genético pré-implantacional por CGHarray e a administração intrauterina de gonadotrofina coriônica (I-hCG) intensificam os resultados em pacientes com falhas de implantação
Barros, B.; Riboldi, M.; Matunaga, P.; Picolomini, M.; Serafini, P.C.; Motta, E.L.A
Huntington Medicina Reprodutiva
cientifico@huntington.com.br
OBJETIVO: Avaliar as taxas de gestação e implantação após a administração intrauterina de gonadotrofina coriônica (I-hCG) 2 horas antes da transferência de blastocistos euplóides para pacientes inférteis. Material e métodos: Entre janeiro-março de 2013, 68 pacientes com indicação para PGS como idade materna avançada, falhas de implantação e aborto e/ou cariótipo do casal alterado foram avaliados. As pacientes foram divididas em 2 grupos: G1= transferência de blastocistos euplóides (n=38) e G2= transferência de blastocistos euplóides associado a aplicação I-hCG 2 horas antes do procedimento (n=30). O preparo do I-hCG foi obtido através da diluição de hCG 500UI (Choriomom® IBSA) em 50ul de meio de cultura Global®(Bussiness Medical Center) suplementado à 10% de SSS (Irvine Sci). A administração foi realizada com o auxílio de um cateter de inseminação (InsemiCath®;Cook Medical), guiado por ultrassom. Em dia 3, todos os embriões foram submetidos à hatching assistido, e após, mantidos em cultivo 90%N2/5%O2/5%CO2 até o momento da biópsia em estágio de blastocisto. As transferências foram realizadas a fresco, em dia 6 após análise por CGHarray. Resultados de gestação e implantação foram avaliados com os testes de Mann Whitney, teste de t Student e Regressão logística, considerando p<0,05. Resultados: Os resultados dos grupos 1 e 2 foram similares para as idades das pacientes (35,2±4,6 vs. 35,9±4,4; p=0,537) assim como o número de embriões transferidos (2,1±0,9 vs. 2,0±0,9; p=0,646). A análise das taxas de gestação constatou no grupo 1 (57,9%), enquanto no grupo 2 foi observado um pequeno aumento na gestação (63,3%), (p=0,649). As taxas de implantação (30% vs. 33%; p=0,663; OR=1.0) foram semelhantes, porém o grupo 2 manteve a tendência no progresso dos resultados. Conclusão: A união da transferência de um embrião geneticamente normal com a administração intrauterina de gonadotrofina coriônica humana (hCG) 2 horas antes da transferência tende a aumenta as chances de gestação e implantação em pacientes com indicação para o PGD.
PO 15 - Prevalência de infecção por chlamydia trachomatis em pacientes submetidas à fertilização in vitro
Zavattiero, N.I.T.; Lopes, V.M; Roller, M.; Brasileiro, J.P.B.; Lopes, J.R.C.; Duarte, E.F.
Instituto VERHUM
natzavattiero@gmail.com
OBJETIVO: Documentar a prevalência de infecção do trato genital por Chlamydia trachomatis (CT) em pacientes candidatas a fertilização in vitro (FIV), atendidas em uma clínica privada. Material e métodos: Foram incluídas todas as pacientes com indicação de FIV atendidas no período de 01/2012 a 03/2013. A pesquisa de CT foi realizada por amplificação de DNA (NAAT) no primeiro jato de urina. Todas as pacientes que apresentaram teste positivo foram tratadas antes da realização da FIV com 1g de azitromicina via oral para o casal. O protocolo do tratamento da infertilidade foi individualizado para cada paciente. As variáveis estudadas foram idade, fator de infertilidade e taxa de gravidez (βhCG realizado no 14º dia após a transferência embrionária). O tamanho da amostra (n= 155) baseou-se na prevalência de clamídia (11,4%) encontrada entre brasileiras atendidas em uma clínica de planejamento familiar e a análise foi descritiva. Este estudo obteve aprovação do Comitê de Ética da Instituição. Resultados: Durante o periodo do estudo, foram indicadas 360 FIVs mas em 16 não se realizou a transferência embrionária, 1 paciente desistiu e para 68 não foi encontrado o resultado do exame. Entre as 292 FIVs avaliadas, a taxa geral de positividade para CT foi de 1,04% (n=3), a média de idade das pacientes com teste positivo foi de 30,3 anos (SD=5; intervalo 25-35 anos), 2 delas engravidaram. Destes três casos, a indicação do procedimento foi por fator masculino e o outro não identificado. As pacientes negativas para CT apresentaram média de idade de 35,7 anos (SD=4,6 intervalo 20-48 anos); o fator de infertilidade mais prevalente foi o masculino (31%) seguido pelo ovulatório (19,7%). Das pacientes submetidas a FIV (n=279) e para as quais se conhece o resultado de βhCG (n=230), 136 (59%) evoluiram com βhCG negativo e 94 (41%) engravidaram. Conclusões: A prevalência de CT em pacientes candidatas a FIV em nossa clínica privada corrobora aquela encontrada em uma instituição pública em 2012, sugerindo que, em nosso meio, o rastreio universal não seja custo-efetivo e deve ser restrito a pacientes identificadas como de alto risco.
PO 16 - Efeitos do óleo de allium sativum (alho) sobre a gestação em camundongos
Macedo,C.C., Krul, P. C.; Frajblat, M.; Salvador, R. A.; Amaral, V. L. L.
UNIVALI-.Universidade do Vale do Itajaí/SC. UFRJ-Universidade Federal do Rio de Janeiro.
carolina_macedo5@hotmail.com
OBJETIVO: Avaliar os efeitos do consumo do óleo de Allium sativum sobre a gestação de fêmeas de camundongos Swiss. Material e métodos: Foram utilizados 40 fêmeas de camundongos e 10 machos. As fêmeas foram mantidas com os machos até a comprovação da copula, sendo este considerado o primeiro dia de gestação. As fêmeas foram divididas em quatro grupos: grupo I – (dose terapêutica 1,4 mg/kg); grupo II – (5x a dose terapêutica 7,4 mg/kg); grupo III – (10x a dose terapêutica 14,9 mg/kg); grupo controle – somente o óleo mineral.Todas as concentrações foram administradas por gavagem em um volume de 0,2 mL e o tratamento foi realizado diariamente por 17 dias, período este que compreende a embriogênese e organogênese em camundongos, sendo que a gestação total pode durar 18 a 21 dias. Após a morte das fêmeas em câmara de CO2/O2 o fígado, cornos uterinos e ovários foram removidos para análise. As seguintes taxas e índices reprodutivos foram calculados: taxa de fertilidade; taxa de viabilidade fetal; taxa de implantação; nº de corpos lúteos; perdas pré e pós-implantes, e índice placentário. As análises estatísticas foram realizadas pela analise de variância (ANOVA) e o teste de qui-quadrado, considerando-se estatisticamente significativo p<0,05. Resultados: Não foram observados sinais clínicos de toxicidade sistêmica ou alteração comportamental. As taxas de fertilidade foram semelhantes para todos os grupos. A taxa de implantação foi menor (p<0,0001) nos grupos que receberam 5 e 10 vezes a dose terapêutica do óleo de Allium sativum comparados ao grupo controle. A massa corporal dos fetos foi menor (p<0,0001) e o índice placentário foi maior (p<0,0001) nos grupos que receberam 5 e 10 vezes a dose terapêutica do óleo de Allium sativum comparados ao grupo controle. Os fetos (255) das fêmeas tratadas não apresentaram alterações macroscópicas externas quando comparados ao grupo controle (118). Conclusões: A administração de doses mais elevadas 5 e 10 vezes maiores que a dose terapêutica do óleo de Allium sativum em fêmeas de camundongos grávidas interferiu negativamente na implantação do embrião e no crescimento fetal.
PO 17 - Frequência das anormalidades cromossômicas: importância na investigação das infertilidades masculina e feminina
Penna, M.L.F.; Cardoso, F.O; Paulino, L.S.; Parreiras, C.C.; Vianna, G.S.; Carvalho, E.R.F.
Universidade FUMEC
pencarva@uol.com.br
OBJETIVO: Verificar a prevalência de cromossomopatias (aberrações cromossômicas numéricas e/ou estruturais), encontradas em pacientes em idade fértil, submetidas à realização de exame citogenético. Material e métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo dos registros de resultados de pacientes que foram submetidos a exames citogenéticos para obtenção de cariótipo em cultura de linfócitos, pela metodologia GTG. Foram coletados dados como sexo, idade e tipo de alteração cromossômica dos indivíduos com idade fértil entre 18 e 45 anos, no período de janeiro/2012 a maio/2013 em um laboratório de Genética em Belo Horizonte, MG. Para estimar o intervalo de confiança da prevalência de portadores de anomalias cromossômicas numéricas e/ou estruturais, aplicou-se uma estimação de parâmetros para proporções. Os cálculos do intervalo de confiança foram feitos com base na distribuição normal e foi utilizado IC de 95%. Ainda, foi realizado o teste Binomial (para uma proporção) para comprar os dados encontrados com os da população. Todos os procedimentos foram realizados no pacote estatístico BioEstat 5.0. Resultados: Foram analisados 1140 resultados de cariótipos sendo que, 60 (5,26%) apresentaram alterações cromossômicas. As mais freqüentes forma as estruturais, observadas em 33 cariótipos (2,89%), seguida pelo mosaicismo observado em 19 cariótipos (1,67%) e pelas alterações numéricas em 8 cariótipos (0,7%). A estimativa pontual de prevalência de portadores de anomalias cromossômicas numéricas e/ou estruturais foi de 0,053 com intervalo de confiança (IC) de 95% = [0,040 – 0,066]. Quando comparada a prevalência da amostra estudada com a da população (0,6%), foi encontrada diferença significativa (p< 0,001). A prevalência de portadores de anomalias cromossômicas numéricas e/ou estruturais da amostra estudada foi maior que a da população. Conclusão: A freqüência elevada de cromossomopatias encontrada salienta a importância do estudo citogenético na propedêutica mínima na investigação da infertilidade em ♀ e ♂ em idade, podendo auxiliar em muitos casos no esclarecimento da causa da infertilidade do paciente/casal e no aconselhamento genético aos pacientes e seus familiares.
PO 18 - O efeito da idade sobre empacotamento da cromatina (protaminação) no esperma
Petersen, C.G.; Vagnini, LD; Mauri, AL; Oliveira, JBA; Baruffi, RLR; Franco Jr., JG
Centro de Reprodução Humana Professor Franco Jr./Centro Paulista de Diagnóstico e Pesquisa
petersenclaudia@crh.com.br
OBJETIVO: Com o aumento da idade ocorre um declínio na qualidade do sêmen e na fertilidade masculina. Uma explicação plausível é que os homens mais velhos podem produzir mais espermatozoides com DNA danificado, o que parece estar associado com alterações na fertilidade. Este estudo teve como objetivo analisar correlação entre a idade do homem e o empacotamento da cromatina. Material e métodos: Para esse estudo foram recrutados 613 homens (37,6±6,7 anos) que estavam sob investigação de infertilidade. Em cada amostra de sêmen, após reação com cromomicina A3, foram avaliados no mínimo 200 espermatozoides para observação da protaminação da cromatina. Os resultados expressos em porcentagem de espermatozoides foram tratados como variáveis contínuas, e a análise foi realizada através da correlação de Spearman e teste de Mann-Whitney. Resultados: Na análise após a estratificação pela idade, a porcentagem de espermatozoides com empacotamento anormal da cromatina foi maior em pacientes <35 anos (56,2±15%) quando comparada com o grupo de pacientes ≥ 40 anos (52,8±16,0%). Essa diminuição no empacotamento anormal de cromatina com o aumento da idade foi significativa (P=0,03). A análise por regressão revelou correlação negativa (r = -0,13 [-0,16 a -0,025]; P=0,001) entre idade e empacotamento anormal da cromatina no esperma. Conclusões: O presente estudo, surpreendentemente, evidenciou uma melhor protaminação do esperma com o aumento da idade. Nossos resultados corroboram estudos experimentais, nos quais a penetração de CMA3 diminuiu em animais mais velhos. Assim, o dano no DNA espermático relacionado com a idade pode estar associado a fatores diversos, excluindo-se o empacotamento da cromatina.
PO 19 - Influência do uso de sêmen de doador nos resultados de ICSI obtidos em um centro de reprodução assistida
Travain, A.S.A.; Lucca, J.A; Rosa, V.B; Schuffner, A.
Clinica Conceber - Centro de Medicina Reprodutiva
alessandro@clinicaconceber.com.br
OBJETIVO: Na reprodução humana assistida frequentemente há relatos subjetivos da qualidade das amostras seminais provenientes de bancos de doador de sêmen. A partir desta premissa o objetivo deste trabalho visa analisar a influência da utilização de amostras seminais provenientes de banco de sêmen nos resultados dos procedimentos de ICSI. Material e métodos: Foram relacionadas para esse estudo 177 pacientes que se submeteram a ciclos de fertilização in vitro no período de janeiro de 2011 a março de 2013. Os critérios de seleção foram: ciclos com oócitos frescos, sem receptoras de oócitos e sem biópsia embrionária para análise genética. As pacientes foram dividas em grupo “doador” (n=15) e “controle” (n=162). As amostras utilizadas pelo grupo “doador” são provenientes de um banco de sêmen nacional. Foram excluídas do grupo controle pacientes que não utilizaram amostras frescas de ejaculado. Os parâmetros avaliados foram taxas de gravidez clínica, falha de fertilização, fertilização e obtenção de blastocisto; motilidade e concentração. Para a análise estatística utilizamos os testes Anova e Fisher’s Exact Test. Resultados: Os resultados obtidos para os grupos “doador” e “controle” foram respectivamente: Taxa de gravidez clínica (35,7 e 32%, p=0,77), taxa de falha de fertilização (6,7 e 5,6%, p=0,59), taxa de obtenção de blastocisto (21,4 e 27,5%, p=0,76), fertilização (68,1±0,1 e 69,7±0,1, p=0,83), concentração (4,4±EPM e 5,6±EPM x106/mL, p=0,57) e motilidade (29,3±EPM e 68±EPM%, p<0,0001). O parâmetro de motilidade espermática foi o único a apresentar diferença estatística entre os grupos “doador” e “controle”. Conclusões: Apesar da discussão acerca da qualidade seminal das amostras provenientes de bancos de doador, este trabalho não encontrou diferenças significativas nos parâmetros principais utilizados para avaliar o resultado dos procedimentos de reprodução assistida. Houve diferença significativa na motilidade dos dois grupos, contudo a comparação foi realizada entre amostras criopreservadas e frescas, o que pode explicar a diferença neste parâmetro. Concluímos que a utilização de sêmen proveniente de banco de doador, apesar de aparentemente inferiores, não afeta negativamente os resultados de fertilização in vitro e taxas de gravidez clínica.
PO 20 - Integração da biologia molecular na avaliação endometrial (ERA, endometrial receptivity array) e embrionária (CGHa) no processo implantacional
Riboldi, M.; Rodrigues, A.; Soares, G.; Alegretti, J.R.; Motta, E.L.A.; Serafini, P.C.
Huntington Medicina Reprodutiva
cientifico@huntington.com.br
Introdução: Pacientes com falhas recorrentes de implantação (FRI) após a transferência de embriões geneticamente normais estão cada vez mais presentes nas clínicas de Reprodução Assistida. A recente inserção do estudo da receptividade endometrial, array de receptividade endometrial (ERA), antes da transferência de embriões geneticamente normal poderá contribuir para um aumento de gestações saudáveis. O ERA, plataforma molecular que possibilita a análise da expressão de 238 genes na janela de implantação documentando a viabilidade da receptividade uterina e o dia ideal de transferência embrionária assim aumentando as chances de implantação e gestação. Relato de caso: Duas pacientes de 38 anos com histórico de FRI que realizaram duas transferências prévias de blastocistos geneticamente normal (análise CGHa) foram reavaliadas. Após aconselhamento sugeriu-se a realização do estudo endometrial (ERA) para avaliar o potencial de receptividade endometrial e a determinação do melhor dia para a transferência embrionária. Nas duas mulheres, a biópsia endometrial foi realizada em ciclo natural sete dias após o pico de LH urinário (LH+7) com o auxílio de uma pipelle (Cornier). As amostras foram submergidas em RNA-later (Qiagen) e enviadas ao laboratório Iviomics para análise. O diagnóstico para os dois casos foi receptivo (IC = 0,908) e as transferências, de único embrião geneticamente normal, foram realizadas na fase lútea o dia LH+7 do ciclo natural seguinte. Nos dois casos, apenas 1 embrião (46, XY) foram transferidos e ambas as pacientes engravidaram. COMENTÁRIOS: Este relato de casos ilustra a integração da Biologia Molecular tanto na avaliação embrionária como na endometrial. Estas contribuições da Ciência contemporânea possibilitam determinar o melhor dia para a transferência embrionária, o sucesso da implantação e o cariótipo (CGHa) embrionário antes transferência de blastocistos humanos.
PO 21 - Eficácia dos ciclos de transferência de embriões recongelados com a técnica de vitrificação
Gomes, FG.; Fujii, MG; Gomes, AP; Lopes, DR; Gonçalves, SP; Monteleone, PAA.
Clínica de Reprodução Humana Monteleone
flagobetti@hotmail.com
OBJETIVO:Avaliar a eficácia da transferência de embriões provenientes de ciclos de recongelamento. Material e métodos: Estudo retrospectivo realizado no período de maio/2010 a abril/2013, onde se analisou os dados de 23 ciclos de transferência de embriões recongelados, com um total de 62 embriões. Após a transferência do ciclo a fresco, os embriões excedentes foram criopreservados em estágio de clivagem. Devido ao resultado negativo, esses embriões foram descongelados para uma segunda tentativa. Após o descongelamento, esses embriões foram mantidos em cultivo até o 5o dia do desenvolvimento embrionário para a transferência. No caso de embriões excedentes nesse ciclo de descongelamento, esses foram avaliados quanto a sua viabilidade e, então, recongelados. A seleção para o recongelamento foi feita a partir da análise morfológica dos blastocistos, seguindo os critérios de Gardner, e da sobrevivência (≥ 50% de células vivas). Na necessidade de uma terceira tentativa, esses blastocistos foram descongelados e mantidos em cultura por pelo menos 2 horas para a análise da recuperação/ expansão dos blastocistos. Em 41% dos casos (9/22) a transferência foi realizada no mesmo dia do descongelamento (5o dia de cultivo) e em 59% (13/22) no dia seguinte (6o dia de cultivo). Resultados: A taxa de sobrevivência (≥ 50% de células vivas) após o segundo descongelamento foi de 85%. Apenas 1 paciente teve a transferência cancelada por falta de embriões viáveis. A taxa de gestação foi de 64% (14/22) por transferência, a de gestação evolutiva de 32% (7/22) e a de aborto de 42% (5/12). Conclusão: Com o uso da técnica de vitrificação, a criopreservação, mesmo em congelamentos seguidos, tem resultados clínicos satisfatórios e representa uma importante ferramenta no tratamento, com segurança e comodidade ao paciente.
Nosso estudo indicou que o recongelamento representa uma boa alternativa para os embriões excedentes descongelados.
PO 22 - O processo de medicalização no desejo de ser mãe
Oliveira, TH.; Bueno, EB; Lopes, SG; Ribeiro, MGM
Faculdade de Medicina do ABC
thamireshonoriooliveira@hotmail.com
Introdução: O crescimento da incidência dos fatores de infertilidade traz consigo o aumento da demanda por tratamentos especializados. Os aspectos que circundam o tratamento das pacientes submetidas à técnicas de reprodução assistida, compreendem desde o desejo de ser mãe a utilização de medicações e procedimentos cirúrgicos. Atualmente o processo de auto aplicação de drogas indutora de ovulação, em domicilio, se faz necessário para a preparação do procedimento cirúrgico (punção ovariana). Pacientes envolvidas neste processo devem ser orientadas quanto a técnica de manipulação e auto aplicação. OBJETIVO: Avaliar o entendimento das pacientes em ciclo de Fertilização In vitro ou Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides, sobre manipulação e aplicação das medicações, orientadas pelas enfermeiras, em uma instituição de saúde reprodutiva do ABC. Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo, onde 60 mulheres admitidas no programa de reprodução humana assistida e indicadas para o tratamento de FIV ou ICSI, no primeiro semestre de 2013, concordaram em responder 2 questionários auto aplicáveis para avaliação do processo de orientação quanto ao uso das medicações em domicilio. Após as orientações oferecidas pelas enfermeiras, foi aplicado o primeiro instrumento. O segundo foi respondido após o procedimento cirúrgico a fim de avaliar o entendimento após a realização da técnica. Resultados: A amostra caracterizou-se por 60 mulheres, sendo que 83,3% não possuíam filhos, com prevalência de idade de 35 a 40 anos. Dessas mulheres 53,3% não realizaram tratamento anterior e 90 % das indicações de tratamento foram FIV. Os resultados demonstraram que 91,7% não apresentaram dificuldades na manipulação das medicações e que 50% necessitaram de ajuda de um familiar para a aplicação. As pacientes avaliaram como boa e excelente (95%), as orientações oferecidas pelas enfermeiras, porem relataram que as dificuldades encontradas (8,3%) estão relacionadas a manipulação da caneta e quebra da ampola de vidro. Conclusão: o método de orientação realizado pelas enfermeiras do programa de reprodução humana assistida foi eficiente para entendimento das pacientes que participaram do processo de FIV ou ICSI. O processo de comunicação eficiente entre enfermeiras e pacientes garantiu a segurança da técnica e uma relação de confiança entre equipe de enfermagem e cliente.
PO 23 - O efeito do Tribulus terrestris sobre os parâmetros seminais de camundongos
Pessiquelli, E.; Amaral, V.L.L.; Salvador, R.A.
UNIVALI - Universidade do Vale do Itajai
pessiquelli@hotmail.com
OBJETIVO: A planta Tribulus terrestris é amplamente utilizada como suplemento alimentar na tentativa de aumentar a massa muscular, com fins de fisiculturismo. Este trabalho se propôs analisar os efeitos da suplementação alimentar contendo Tribulus terrestris sobre os parâmetros espermáticos de camundongos Swiss.Metodologia: Foram utilizados 36 camundongos machos Swiss que foram divididos em quatro grupos : grupo I – (dose terapêutica 3,24 mg/kg); grupo II – (5x a dose terapêutica 16,2 mg/kg); grupo III – (10x a dose terapêutica 32,4 mg/kg); grupo controle – somente água filtrada. Todas as concentrações foram administradas por gavagem em um volume de 0,2 mL. O tratamento foi realizado diariamente por 35 dias, período este que compreende a espermatogênese em camundongos. Ao final do tratamento os animais foram mortos em câmara de CO2/O2. Foi realizada punção cardíaca para dosagem de testosterona sérica total e o fígado, baço, rim e testículos foram retirados e pesados. Os parâmetros seminais (motilidade, concentração, vitalidade e morfologia) foram analisados, assim como os níveis de testosterona. O nível de lipoperoxidação foi determinado através da concentração de malonaldeído (MDA) gerado pelo ensaio do acído tiobarbitúrico (TBARS) sendo estas analises foram feitas nos espermatozóides. As análises estatísticas foram realizadas pela analise de variância (ANOVA) e o teste de qui-quadrado, considerando-se estatisticamente significativo p<0,05. Resultados: Não foram observados sinais clínicos de toxicidade sistêmica ou alteração comportamental. Não houve diferença no peso do fígado, rins, baço e testículo entre os grupos. Animais que receberam 10x a dose terapêutica de Tribulus terrestris apresentaram uma maior motilidade (P<0,00001), sendo a média de 62,4% e 81,6% para os grupos controle e 10x a dose terapêutica, respectivamente. Não houve variação nos níveis de testosterona (p=0.3). As concentrações de MDA encontradas nos grupos não foram diferentes (p=0.09). Conclusões: O extrato de Tribulus terrestris não apresentou toxicidade sistêmica e possui potencial para melhorar alguns parâmetros seminais, como a motilidade espermática por exemplo.
PO 24 - Análise comparativa entre sistema de cultivo único e sequencial em embriões bovinos biopsiados
Polisseni, J.; Camargo, L.S.A; Peters, V.M.; Guerra, M.O.; Caetano, J.P.J.
Clínica Pró-Criar/Monte Sinai
juliana.polisseni@procriar.com.br
OBJETIVO: Avaliar o desenvolvimento embrionário de blastocistos cultivados em sistema de cultivo único e sequencial utilizando embriões bovinos biopsiados como modelo experimental. Métodos: 840 complexos cúmulus-ovócitos foram obtidos de ovários de vacas abatidas em madtadouro municipal de Juiz de Fora, e, em seguida, maturados e fertilizados in vitro. Zigotos foram distribuídos aleatoriamente entre os grupos para cultivo: Charles Rosenkrans 2 (CR2aa) (n = 235), sistema seqüencial (G1/G2) (n = 228), sistema seqüencial (ECM/Multiblast) (n = 233) e sistema único (Global) (n = 165). No terceiro dia após a inseminação a taxa de clivagem foi avaliada e embriões 8-16 células de todos os grupos foram biopsiados e retornados ao cultivo. A taxa de blastocisto foi avaliada 192 horas após a fertilização. Diferenças estatísticas entre os grupos foram analisadas pelo teste do qui-quadrado. Um valor de P <0,05 foi considerado significativo. Resultados: Taxas de clivagem (85,5%; 79,4%; 79,7%; 76,8%, respectivamente para os grupos CR2aa, G1/G2, Global, ECM/Multiblast) e de blastocisto (63,6%; 64,6%, 55,3%, 53,4%, respectivamente) foram semelhantes entre o sistema de cultivo único e sequencial para embriões bovinos biopsiados, quando comparado com o meios de cultivo (CR2aa) utilizado rotineiramente para o modelo experimental em questão. Conclusões: Os sistemas de cultivo único e sequencial não interferem no desenvolvimento de embriões biopsiados.
PO 25 - Injeção endometrial de gonadotrofina coriônica humana antes da transferência de blastocistos pode melhorar as taxas de gravidez e implantação em ciclos de preparo endometrial de receptoras de óvulos
Cambiaghi, A.S.; Leao, R.B.F.; Alvarez, A.V.; Nascimento, P.F.
IPGO
asc@ipgo.com.br
OBJETIVO: Avaliar a eficácia da injeção endometrial de gonadotrofina coriônica humana (hCG) antes da transferência de embriões como terapia adjuvante para aumentar as taxas de implantação e gravidez em ciclos de transferência de blastocistos frescos derivados de óvulos doados. Material e métodos: Entre Janeiro e Dezembro de 2012, foram selecionadas 44 mulheres em ciclos de preparo endometrial para transferência de embriões derivados de óvulos doados. As pacientes foram alocadas randomicamente por sistema de computador em dois grupos no dia da transferência. Todas as doadoras tinham menos de 35 anos. Os critérios de inclusão foram: linha endometrial >7mm no dia da coleta de óvulos da respectiva doadora e pelo menos 2 blastocistos para serem transferidos. No grupo 1 (n=22), foram submetidas a uma injeção intrauterina de 500 UI de hCG, 6 horas antes da transferência. No grupo 2 (n=22), as mulheres foram direto para a transferência. Para todas, foram transferidos 2 blastocistos. As variáveis estudadas foram: taxas de gravidez, gravidez clínica e implantação, comparadas utilizando teste qui-quadrado ou exato de Fisher. Resultados: No grupo de mulheres que recebeu a injeção de hCG, foram observados aumentos na taxa de implantação (61.3% vs. 35.2%), gravidez (84.4% vs 68.2%) e gravidez clínica (81.8% vs 63.3%) comparadas ao grupo sem hCG. Os resultados não tiverem significância estatística, provavelmente pelo pequeno número de casos. Conclusões: Injeção intrauterina de hCG antes da transferência de embriões parece aumentar as taxas de implantação e gravidez clínica em transferências de blastocistos provenientes de oócitos frescos doados. Entretanto, maiores estudos são necessários para se confirmar a eficácia desta terapia adjuvante.
PO 26 - Polimorfismos de nucleotídeo único: avaliação da distribuição sexo-específica em uma população infértil
Baruffi, R.L.R.; Petersen, C.G.; Vagnini, L.D.; Mauri, A.L.; Oliveira, J.B.A.; Franco Jr., J.G.
Centro de Reprodução Humana Professor Franco Jr./Centro Paulista de Diagnóstico e Pesquisa
baruffir@crh.com.br
OBJETIVO: Analisar possíveis diferenças sexo-específicas na distribuição dos polimorfismos de nucleotídeo único (Single Nucleotide Polymorphisms) de genes envolvidos na falha reprodutiva humana. Material e métodos: Nesse estudo foram incluídos 303 mulheres e 282 homens em investigação de infertilidade. O DNA foi extraído a partir de sangue periférico, e os seguintes polimorfismos de nucleotídeo único foram genotipados por PCR em tempo real: 1) timina(T)/guanina(G) (rs929271) do Fator Inibidor de Leucemia (LIF); 2) arginina(Arg)/prolina(Pro) (rs1042522) no códon 72 do gene da proteína supressora de tumor 53 (TP53); 3) adenina(A)/guanina(G) (rs1529916) da protease ubiquitina-específica associada ao herpesvirus (HAUSP); 4) adenina (A)/timina (T) (rs1900173) da Glicoproteína 130 (gp130 ou IL6ST) e 5) -1154 guanina(G)/ adenina(A) (rs71815284) do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). As análises foram realizadas utilizando teste Chi-quadrado, onde P <0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: As distribuições genotípicas de Hardy-Weinberg de todas as amostras evidenciaram concordância entre as frequências observadas e esperadas. Na análise após estratificação por sexo, os cinco polimorfismos estudados não apresentaram diferenças na frequência dos alelos: gene LIF (P=0,8) - alelo T (67% mulheres x 66,4 homens), alelo G (33% mulheres x 33,6% homens); gene TP53 (P=0,8) - Arg (70,3% mulheres x 69,7% homens), Pro (29,7% mulheres x 30,3% homens); gene HAUSP (P=1,0) – alelo G (71,3% mulheres x 71,2% homens), alelo A (28,7% mulheres x 28,8% homens); gene gp130 (P=0,7) – alelo A (91,1% mulheres x 90,4% homens), alelo T (8,9% mulheres x 9,6% homens); gene VEGF (P=0,2) – alelo G (71% mulheres x 68% homens), alelo A (29% mulheres x 32% homens). Também não foram encontradas diferenças significativas para os genótipos específicos entre homens e mulheres. Adicionalmente, uma análise da associação de múltiplos polimorfismos (2, 3, 4 ou 5) e uma análise estratificada por idade não revelaram nenhuma correlação sexo-específico significante. Conclusões: Este estudo identificou uma distribuição similar entre homens e mulheres para os cinco polimorfismos estudados nessa população infértil. Assim, a diferença entre os gêneros para esses polimorfismos parece não ser marcador promissor para a avaliação da infertilidade.
PO 27 - Avaliação da influência do neutral red no desenvolvimento de folículos secundários de macaco rhesus em sistema tridimensional de cultivo
Bulgarelli, D.L.; Ting, A.Y.; Zeinski, M.B.
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP. Brasil.
daialbulga@gmail.com
OBJETIVO: Neutral Red (NR) pode ser usado como um indicador de viabilidade celular em oócitos e células da granulosa. Devido a densidade do estroma do cortex ovariano de primatas, o NR pode auxiliar na identificação de folículos secundários em fragmentos do tecido cortical, priorizando a criopreservação em pacientes oncológicas que necessitam preservar a fertilidade. Porém, o efeito na viabilidade e no desenvolvimento in vitro folicular ainda não foi investigado em primatas. Material e métodos: Córtex ovariano de macaco rhesus adulto (n=4, 8-11 anos, ciclo normal), foram cortados em fragmentos de 1x1x0.5 mm3, incubados em meio McCoys com NR (50µg/ml) e lavados por 10 min. Folículos secundários isolados sem (grupo controle) e com NR (grupo estudo) foram encapsulados em alginato (0.25%) e cultivados por 5 semanas a 5% de O2 em meio αMEM suplementado com FSH. A sobrevida, crescimento e formação de antro foram analisados. Resultados: Folículos secundários foram visualizados após o tratamento com NR e após 5 semanas em cultivo, a taxa de sobrevida foi similar entre os grupos controle (71±13%) e NR (68±9%). Não houve diferença estatística na formacão de antro de folículos viáveis entre os grupos controle (70±17%) e NR (48± 24%). A porcentagem de folículos viáveis que cresceram rapido (fast grow) (atingiram >0.5 mm em 5 semanas; 24% vs 13%, controle e NR, respectivamente), devagar (slow grow)(250 – 500 micrômetros; 66% vs. 60%) ou aqueles que não cresceram (no grow) (permaneceram <250 micrômetros; 10% vs. 27%) foram similar entre os grupos. Conclusão: NR não influencia a sobrevida de folículos secundários e a formação de antro. No entanto, os folículos corados com NR apresentaram diâmetro menor após cultivo por cinco semanas. Portanto, é possível que o NR tenha um efeito sobre outros aspectos do desenvolvimento follicular, no qual precisam ser investigados. Assim como estudos futuros são necessarios usando o NR para confirmar a presença de folículos, antes do transplante de tecido, bem como a utilização de NR para avaliar técnicas de criopreservação.
PO 28 - Comparação entre dois diferentes protocolos de vitrificação de folículos secundários isolados de macaco rhesus em sistema fechado
Bulgarelli, D.L.; Ting, A.Y.; Zelinski, M.B.
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto FMRP. Universidade de São Paulo, USP.
daialbulga@gmail.com
OBJETIVO: A criopreservação de folículos secundários isolados, através da vitrificação, vem sendo investigada como uma nova estratégia de preservação da fertilidade para pacientes oncológicas que estão ou não na puberdade. Nesse estudo, dois protocolos de vitrificação foram investigados em relação a influência na sobrevida dos folículos isolados após cultivo em sistema tridimensional. Material e métodos: Ovários foram obtidos de macaco rhesus adulto (n=8, 8-11 anos, ciclo normal), o cortex foi cortado em fragmentos de 1x1x0.5 mm3 e folículos secundários foram isolados mecanicamente sem digestão enzimática. Os folículos foram incubados na solução de vitrificação contendo 25% glicerol, 25% etilenoglicol e 12.5% PXZ polímeros (P-1000 polivinilpirrolodona, X-1000 alcool polivinílico e Z-1000 poliglicerol) em dois diferentes tempos de exposição aos crioprotetores (VT1: 1’, 1’, 1’ e 10”; VT2: 5’, 3’, 2’ e 10”). Depois os folículos foram transferidos para palheta de 0.25ml, na qual foi selada em ambas as extremidades e estocada em nitrogênio líquido. No descongelamento, a palheta foi mantida a temperatura ambiente por 10” e submergida em água aquecida a 40°C por 5”. Os folículos descongelados foram transferidos para Holding Media contendo 1M, 0.5M, 0,25M de sacarose por 3’ cada e 0M sacarose por 5’. Folículos frescos e desvitrificados foram encapsulados em 0.25% de alginato e cultivados por 7 dias a 5% de O2 em meio αMEM suplementado com FSH-r humano. Resultados: Houve diferença na taxa de sobrevida dos folículos secundários no VT1 entre os grupos fresco e vitrificado (87± 1%; 25± 12.8%, respectivamente; P <0.05). Enquanto, no VT2 não houve diferença entre os grupos fresco (80± 7.4%) e vitrificado (68 ± 11.6%) (P>0.05). Quando comparamos os grupos vitrificado do VS1 com VS2 encontramos uma tendência a diferença (25% e 68%, respectivamente) (p= 0.054). Conclusão: A vitrificação de folículos secundários isolados, usando o maior tempo de exposição aos crioprotetores apresentou melhor taxa de sobrevida em comparação com o menor tempo. O VT2 permitiu aos folículos o tempo ideal para todo oprocesso osmótico e assim ideal preservação folicular. Porem, mais estudos são necessários para investigar a influência do processo de vitrificação de folículos secundários isolados cultivados por um longo período.
PO 29 - Avaliação entre o nível de estresse oxidativo no fluido folicular em pacientes submetidas à fertilização in vitro
Antunes, R.A.; Pizzaro, B.M.; Fortunato, R.S.; Mancebo, A.C.A.; Souza, M.C.B.; Ortiga-Carvalho, T.M.
FERTIPRAXIS Centro de Reprodução Humana; Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ
robertoantunes@globo.com
Objetivos: Sugere-se que o aumento nos níveis de espécies reativas de oxigênio (ERO) no fluido folicular (FF) estaria associado a ausência ou não maturação de oócitos, má qualidade embrionária e insucesso na gravidez. Pretendemos estudar o FF de 150 mulheres submetidas a procedimento de fertilização in vitro, avaliando níveis de: grupamento tiol reduzido, atividade catalásica (AC) e peroxidação lipídica (PL) e taxas de gravidez, transferência de embrião e presença do oócito no FF. Métodos: 36 mulheres com idade média de 35,22 ± 0,72 anos submetidas a fertilização in vitro entre 09/12 e 02/13 foram incluídas. Aprovado pela plataforma Brasil (02213812.4.0000.5275). O FF retirado do primeiro folículo aspirado no dia da captação dos oócitos, assim como o embrião gerado a partir desta coleta foram analisados. Níveis do grupamento tiol no FF foram medidos utilizando reagente 5,5’-dithiobis-2-nitrobenzoic acid (DTNB). Na medida da AC a concentração de H2O2 foi determinada incubando-se a mistura com uma solução Amplex Red + peroxidase de raiz forte. A PL foi verificada através das concentrações de TBARS utilizando ácido tricloroacético 10%, ácido tiobarbitúrico 0,8%, SDS 8,1% e butanol. Resultados em média ± EPM. Análise estatística através do teste t não pareado. Resultados: Comparando-se na seguinte ordem, presença e ausência de oócito no FF estudado, observa-se que no grupo com oócito apresentou tendência a aumento na AC (1537±215 vs. 1104±184 U catalase/mg ptn; p=0,13), entretanto, os níveis de grupos tiol (5,29±0,3 vs. 5,49±0,44 µMolar DTNB reduzido/mg ptn) e PL (1,83±0,19 vs. 2,11±0,19 ηg MDA/µl) não apresentaram diferença. Mulheres que engravidaram apresentaram tendência a aumento da AC em relação as não grávidas (1533±319 vs. 1234±160 U/mg; p=0,37), como também observou-se tendência a aumento da AC em mulheres que tiveram o embrião transferido no mesmo ciclo (1380±161 U/mg vs. 1013 ± 312 U/mg; p=0,32) daquelas que transferiram em outro ciclo. Níveis de grupos tiol e PL não apresentaram diferença. Conclusões: Resultados preliminares não mostram diferenças entre os níveis de grupos tiol, AC e PL com os parâmetros avaliados, porém, espera-se que, com o aumento de pacientes estudadas, as diferenças observadas quanto aos níveis de AC e de PL tornem-se significativas.
PO 30 - Análise comparativa da Resolução Brasileira de Reprodução Assistida, CFM 2013/2013, com as legislações/regulamentações do Canadá, Espanha, França e Itália
Penna, M.L.; Paulino, L.S.; Coxir, S.A.; Cardoso, F.O.; Lopes, A.C.S.; Pereira, A.K.
Universidade FUMEC e UFMG
mlpenna@fumec.br
OBJETIVO: Comparar a Resolução Brasileira de Reprodução Assistida, CFM 2013/2013, com as legislações/ regulamentações de outros países (Canadá, Espanha, França e Itália) sob os seguintes aspectos: fecundação heteróloga, homóloga, anonimato do doador, útero de substituição, idade máxima para as mulheres utilizarem as técnicas de RA, quantidade máxima de embriões a serem transferidos para a receptora e permissão de utilização das técnicas por casais heterossexuais, homossexuais e pessoas solteiras. Material e métodos: Foi feita uma pesquisa na literatura nas bases de dados MEDLINE, SCIELO e LILACS com palavras chave: reprodução assistida, legislação e regulamentação. Foi realizada concomitantemente pesquisa documental junto aos Conselhos de Medicina e governos dos países em estudo. Resultados: A partir da comparação da documentação obtida, podemos verificar os seguintes. Resultados: 1- Fecundação homóloga e para casais heterossexuais: os cinco países autorizam as realizações. 2- Fecundação heteróloga: apenas a Itália não permite a realização. 3- Anonimato da fecundação heteróloga; exigida por Brasil, Espanha e França, opcional para o Canadá, na Itália o procedimento é proibido. 4- Realizações das técnicas de RA para casais homossexuais e pessoas solteiras: são permitidas no Brasil, Canadá e Espanha e proibidas na França e Itália. 5- Útero de substituição: permitida em situações pré-estabelecidas no Brasil, sem restrições no Canadá e proibido pelos outros três países. 6- Idade máxima da ♀ a ser submetida às técnicas: 50 anos no Brasil, sem restrições no Canadá e Espanha e durante a idade fértil na França e Itália. 7- Número máximo de embriões a serem transferidos: no Brasil depende da idade da mulher, 3 na Espanha e Itália e no Canadá e França não há menção na documentação analisada. 8- Fertilização post mortem: permitida na Espanha e no Brasil (este com autorização prévia) e não é permitida nos outros três. Conclusão: Este estudo permitiu observar que a velocidade com que ocorrem as mudanças sociais, políticas, científicas e culturais, além das questões polêmicas inerentes à RA, fazem com que muitos países apresentem regulamentações obsoletas ou até mesmo a ausência de uma legislação oficial, como ocorre no Brasil, tornando necessária a reformulação e a criação de novas leis/regulamentações. Essas, aos poucos, deixam de ser um tratamento para casais inférteis para se tornarem um direito às pessoas que querem ter um filho.
PO 31 - Estudo comparativo entre protocolos de criopreservação de testículo imaturo de ratos
Radaelli, M.R.M.; Almodin, C.G.; Gonçalves, A.J.; Minguetti, V.; Nassif, A.E.; Almodin, P.M.
Materbaby
rafaradaelli@yahoo.com.br
OBJETIVO: Estudos de criopreservação de tecidos germinativos têm sido desenvolvidos no intuito de proteger o potencial fértil em pacientes que serão submetidos à quimioterapia e/ou radioterapia e outros tratamentos que frequentemente levam à infertilidade. Neste estudo comparou-se duas técnicas de criopreservação de tecido testicular: congelamento lento e vitrificação. O material e o método utilizados foram: Cinco ratos submetidos à orquiectomia bilateral com posterior preparo dos dez testículos. Dividiu-se a amostra em três grupos: Grupo A - testículos analisados a fresco; Grupo B - testículos submetidos ao congelamento lento e programado e Grupo C - testículos submetidos ao protocolo de vitrificação. As amostras de tecido testicular foram submetidas à avaliação histológica pela coloração com Hematoxilina-eosina e classificadas pelo score descrito por Milazzo, em 2008. Os Resultados: O score nuclear, epitelial e a soma dos scores oriundo da análise histológica, foi semelhante entre as técnicas de criopreservação e o tecido a fresco, com p=0,9999. A conclusão a que se chegou com o estudo foi a de que o processo de criopreservação por vitrificação demonstrou resultados semelhantes ao congelamento de tecido testicular em ratos.
PO 32 - Avaliação dos parâmetros seminais de pacientes com diagnóstico de câncer
Nimwegen, A.; Chiarella, C.L.; Braga, S.S.; Ghirelli Filho, M.; Conceição, G.S.; Barbosa, C.P.
Instituto Ideia Fertil - Faculdade de Medicina do ABC
angela.nimwegen@ideiafertil.com.br
OBJETIVO: verificar se a presença e/ou o tipo de câncer compromete a qualidade espermática; também comparar os parâmetros seminais desses pacientes com os de pacientes inférteis e com os doadores de sêmen. Material e métodos: pacientes foram selecionados do programa de preservação de fertilidade. Foram avaliados os seguintes parâmetros: idade, tipo de câncer, volume seminal, densidade e motilidade espermática. Os pacientes oncológicos foram pareados pela idade com doadores de sêmen e com os pacientes inférteis. Fatores de exclusão: idade inferior a 21 anos e superior a 45 anos. Dados são apresentados como media e desvio padrão. Resultados: A prevalência dos tipos de câncer em 63 pacientes foi: 52% testículo, 14% linfoma não-Hodgkin, 9.3% intestino, 7% linfoma de Hodgkin, 4.7% leucemias, 4,7% tireoide, and 8.3% outros. Comparação entre os grupos mostrou diferença significativa na concentração e motilidade espermática, sendo o grupo infértil com menores valores em ambos os parâmetros. Correlação significativa foi observada entre o tipo de câncer e a idade, mas não com os parâmetros seminais. Conclusão: Na população estudada, a presença do câncer, mas não o tipo histológico parece afetar a qualidade espermática de homens em idade reprodutiva.
PO 33 - Detecção do vírus da Hepatite C no sêmen e sangue periférico de pacientes portadores da doença
Nimwegen, A.; Rodart, I.; Carvalho, W.A.P.; Takata, S.A.; Chiarella, C.L.; Barbosa, C.P.
Instituto Ideia Fertil - Faculdade de Medicina do ABC
angela.nimwegen@ideiafertil.com.br
OBJETIVO: Detectar a presença do vírus da Hepatite C no sêmen de portadores da doença que serão submetidos à técnica de reprodução assistida.
Material: Foram utilizadas amostras de sêmen e sangue periférico. Métodos: as amostras de sêmen foram obtidas através de masturbação. O processamento seminal foi realizado em até 30 minutos após a ejaculação. As amostras seminais foram diluídas 1:1 com meio de cultura Hepes, suplementado com 10% de HSA (Albumina Sérica Humana) e centrifugado a 1.600 rpm durante 10 minutos. O sobrenadante foi retirado e adicionado ao pellet formado 1,0 mL do meio de cultura Hepes para ressuspensão dos espermatozóides. Realizado técnica de gradiente e swin-up posteriormente. Foi realizada uma coleta de sangue periférico dos pacientes em tubo seco com gel separador de 10 mL para obtenção do soro através do método de escalpe. As amostras de sêmen in natura e pós-lavado e de soro foram submetidos a extração do RNA viral por meio, QIAamp viral. Após a obtenção do RNA dodo Kit de Extração da QIAGEN VHC, foi realizada a técnica de Transcrição reversa para obtenção do cDNA. Este foi submetido a técnica de Nested-PCR para detectar a presença viral. Resultados: Foram obtidas 24 amostras de sêmen in natura e pós-lavado e 21 amostras de sangue periférico. A detecção viral estava presente no sangue periférico de 28,57% (6/21) e em 12,5 % (3/24) das amostras seminais in natura. Não foi detectada a presença viral em nenhuma das amostras pós-lavada. Conclusão: Nos casos avaliados, a detecção de carga viral foi mais prevalente no soro periférico do que no plasma seminal. A tripla lavagem seminal mostrou-se eficiente para remoção da carga viral de HCV, permitindo a utilização do mesmo para técnicas de reprodução assistida de maneira mais segura.
PO 34 - Prevalência de alterações seminais, genéticas e microbiológicas em pacientes doadores
de sêmen
Silva Braga, S.; Rodart, I.; Dos Reis, A.P.; Parente Barbosa, C.; Christofolini, D.; Nimwegen, A.
Instituto Ideia Fértil em Saúde Reprodutiva
simonesilvabraga@hotmail.com
OBJETIVO: Avaliar os motivos de exclusão dos doadores candidatos ao banco de sêmen. Material e métodos: Foram avaliados 152 doadores entre agosto de 2008 a abril de 2013. Critérios de exclusão conforme RDC nº 23/2010: 1º) triagem clínica: idade até 45 anos, doenças genéticas familiares ou próprias, malformações congênitas, história familiar de doença autossômica recessiva ou dominante, história de neoplasia maligna, asma, diabete juvenil, epilepsia, psicose, artrite reumatóide, doença coronariana precoce; 2º) triagem sorológica: sífilis, HIV 1, HIV 2, hepatite B, hepatite C e HTLV I e II; 3º) triagem microbiológica: Chlamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma hominis, Neisseria gonorrhoeae e bactérias aeróbias; 4º) cariótipo e 5º) alteração seminal. Resultados: Dos 152 candidatos ao banco de sêmen foram excluídos 47, sendo: 29,79% desistiu, 21,28 % alteração seminal, 14,89% cariótipo alterado, 10,64% sorologia positiva, 6,38% usuário de drogas ilícitas, 4,26% idade, 4,26% diabético, 2,13% histórico de diabetes tipo I e 2,13% histórico de lúpus. Houve associação de fatores em 4,26% dos casos. Com relação aos exames microbiológicos 14,47% apresentaram resultado positivo, porém foram tratados e aceitos. As alterações mais frequentes em cada critério foram: oligoastenozoospermia (40%), cariótipo 46, XY, Yqh+ (42,9%) e sorologia positiva para HIV e HCV (40%). Conclusão: O maior motivo de exclusão do banco de sêmen foi por desistência dos candidatos em realizarem os exames após 6 meses, seguido de alteração seminal, alteração no cariótipo e sorologia positiva.
PO 35 - Mulheres assintomáticas infectadas por neisseria gonorrhoeae: revisão sistemática da literatura
Fernandes, L.B.; Mendonça, C.R.; Arruda, J.T.; Garcia-Zapata, M.T.A.; Approbato, M.S.
Universidade Federal de Goiás
liliambf@hotmail.com
Introdução: A gonorreia é uma DST comum em mulheres em idade fértil. Cerca de 80% dessas mulheres apresentam a forma assintomática da doença, dificultando o diagnóstico precoce. Essa forma pode evoluir para doença inflamatória pélvica e infertilidade. Cerca de 10% dessas pacientes se submetem as Técnicas de Reprodução Assistida. Objetivos: Identificar estudos que analisaram a prevalência de Neisseria gonorrhoeae em mulheres assintomáticas em diferentes populações, a faixa etária, as técnicas moleculares utilizadas no diagnóstico e os tipos de materiais biológicos empregados nos estudos. Métodos: Uma revisão sistemática da literatura seguindo as recomendações do PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) foi conduzida nas bases PubMed, LILACS, SciELO, BVS e EMBASE. Foram revistos artigos em português, inglês e espanhol, publicados de 2003 a 2012. Os unitermos buscados foram: Neisseria gonorrhoea, prevalence, women, asymptomatic, PCR, molecular techniques, biological sample. Critérios de inclusão: diagnóstico utilizando NAAT (Nucleic amplification acid test), amostra não purulenta e pacientes do gênero feminino assintomáticas. Critérios de exclusão: estudos de revisão, editorial, carta ou comentário, e aqueles com diagnóstico realizado por outras técnicas, com amostra purulenta ou por insuficiência de dados. Resultados: Foram encontrados 737 artigos dos quais 26 foram incluídos na revisão, publicados em 17 países distintos. A população predominante foi de jovem (27%) e mulheres profissionais do sexo (23%). A idade variou de 12 a 59 anos. O material biológico mais frequente foi swab endocervical (38,46%), swab vaginal (30,76%), urina (15,38%) e a associação dos mesmos (15,4%). A PCR convencional foi a escolha de 12 estudos para diagnóstico de NG. Nos outros 14 estudos foram utilizados distintos kits diagnósticos comerciais. Conclusões: A prevalência da NG é maior em grupos de risco como mulheres profissionais do sexo e jovens expostas a vários parceiros sexuais. O uso da NAAT como técnica para detecção dessa DST é uma realidade tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento no âmbito científico. Apesar dessa técnica permitir o uso de amostras menos invasivas, como urina e swab vaginal, ainda é frequente o uso de swab endovaginal. O diagnóstico precoce é essencial para o tratamento eficiente evitando danos reprodutivos as pacientes infectadas.
PO 36 - Resultados da vitrificação de oócitos em um programa no Brasil: acompanhamento de 52 bebês nascidos
Rossi, A.L.; Alegretti, J.R.; Riboldi, M.; Bonavita, M.; Serafini, P.C.; Motta, E.L.A.
Huntington Medicina Reprodutiva
cientifico@huntington.com.br
OBJETIVO: Avaliar o seguimento de bebês nascidos e suas complicações, em ciclos de oócitos previamente vitrificados e submetidos a FIV, após descongelamento, com a transferência de embriões com preparo endometrial exclusivo. Material e métodos: Estudo retrospectivo, observacional, realizadoentre janeiro de 2005 e dezembro de 2011. Um total de 211casos, em sua maioria ciclos de FIV com estimulação ovariana controlada, mas com mais de 08 oócitos recuperados e este excedente criopreservado. Alguns casos de preservação oocitária pura também foram realizados. Os protocolos de vitrificação foram realizados com sistemas abertos e fechados de armazenamento de oócitos. As mulheres apresentaram idade entre 19 e 40 anos e os resultados avaliados foram taxas de sobrevivência após desvitrificação, taxas de fertilização dos oócitos, desenvolvimento embrionário, gestação, implantação e bebês nascidos. Resultados: Durante 06 anos, 193 mulheres foram avaliadas, com idade média de 34,7±6 anos,produzindo2563 oócitos, que foram vitrificados. Destes, o total de 1571 oócitos em MII foram desvitrificados. A taxa de sobrevivência imediatamente após o descongelamento foi de 83% (1308 de 1571 oócitos) e após 4 horas foi de 80% (1257 de 1571 oócitos). Em todos os casos procedeu-se a ICSI com 73% de fertilização. Em 188ciclos ou 97% dos casos, procedeu-se a transferência embrionária (TE), sendo 177 a TE em dia 3 do desenvolvimento in vitro e 11 delas em D5, que resultou em taxa de gestação clinica de 34% e 12% de implantação embrionária. A média de embriões transferidos foi de 2,6±1 (538 embriões). Um total de 66 sacos gestacionais foram visibilizados, todos com batimentos cardíacos. Observamos 40 bebêsnascidos a termo, 12 bebês nasceram prematuroscom 34, 35 e 36 semanas (4 bebês de cada grupo). Cariótipos normais foram observados em todos os bebês e malformações maiores (cardíacas, pulmonar, óssea, sistema nervoso central) não foram observadas nos 6 primeiros meses após o nascimento. Conclusão: Os bons resultados no sucesso de descongelamento de oócitos vitrificados demonstraram a eficiência dos protocolos de vitrificação existentes e possíveis de utilização no Brasil. Além disso, seu uso na rotina das clínicas de fertilização permitiu que inúmeras mulheres fossem beneficiadas na preservação de sua fertilidade.
PO 37 - Avaliação do desenvolvimento embrionário atráves do monitoriamento via “time lapse” ciclos com uso de agonista de GnRH versus antagonista de GnRH
Macedo, J.F.; Melo, K.R.B.; Gomes, L.M.O.
Clínica Reproferty
katia@reproferty.com.br
OBJETIVO: O objetivo do estudo é avaliar se o tipo de supressão da pituitária interfere nos tempo de desenvolvimento e divisão celular do embrião através do monitoramento via “time lapse”.Material e métodos: É um estudo retrospectivo onde foram avaliados 242 mulheres durante os ciclos de ICSI, sendo 136 provenientes de ciclos com uso do antagonista de GnRH e 106 de ciclos com uso de agonista do GnRH. O critério de inclusão foi idade ≤ 37 anos, primeiro ciclo de FIV/ICSI, BMI < 30 Kg/m², ciclo menstrual regular e ambos os ovários presentes. Os critérios de exclusão foram: síndrome de ovários policísticos, endometriose grave, cistos no ovário visualizados ao ultrassom e níveis basais de FSH ≥ 10 IU/ml. As pacientes que receberam tratamento com agonista do GnRH seguiram o protocolo de ciclo curto e as que receberam o antagonista do GnRH seguiram o tratamento de ciclo longo. Após a aspiração dos óocitos e procedimentos de ICSI os embriões foram monitorados via “Time lapse” durante os três primeiros dias de desenvolvimento e avaliados quanto aos tempos de surgimento e desaparecimento do segundo corpúsculo polar, primeira e segunda divisões mitóticas. Os resultados foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis, e foram considerados significativos os resultados com P < 0,05. Resultados: No estudo foram avaliados 456 oócitos, sendo 224 provenientes de ciclo com uso de agonista do GnRH e 232 do ciclo com uso de antagonistas do GnRH. O número médio de oócitos recuperados por paciente foi de 7,3 para o ciclo antagonista e 9,2 para o ciclo de agonista, a média de fertilização por paciente foi de 3,3 (antagonista) e 4,14 (agonista), o número médio de transferência foi de 2,6 (antagonistas) e 2,2 (agonistas). Os eventos observados via “Time lapse” não mostraram diferenças significativas para os diferentes protocolos utilizados. Conclusão: O estudo mostrou que o tipo de GnRH utilizado para a supressão da pituitária nos ciclos de FIV (agonista ou antagonista) pela paciente não influencia nos tempos de desenvolvimento embrionário observados com a tecnologia “Time lapse”.
PO 38 - Associação entre a alta fragmentação do dna espermático e a baixa motilidade
Kvitko, D.; Okada, L.; Azambuja, R.; Telöken, C.; Badalotti, M.; Petracco, A.
Fertilitat - Centro de Medicina Reprodutiva
david@fertilitat.com.br
OBJETIVO: A alta fragmentação do DNA espermático é um fator masculino associado com abortos recorrentes, infertilidade inexplicada e falha de fertilização in vitro (FIV). O objetivo do estudo foi explorar possíveis relações entre a integridade do DNA espermático e a motilidade dos espermatozóides. Material e métodos: A amostra foi composta por 81 homens com uma média de 38,24 ± 6,63 anos de idade (26-56), que tinham realizado a análise de fragmentação do DNA espermático, entre os anos de 2011 e 2012, para as diferentes causas de infertilidade. Depois de examinar a motilidade do esperma e a concentração, a integridade do DNA espermático foi determinada pela técnica terminal dUTP nick-end labeling (TUNEL). Os resultados foram divididos de acordo com a percentagem de índice de fragmentação do DNA, maior ou menor a 20% e motilidade maior ou menor a 40%. As médias destes parâmetros foram então comparadas pelo teste T (p <0,05). Resultados: Cinqüenta e quatro amostras foram classificadas como normais para fragmentação; destas, apenas 10 (18,5%) tinham motilidade inferior a 40%. Do mesmo modo, a partir das 27 amostras classificadas como possuindo uma fragmentação anormal, 11 (40,7%) apresentaram a motilidade inferior a 40%. Foi observada uma diferença estatisticamente significativa entre a alta fragmentação do DNA espermático e a baixa motilidade (p <0,0001). No entanto, não houve uma associação significativa entre a fragmentação do DNA espermático e a concentração. Conclusão: Os dados estão de acordo com outros estudos que demonstraram estreita correlação negativa entre o dano ao DNA espermático e a motilidade seminal. Assim, a motilidade normal dos espermatozóides poderia sugerir a integridade do seu DNA.
PO 39 - Qualidade seminal de pacientes HIV positivo submetidos à tecnologia de reprodução assistida
Petracco, R.; Okada, L.; Azambuja, R.; Michelon, J.; Petracco, A.; Badalotti, M.
Fertilitat - Centro de Medicina Reprodutiva
rafaella@fertilitat.com.br
OBJETIVO: Avaliar a qualidade do sêmen de pacientes sorodiscordantes submetidos a Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóide (ICSI), independentemente do uso de terapia anti retroviral. Material e métodos: Estudo de coorte retrospectivo com 15 casais sorodiscordantes para HIV, onde apenas o homem está infectado e foi submetido a ICSI, entre 2002 e 2012. Casais com homem HIV positivo (grupo 1) foram pareados com dois casais de controle diferentes (grupo 2) de acordo com a causa da infertilidade, idade, qualidade do sêmen e protocolo de estimulação ovariana. A idade média para o grupo 1 era de 38,8 anos e 25 ciclos foram realizados; no grupo 2, a idade média foi de 37,3 anos e foram realizados 50 ciclos. Os resultados foram comparados usando o teste t (p <0,05). Resultados: A concentração de espermatozóides, motilidade total, taxa de fertilização e taxa de gravidez entre os dois grupos foram comparados. Analisando-se a concentração de esperma, o grupo infectado com o HIV apresentou uma média de 29 milhões/ml, e o grupo controle, 52 milhões/ml (p <0,05). No que diz respeito à motilidade, taxa de fertilização e a taxa de gravidez, não houve diferença de significância estatística (p> 0,05). Conclusões: Estes dados mostraram que, independentemente do uso de terapia anti-retroviral, os pacientes infectados pelo HIV mostraram concentração espermática inferior, no entanto, isso não interferiu na taxa de fertilização e taxa de gravidez.
PO 40 - Avaliação da qualidade embrionária em ciclos de ICSI empregando-se dois ambientes para cultivo de embriões: concentração atmosferica (20%) versus baixa concentração de O2 (5%)
Mancebo, A.C.A.; Souza, M.C.B.; Antunes, R.A.; Souza, M.M.; Arêas, P.C.F.; Panaino, T.R.
FERTIPRAXIS Centro de Reprodução Humana – RJ
anacristina@cmb.com.br
OBJETIVO: Comparar a qualidade dos embriões e as taxas de implantação/ gestação em ciclos de ICSI quando utilizadas concentrações de oxigênio 5% e 20% Material e métodos: Estudo observacional e retrospectivo de 152 ciclos consecutivos de ICSI (abril/2012 - abril/2013). Incluídas pacientes com idade ≤ 38 anos, pelo menos um oócito MII e transferência dia 3. Nos primeiros 74 ciclos (Grupo 1) utilizada incubadora Forma 3110 serie II cujo ar ambiente é fonte de O2 (20%). Nos 78 ciclos subsequentes (Grupo 2) usada K- MINC 1000 com mistura trigás: 6% CO2, 5% O2 e 89% N2. Protocolos de indução da ovulação, aspiração folicular, manipulação e preparo dos gametas, cultivo e transferência de embriões semelhantes nos dois grupos. Variáveis estudadas: taxa de fertilização, nº de embriões boa qualidade(BQ) transferidos (≥8 células G1/G2), taxa de implantação/gestação e nº de embriões excedentes de BQ vitrificados. (Teste t- Student significativo p < 0.05. Resultados: Realizadas 69 transferências no Grupo 1 e 66 no Grupo 2. Não foi observada diferença significativa quanto a idade (34,48 ± 2,45 x 34,05 ± 3,18); Total FSH (2118,07 ± 833,42 x 1914,29 ± 763,11); duração estímulo (9,27 ± 1,85 x 9,85 ± 1,81); percentual do oócitos MII (401/606 =66% x 483/764 = 63%; número de oócitos MII (5,29 ± 4,33 x 6,50 ± 5,26); taxa fertilização (78,97 ± 21,05 x 80,37 ± 18,66); taxa implantação (31/128 = 24% x 31/132 = 23,4%); taxa de gestação (28/69 = 40% x 26/66 = 39%) e percentual de embriões excedentes vitrificados (64/101 = 63% x 56/81 = 69%). Observada diferença significativa quanto ao n º de embriões de BQ formados (139/229 = 60,6% x 149/213 = 69,9%, p =0,04) e embriões de BQ transferidos (1,08 ± 0,78 x 1,40 ± 0,91, p=0,02). Conclusão: Observamos melhor qualidade dos embriões cultivados em ambiente com baixa concentração de oxigênio, embora sem diferença significativa nas taxas de implantação e gestação.
PO 41 - Cross-talk entre as células trofoblásticas e células do sistema imunológico materno coordenado por Ccl25/CCR9 durante o processo de implantação embrionária em camundongos
Weingrill, R.B.; Hoshida, M.S.; Martinhago, C.D.; Bevilacqua, E.
Lab. Investigação da Interação Materno Fetal – ICB-I/USP-SP
rodrigobarbano@gmail.com
As quimiocinas são citocinas quimiotáticas que, de modo geral, facilitam o recrutamento, a migração e o “homing” de leucócitos a tecidos efetores não-linfoides alem de atuar em processos biológicos, tais como, modulando eventos essenciais durante o processo de implantação embrionária em humanos e camundongos. Estudos prévios analisaram a expressão gênica diferencial de moléculas expressas pelo trofoblasto, durante o processo de implantação em camundongos. A análise de citocinas inflamatórias e seus receptores nestas células em ensaios utilizando macro-arranjos de cDNA, mostrou alta expressão dos genes IL1a, IL25, Ccl25, Sdf2 e Tgfb3. Objetivos: O objetivo deste estudo é investigar a expressão e localização de Ccl25 e seu receptor CCR9 durante o processo de implantação embrionária em camungongos. Metodologia: A abundância dos transcritos de Ccl25/CCR9 foi determinada por PCR em tempo real, em blastocistos e endométrio, nos dias de gestação (dg) 3.5, 4.5, 5.5 e 7.5dg. A imunolocalização das proteínas acessada por imunofluorescência em cortes de congelação de sítios de implantação e de blastocistos no 4.5, 5,5 e 7,5gd. Resultados: A expressão do mRNA de Ccl25/CCR9 aumentou significativamente (p<0,05; ANOVA) em 4.5, 5,5 e 7,5dg. A imunolocalização de Ccl25 mostrou células trofoblásticas do blastocisto em 4.5, 5.5 e 7.5dg, células do epitélio uterino e glândulas do estroma endometrial reativas. A presença do receptor CCR9 foi observada apenas nos sítios de implantação em 7.5dg. Células ao redor do cone ectoplacentário, estroma endometrial e leucócitos intravasculares, apresentavam marcação positiva para o receptor. Conclusão: A expressão de Ccl25/CCR9 durante o processo de implantação do blastocisto sugere uma via de sinalização entre células trofoblásticas e leucócitos maternos e acrescenta novos elementos para a compreensão das interações trofoblasto-endométrio, durante a implantação do embrião.
Apoio financeiro: FAPESP, CNPq e CAPES.
PO 42 - Efeitos da infertilidade na função sexual e qualidade de vida de mulheres submetidas à reproduçào assistida
Mendonça, C.R.; Arruda, J.T.; Silva, T.M.; Fernandes, L.B.; Approbato, M.S.; Amaral, W.N.
Laboratório de Reprodução Humana, Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Goiás – Goiânia.
carol_mendonca85@hotmail.com
OBJETIVO: Investigar os efeitos da infertilidade na função sexual e qualidade de vida de mulheres submetidas a tratamento por Reprodução Humana Assistida. Métodos: Trata-se de um estudo transversal que incluiu 153 pacientes em tratamento, entre março de 2012 a maio de 2013 (com idades entre 22 a 44 anos). O Índice de Função Sexual Feminina (FSFI), utilizado para avaliar a função sexual, é composto por 19 questões que a valiam os domínios desejo, excitação, lubrificação, orgasmo, satisfação e dor. Escore total ≤ 26,55 é indicativo de disfunção sexual feminina (DSF). Dados sobre a Qualidade de Vida (QV) foram colhidos utilizando o questionário FertiQoL, que é composto por 34 itens e seis sub-escala. Quanto maior a pontuação melhor será a QV (pontuação: 0-100). Os resultados são expressos como média ± desvio padrão [SD] e os dados foram analisados utilizando o SPSS 13.0. Resultados: A média das idades foi de 33,24±4,67 anos, duração do casamento de 8 anos, e renda familiar de 5±2,64 salários mínimos. A prevalência de disfunção sexual foi de 35,29%, sendo que o domínio desejo foi significativamente mais baixo quando comparado aos domínios excitação (p=0,0345) e satisfação (p=<0,0001). O escore total do FSFI foi de 27,80±4,53. Em relação à saúde, 34,64% avaliam como muito boa e 4,57% avaliam ter uma má saúde. Em relação à qualidade de vida 22,87% responderam estar muito satisfeitas e 9,15% disseram estar insatisfeitas com a qualidade de vida. A média das sub-escalas do FertiQoL indicou que no domínio pessoal o fator emocional foi de 63,99±22,21 e mente e corpo 73,55±21,50. No domínio interpessoal a média da sub-escala relacional foi de 74,45±15,23 e social 70,74±20,13. No domínio tratamento a média da sub-escala ambiente foi de 70,49±18,60 e tolerabilidade de 69,04±19,81. Conclusões: O tratamento para infertilidade não interferiu negativamente na função sexual e na qualidade de vida. Houve baixa prevalência de disfunção sexual e o domínio desejo foi o mais baixo. Quanto à qualidade de vida os aspectos mais impactados foram o emocional e a tolerabilidade ao tratamento.
PO 43 - Expressão do gene PTGS2 (COX2) em células do cumulus de pacientes inférteis com endometriose e controles submetidas à ICSI
Navarro, P.A.A.; Donabela, F.C.; Barcelos, I.D.E.S.; da Broi, M.G.; Silva, L.F.I.; Meola, J.
Setor de Reprodução Humana, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, FMRP-USP
pnavarro@fmrp.usp.br
OBJETIVO: Estudos relatam haver um aumento da expressão da aromatase em endométrio eutópico e implantes endometriais de mulheres com endometriose. A indução da aromatase pode ser mediada pelo aumento da ciclooxigenase-2 (COX-2). Se, por um lado, nos implantes ectópicos há evidências de aumento da expressão dos genes que codificam a aromatase e a COX-2, em células do cumulus (CCs), dados inconclusivos sugerem redução da expressão do gene da aromatase, mas os mecanismos envolvidos não foram analisados até o presente. Não há estudos avaliando a expressão do gene da COX-2 (PTGS2) em CCs. Assim, o objetivo deste estudo foi comparar a expressão do gene PTGS 2 em células do cumulus nos grupos endometriose e controle. Material e métodos: Realizou-se um estudo prospectivo e controlado em que foram incluídas mulheres inférteis com endometriose (n=38) e controles (n=40), submetidas à ICSI de junho de 2009 a setembro de 2010, cujas células do cumulus foram coletadas no dia da captação oocitária. A expressão relativa do gene PTGS2 foi avaliada por PCR em tempo real (ABI prisma 7500 FAST, Applied Biosystems) e comparada entre os grupos endometriose e controle. A análise estatística foi realizada utilizando o teste ANOVA. Considerou-se significativo p <0,05. Resultados: foi observada uma menor expressão do gene PTGS 2 no grupo endometriose comparado ao controle (p<0,05). Conclusões: o gene PTGS 2 é menos expresso em células do cumulus de pacientes com endometriose. Novos estudos poderão elucidar se a menor expressão desse gene está relacionada a uma menor expressão da aromatase neste grupo específico de células.
Suporte: FAPESP
PO 44 - Eficiência da obtenção de blastocistos em diferentes faixas etárias e taxa de gravidez
Travain, A.S.A.; Rosa, V.B.; Lucca, J.A.; Tardin, R.; Schuffner, A.
Clinica Conceber - Centro de Medicina Reprodutiva
alessandro@clinicaconceber.com.br
OBJETIVO: Atualmente os centros de RHA tendem a estender o cultivo embrionário até o estágio de blastocisto. Esta prática visa melhorar a seleção embrionária e consequentemente melhores taxas de gravidez. Todavia a obtenção de blastocistos não é viável em determinados casos. O objetivo desse trabalho foi avaliar retrospectivamente a obtenção de blastocistos e taxa de gravidez em diferentes faixas etárias. Material e métodos: Foram relacionadas para esse estudo 184 pacientes que se submeteram a ciclos de fertilização in vitro no período de janeiro de 2011 a março de 2013. Os critérios de seleção foram: ciclos com oócitos frescos, sêmen ejaculado fresco, sem receptoras de oócitos e sem biópsia embrionária para análise genética. Essas foram divididas em 3 grupos etários (até 34 anos, 35 a 39 anos e 40 anos ou mais), onde foram comparados os resultados obtidos quando transferidos embriões clivando ou blastocisto. Foram comparadas as taxas de: Gravidez clínica x desenvolvimento embrionário por faixa etária; cultivo a blastocisto x faixa etária, e obtenção de blastocisto x faixa etária. Para a análise estatística utilizamos o teste exato de fisher. Resultados: A taxa de cultivo embrionário a blastocisto para os grupos “até 34 anos”, “35 a 39 anos” e “40 anos ou mais” foi 29,1, 15,8 e 0% respectivamente. 78% das pacientes que obtiveram blastocisto tinham até 34 anos, enquanto 22% eram pacientes entre 35 e 39 anos. Não foram obtidos blastocistos em pacientes acima de 40 anos. A transferência de blastocistos resulta significativamente em mais gravidezes clínicas quando comparado a embriões em estágio de clivagem, independentemente da faixa etária (50 e 29,5% até 34 anos, 44,4 e 12,5% de 35 a 39 anos e 0 e 5,9% acima de 40 anos, respectivamente). Conclusões: A transferência de embriões cultivados até estágio de blastocisto mostrou melhores resultados de gravidez quando comparada a embriões em estágio de clivagem. Contudo em muitos casos, principalmente com pacientes em idade avançada, esta prática é inviável devido a fatores como a baixa formação de embriões e qualidade embrionária. Embora a eficiência da transferência de blastocisto seja alta, o maior viés ainda é a própria obtenção de blastocistos in vitro.
PO 45 - Relação entre a resposta eletrofisiológica das células do cumulus com causa da infertilidade, fator etário e dados laboratorais
Bos Mikich, A.; Frantz, N.; Ayres, L.; Arruda, S.; Oliveira, N.P.; Loss, E.S.
Departamento de Ciências Morfológicas, ICBS, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre
adriana.bosmikich@gmail.com
OBJETIVO: Células do cumulus oophorus (CCs) desempenham um papel fundamental na oogênese, Entretanto pouco é conhecido sobre a fisiologia destas células, as quais atuam de forma sinérgica com ogameta feminino, para a maturação oocitária e desenvolvimento folicular. O objetivo deste estudo foi padronizar a técnica de registro eletrofisiológico para as CCs de forma a termos um referencial para as diferentes etiologias e faixas etárias. Material & Métodos: Pacientes foram estratificadas nos seguintes grupos: fator masculino ou feminino com ou sem ovários policisticos, idade de 20-35 ou 36-40anos. CCs foram adquiridas na denudação dos oócitos para ICSI e deixadas em cultivo por 48horas. O potencial de membrana das CCs foi registrado com microeletrodos de borosilicato preenchidos com KCl (3M). Dados laboratoriais foram aferidos após a coleta dos oócitos, fertilização e desenvolvimento embrionário. Resultados foram analisados pelo teste exato de Fisher. Resultados: Pacientes de fator masculino ou idade inferior a 35 anos apresentaram um potencial de membrana menos negativo. Por outro lado, o potencial de membrana não foi significativamente diferente entre as pacientes que apresentaram ou não ovários policísticos. Em ambos os casos, o potencial se mostrou mais negativo em relação àquelas com fator masculino. Quanto à faixa etária, aquelas com idade mais elevada apresentaram um potencial de membrana mais negativo. Não houve qualquer diferença entre os dados laboratoriais dos diferentes grupos de pacientes. Conclusões: Nossos resultados mostram haver uma diferença no comportamento eletrofisiológico das CCs provenientes de pacientes com distintos fatores de infertilidade, feminina ou masculina e faixa etária. Potencialmente, estes dados nos permitirão adequar de forma mais individual os protocolos de indução ovariana controlada, conforme a causa de infertilidade e/ou idade da paciente.
PO 46 - Resultados laboratoriais e clínico de desvitrificação de oócitos em sistema aberto de acordo com a idade da mulher
Comar, V.A.; Mizrahi, F.M.; Busso, N.E.; Soares, J.B.; Glina, S; Tso, L.O.
Projeto ALFA - Aliança de Laboratórios de Fertilização Assistida
nessacomar@hotmail.com
OBJETIVO: Avaliar os resultados laboratoriais e clínicos obtidos após desvitrificação de oócitos vitrificados em sistema aberto de acordo com a idade das mulheres. Material e métodos: estudo retrospectivo de coorte realizado em clínica privada, onde 140 mulheres que criopreservaram oócitos foram incluidas. 821 oócitos criopreservados foram desvitrificados e utilizados para as mesmas mulheres para ciclos de FIV/ICSI de janeiro de 2008 a dezembro de 2012. Dois grupos (grupo 1: ≤ 37 anos de idade e grupo 2:> 37 anos) foram desenhados para comparar resultados laboratoriais (taxas de sobrevivência de oócitos e de fertilização) e clínico (taxas de gravidez clínica). Hiperestimulação ovariana controlada foi realizado utilizando o protocolo curto com antagonista de GnRH e FSH recombinante ou HMG. A técnica de vitrificação de oócitos utilizada foi sistema aberto Cryotop ®. O preparo endometrial foi realizado com 6 mg de suplementação de estrogênio ao dia e 600mg de progesterona via vaginal ao dia. Análise estatística foi realizada com o teste de qui-quadrado de Pearson. Resultados: As taxas de sobrevivência oocitária e de gravidez clínica foram significativamente maiores em mulheres com ≤ 37 anos de idade (grupo 1) quando comparadas às pacientes com mais de 37 anos (grupo 2) (81,6% x 71,6%, P 0,001; 42,3% x 15,6%, P 0,008, respecitivamente). Não houve diferença significante na taxa de fertilização (62,1% e 58,9%) entre os dois grupos. Incluindo todas as mulheres, a taxa de sobrevivência foi de 78,4% (644/821), a taxa de fertilização foi de 61,1% (387/633) e a taxa de gravidez clínica por transferência foi de 34,5% (38/110). Conclusão: Resultados deste estudo sugerem que a vitrificação de oócitos em mulheres com mais de 37 anos de idade tem um impacto negativo nos resultados laboratoriais e clínico. Portanto, pacientes com mais de 37 anos de idade devem ser claramente informadas sobre as taxas de sucesso antes de optarem por cripreservação seus oócitos.
PO 47 - Análise do perfil lipídico por maldi-ms de oócitos tratados com fosfolipídio durante a maturação in vitro e vitrificação: um estudo piloto
Pitangui, C.P.; Vireque, A.A.; Tata, A.; Santos, V.G.; Eberlin, M.N.; Rosa e Silva, A.C.J.S.
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP
carolpalmieri@yahoo.com.br
Objetivos: Os fosfolípidos (PL) são constituintes majoritários das membranas celulares, conferindo fluidez à bicamada lipídica proporcionalmente ao comprimento e insaturações de suas cadeias de ácidos graxos. No entanto, seu impacto na criotolerância do oócito ainda não foi investigado. Nosso objetivo foi avaliar o perfil lipídico por espectrometria de massas com ionização/dessorção a laser assistida por matriz (MALDI-MS) de oócitos tratados ou não com PL durante a maturação in vitro (MIV) e vitrificação, utilizando oócitos bovinos como modelo experimental. Material e métodos: Experimento 1: complexos cumulus-oócito foram maturados em TCM 199 (controle) ou TCM199 + PL 100µM com 10% soro, FSH (0,5µg/ml), LH (5µg/mL) e 17βestradiol (1µg/mL) em 5% de CO2, 38,5°C. Após a MIV, os oócitos foram desnudados, lavados em PBS e armazenados a -80 °C até análise de perfil lipídico. Experimento 2: oócitos desnudos foram vitrificados em meio crioprotetor suplementado ou não com PL 500µM. Os oócitos foram vitrificados em soluções crioprotetoras contendo, respectivamente, 10% glicerol, 10% glicerol e 20% etileno glicol-EG, e 25% glicerol e 25% EG, carregados na Cryotop e mergulhados em LN2. Após descongelamento, os oócitos foram lavados em PBS e armazenados para análise por MS. Pool de 5 oócitos maturados (experimento 1) ou vitrificados (experimento 2) foram depositados sobre cada “spot” da placa MALDI, recobertos com matriz DHB e submetidos ao MALDI-MS. Os dados foram obtidos no modo positivo usando o espectrômetro de massas Bruker autoflex III MALDI-TOF(/TOF) no intervalo de m/z 600-1200 e as diferenças de perfil lipídico avaliadas pela análise de componentes principais (PCA). Resultados: A análise por MALDI-MS evidenciou diferenças em vários clusters de íons entre oócitos MIV suplementados ou não com PL. Em oócitos tratados durante a vitrificação, observou-se a incorporação do íon de m/z 758,6, um PL poliinsaturado rico em ácido linoleico (34:2), enquanto os íons 734,6 e 756,6 - PLs saturados constituídos por ácido palmítico (32:0) foram observados predominantemente em oócitos controles. Conclusão: PLs poliinsaturados adicionados ao meio de MIV ou vitrificação podem ser incorporados pelo oócito e modificar seu perfil lipídico, consistindo em uma nova abordagem para a modulação de criotolerância de oócitos humanos.
PO 48 - Eficiência de dois diluidores na criopreservação de espermatozóides
Senn, A.P.; Mietz, M.N.; Amaral, V.L.L.
Fondation FABER, Suiça
alfred.senn@fondation-faber.ch
OBJETIVO: Este estudo avaliou a eficiência de dois diluidores na criopreservação de espermatozóides. Metodologia: Oito amostras normozoospérmicas foram analisadas e divididas em dois grupos. Um utilizou o diluidor SFS (SpermFreeze Solution- Vitrolife®), sem gema de ovo em sua composição. Já o outro grupo utilizou o TYB (Test Yolk Buffer – Irvine Scientific®) este, com a gema de ovo. A criopreservação foi realizada a temperatura ambiente (23± 2 ºC). A amostra do grupo um foi diluída e homogeneizada na proporção 1:1, mantida por 10 minutos antes do envase. Em seguida as palhetas (0,5 mL) foram colocadas no vapor do Nitrogênio Liquido (NL2) por 30 minutos e imersas no NL2 e armazenadas. Para o grupo dois as amostras foram diluídas 1:1, envasadas, submetidas a uma temperatura de 4ºC por 30 minutos, colocadas por 10 minutos em vapor de NL2 e imersas no NL2. Para o descongelamento, as palhetas foram submersas em banho-maria, a 37°C por 30 segundos. Para o grupo dois, as palhetas foram mantidas a 37°C em estufa microbiológica por 25 minutos. As amostras foram expelidas e homogeneizadas em meio HTF (Human Tubal Fluid-Irvine®) + 10% SSS (Serum Substitute Suplement-Irvine®) e centrifugadas por 8 minutos a 800G. Os pellets foram ressuspendidos em 250µl do mesmo meio e mantidas a 37°C até as análises microscópicas. A motilidade e a velocidade também foram avaliadas pelo CASA (Computer Aided Sperm Analyser; Qualisperm, Biophos, Suíça). A análise estatística utilizou o teste t-Student com nível de significância de 5%. Resultados: O estudo mostrou diferença (p= 0,0005) na vitalidade espermática com recuperação média de 79,92% para meio TYB e 58,62%, com o meio SFS. Na taxa de recuperação da motilidade também houve diferença (p= 0,001) com média de 78,75% e 58,53% para os meios TYB e SFS, respectivamente. Os valores da motilidade foram confirmadas com o CASA; as velocidades também foram superiores com meio TYB. Conclusão: A utilização do diluidor TYB, com gema de ovo na sua composição conferiu melhor proteção aos espermatozoides criopreservados quando comparados ao meio SFS, sem gema de ovo na sua composição, apresentando melhores taxas de recuperação da motilidade e vitalidade espermáticas.
PO 49 - O cultivo embrionário em baixa tensão de oxigênio (5%) melhora as taxas de gestação em ciclos de FIV
Wolff, P.; Marques, M.H.S.; Erberelli, R.F.; Salgado, R.M.; Mathias, A.C.
Genics - Medicina Reprodutiva e Genômica
pwolff@uol.com.br
Introdução: Estudos experimentais em mamíferos evidenciaram que a concentração de gás oxigênio dentro do útero e das tubas uterinas se encontra entre 2 e 8%, demonstrando que o cultivo em baixa tensão de oxigênio melhora o desenvolvimento embrionário em diversas espécies, além de reduzir a taxa de aneuploidia em embriões de ratos. O objetivo do presente estudo foi realizar uma análise comparativa entre o cultivo embrionário em incubadoras com tensão atmosférica (convencional) e com baixa tensão de oxigênio (trigás), considerando como parâmetro as taxas de clivagem, transferência de embriões de boa qualidade, gestação química e gestação clínica. RELATO DOS CASOS: Foram analisados 74 ciclos, dentre os quais 47 foram cultivados em incubadora convencional (~20% O2) e 27 cultivados em incubadora trigás (5% O2). O processo de fertilização foi todo realizado em incubadora convencional (~20% O2). As taxas de fertilização obtidas foram de 65,1% (189/290) cultivados em incubadora convencional e 73,7% (143/194) cultivados em incubadora trigás, não sendo significativa esta diferença para a aplicação do estudo. Respectivamente, as taxas de clivagem dos fertilizados foram de 98,9% (187/189) e 96,5% (138/143), de bons embriões (A e AB) transferidos foram de 39,2% (44/112) e 42,5% (23/54), de gestação química foram de 25,5% (12/47) e 55,0% (15/27), e de gestação clínica de 23,4% (11/47) e 40,7% (11/27). Os resultados preliminares indicam que houve diferença significativa na taxa de gestação química (βHCG+) (p=0,013), segundo o teste exato de Fisher. As taxas de bons embriões transferidos e gestação clínica em incubadora trigás apresentaram tendência a melhores resultados, contudo a amostragem deve ser incrementada a fim de ratificar os dados obtidos.
COMENTÁRIOS: A manipulação in vitro de gametas e embriões favorece a produção de ROS (espécies reativas de oxigênio) devido à exposição dos mesmos a xenobióticos, concentrações diferentes de substratos metabólicos, luz e altas concentrações de oxigênio. O cultivo de embriões em baixa tensão de oxigênio pode influenciar positivamente tanto as atividades celulares, como a regulação da expressão gênica. Portanto, sugere-se que a estimulação de fatores de transcrição induzidos pela hipóxia melhorariam o desenvolvimento e a qualidade embrionária sob estas condições.
PO 50 - PGD para translocações – aumento no risco de múltiplas anormalidades cromossômicas
Okada, L.; Sanseverino, M.T.; Azambuja, R.; Michelon, J.; Petracco, A.; Badalotti, M.
Fertilitat - Centro de Medicina Reprodutiva
lilian@fertilitat.com.br
OBJETIVO: Avaliar a freqüência de anormalidades cromossômicas em embriões de casais com translocações cromossômicas. Material e métodos: Quatro casais foram submetidos a cinco ciclos para a realização de diagnóstico genético pré-implantacional (PGD), utilizando hibridização fluorescente in situ (FISH) com sondas de translocações cromossômicas. A idade materna média foi de 35,7 anos. Em três casos, o esposo foi o portador de translocação cromossômica incluindo as seguintes alterações: rob(13,22), t(4,21), t(7,12), e em um caso a esposa foi a portadora de t(15,16). No terceiro dia de cultivo, os embriões morfologicamente adequados foram biopsiadas para PGD usando as sondas específicas para cada translocação e FISH de 5 cromossomos (13, 18, 21, X e Y). Embriões euplóides foram transferidos no dia 5. Resultados: De 37 embriões biopsiados, apenas seis foram euplóides e eles foram transferidos em 4 ciclos de três casais. Obtiveram-se duas gestações clínicas e um bebê normal nasceu. Não foram detectados embriões euplóides para o casal em que a esposa era a portadora da translocação cromossômica. Onze dos 37 embriões eram balanceados, destes 5/11 apresentaram uma ou mais aneuploidias cromossômicas. Entre os embriões desbalanceados, 19/26 também apresentaram uma ou mais aneuploidias. Conclusão: Nossos resultados estão de acordo com as descrições anteriores de um risco aumentado para várias aneuploidias cromossômicas em embriões de casais com translocações cromossômicas. Uma avaliação cromossômica completa com hibridação genômica comparativa (CGH) é uma abordagem melhor para PGD em tais casos. O aconselhamento genético deve ser oferecido antes do PGD para casais com translocações cromossômicas e com a possibilidade de um pequeno número de embriões euplóides para a transferência.
PO 51 - A individualização dos ciclos de FIV promove captação de oócitos comparável quando usados agonistas ou antagonistas do GnRH
Frantz, N.; Fortis, M.F.; Höher, M.; Ferreira, M.; Dutra, C.G.; Oliveira, N.P.
CENTRO DE REPRODUÇÃO HUMANA NILO FRANTZ
embriologistas@nilofrantz.com.br
OBJETIVO: verificar o efeito do uso de agonistas ou antagonistas do GnRH no bloqueio hipofisário em tratamentos individualizados de FIV. Material e métodos: este estudo retrospectivo foi realizado através da análise de prontuários de 173 ciclos ocorridos entre janeiro e dezembro de 2012. Selecionaram-se pacientes de 30 a 45 anos que tiveram oócitos próprios fertilizados por ICSI e com transferência embrionária no mesmo ciclo da estimulação. Com o objetivo de obter um bom número de oócitos (6-10) foi individualizado o protocolo de estimulação ovariana para cada paciente de acordo com a contagem de folículos antrais e a dosagem do hormônio anti-Mülleriano. As pacientes foram divididas em dois grupos conforme o tipo de bloqueio hipofisário: (A) agonista (n= 69) e (B) antagonista (n= 104) do GnRH. Para a comparação das médias foi utilizado o teste-T e para avaliação dos desfechos o teste exato de Fisher. Resultados: no grupo A 23,2% das pacientes apresentou reserva ovariana diminuída e no grupo B 25,9%. A média de idade das pacientes (36,4 x 36,01 anos), o número de oócitos captados (8,38 x 8,31), número de oócitos maduros (7,22 x 7,02) e número de embriões transferidos (2,32 x 2,25) não foram estatisticamente diferentes entre os grupos (p> 0,05). As taxas de gestação (40,6% x 40,8%) foram iguais entre os grupos A e B, respectivamente (p > 0,05). Conclusões: o uso de tratamentos personalizados de acordo com a reserva ovariana proporcionou desfechos semelhantes quando utilizados agonistas ou antagonistas do GnRH. Foi possível a captação de número de oócitos, grau de maturidade dos mesmos e taxa de gestação comparáveis entre os grupos. Esses resultados divergem de clássicas publicações sem protocolos individualizados, que demonstram diferença entre estes dois grupos.
PO 52 - Qual a melhor conduta de fertilização para ciclos de FIV com idade materna avançada: FIV convencional ou ICSI?
Nicolielo, M.; Riboldi, M.; Guimarães, N.; Mazetto, R.; Belo, A.; Tanada, M.
Huntington Medicina Reprodutiva
mnicolielo@huntington.com.br
OBJETIVO: Comparar os resultados dos ciclos de pacientes com idade materna avançada (≥ 37 anos) que utilizaram as técnicas de fertilização convencional (FIV) e injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Material e métodos: Este estudo retrospectivo foi realizado na clínica Huntington Medicina Reprodutiva e incluiu a análise de 298 ciclos de fertilização in vitro, realizados entre janeiro de 2011 à dezembro de 2012. As pacientes com 37 anos ou mais foram dividas em 2 grupos: G1 (n=185), pacientes com óvulos submetidos à fertilização convencional e G2 (n=113), pacientes com óvulos submetidos ao ICSI. Pacientes com concentração seminal inferior à 15x106/espermatozoides e morfologia estrita ≤1% foram excluídos do estudo. Os grupos foram comparados em relação aos resultados dos ciclos. Resultados: A análise das idades materna (39,51±1,99 anos vs 39,39±2,31 anos, p=0,624) e paterna (39,28±5,23 anos vs 39,94±7,19 anos, p=0,357) não diferiram entre os grupos 1 e 2. Não houve diferenças significativas entre os grupos 1 e 2 em relação ao número de óvulos coletados (7,96±4,96 vs 8,10±5,24, p=0,989) e oócitos maduros (6,77±4,15 vs 6,26±3,76, p=0,388). Porém, as taxas de fertilização no G1 foram significativamente maiores que no G2 (5,79±3,77 vs 4,78±2,96, p=0,036). As taxas de formação de embriões de alta qualidade no terceiro dia de desenvolvimento (2,43±2,18 vs 2,30±2,23, p=0,486), formação de blastocisto (2,78±2,09 vs 2,92±2,04, p=0,510) e número de embriões transferidos (2,59±0,80 vs 2,42±0,88, p=0,148) foram semelhantes entre os grupos. Os ciclos de FIV convencional apresentaram taxas de gestação similares aos ciclos de ICSI (42,2% vs 37,2%, p=0,394), assim como as taxas de implantação (15,2% vs 16,8%, p=0,575). Conclusões: Em casais com idade materna avançada (≥ 37 anos), a utilização da FIV convencional, considerada uma técnica menos invasiva, resulta em melhores taxas de fertilização, mantendo similares os resultados de formação de embriões de alta qualidade no terceiro dia de desenvolvimento, formação de blastocistos, taxas de gestação e implantação, quando comparados à técnica de ICSI.
PO 53 - Efeito do óleo de allium sativum (alho) sobre os parâmetros espermáticos de camundongos
Amaral, V.L.L.; Souza, K.R.; Batschauer, A.R.; Chaussard, I.S.; Oliveira, S.T.; Salvador, R.A.
Universidade do Vale do Itajai-UNIVALI
veralucia@univali.br
OBJETIVO: O óleo de Allium sativum (alho) é utilizado por seus efeitos antihipertensivo, antifúngicos e antibactericidas e na prevenção de alguns tipos de câncer, entre outros. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do Allium sativum nos parâmetros espermáticos (concentração, motilidade, vitalidade e morfologia) peso dos testículos e vesículas seminais de camundongos machos Balb/c. Metodologia: Os machos adultos foram divididos em 4 grupos (n=8), sendo um grupo controle e os demais tratados via oral com óleo de alho em diferentes concentrações: DT= dose terapêutica (28,91 mg/kg), 10xDT e 20xDT. O tratamento teve duração de 35 dias, período que compreende um ciclo da espermatogênese em camundongos. Os animais foram sacrificados e o peso corporal foi registrado, assim como o dos testículos e das vesículas seminais. Os epidídimos foram coletados e os espermatozoides dispersos em meio HTF (Human Tubal Fluid-Irvine®) suplementado com 10% SSS (Serum Substitute Suplement-Irvine®) por 10minutos. As análises dos parâmetros espermáticos foram realizadas por microscopia. Os dados encontrados foram registrados e avaliados por análise de variância (ANOVA). O teste de Tukey para comparação de médias foi utilizado quando o nível de significância apresentava um valor de p<0,05. Resultados: Não houve diferença nos parâmetros espermáticos, motilidade, vitalidade, concentração e morfologia entre os grupos tratados e o controle. Também não houve diferença no peso dos testículos e índice gonadossomático (peso dos testículos/peso corporal). O grupo que recebeu 10x a dose terapêutica apresentou diferença (p=0,04) no peso da vesícula seminal em relação ao controle, porém quando verificado o peso relativo esta diferença não foi significativa. Conclusão: O óleo de alho não afetou os parâmetros espermáticos e peso dos testículos dos camundongos e foi observada uma diminuição no peso das vesículas seminais do grupo 10xDT. Estes dados precisam ser confirmados em um estudo mais prolongado que abranja mais ciclos da espermatogênese.
PO 54 - Características e percepções das usuárias de um programa privado de vitrificação de oócitos para preservação da fertilidade com motivação social
Carvalho, B.R.; Pena, M.W.C.; Silva, A.A.; Barbosa, A.C.P.; Nakagawa, H.M.; Rolindo, T.F.
GENESIS – Centro de Assistência em Reprodução Humana, Brasília, DF
brunoramalho@hotmail.com
OBJETIVO: Descrever características e percepções das usuárias de um programa privado de vitrificação de oócitos para preservação da fertilidade com motivação social. Métodos: Estudo descritivo em que foram realizadas entrevistas telefônicas com pacientes que tiveram oócitos vitrificados com a intenção de preservar a fertilidade frente à queda esperada da função reprodutiva com o avanço da idade. Os procedimentos de vitrificação ocorreram em centro privado de assistência em reprodução humana, entre janeiro de 2011 e maio de 2013. Seguindo um mesmo roteiro de perguntas, avaliaram-se: idade, profissão, religião, situação conjugal à época da vitrificação, pretensões e limites para uso dos gametas vitrificados, e aceitação da possibilidade de fertilização in vitro com espermatozóides de doador anônimo. Das 22 pacientes selecionadas para o estudo, uma negou-se a participar e sete não foram localizadas. A casuística final foi de 14 pacientes, com idade média de 37,5 ±2,5 anos. Resultados: Todas as pacientes entrevistadas encontravam-se empregadas e declaravam-se com boa saúde à época da vitrificação. Seis (42,9%) declaravam-se católicas, três evangélicas, uma espírita e quatro sem religião. Com relação à situação conjugal, 11 (78,6%) encontravam-se solteiras. Questionadas sobre os planos para os gametas criopreservados, 06 (42,9%) não sabiam determinar quando pretendiam utilizar os óvulos e todas as demais afirmavam pretensão de uso em até 5 anos. Metade das entrevistadas afirmavam não ter limites etários para o uso e o limite máximo apresentado entre as que o tinham foi de 50 anos. Nove (64,3%) não usariam espermatozóides doados anonimamente para fertilização, três usariam com tranquilidade e duas não souberam responder. Conclusões: Observamos tendência das mulheres a congelar gametas tardiamente, sem um parceiro definido, mas com expectativas de fertilizá-los com espermatozóides de um companheiro no futuro. Trata-se de mulheres economicamente independentes, que, em metade dos casos, não pensam em usar os gametas para reprodução depois de 50 anos.
PO 55 - Comparação da taxa de gravidez da transferência eletiva de dois embriões versus a taxa de gravidez cumulativa de duas transferências de um embrião eletivo formados no mesmo ciclo
Monteleone, P.A.A.M.; Gomes, A.P.; Gomes, M.; Rodrigues, R.J.M.; Gonçalves, S.P.; Gomes, F.G.
Centro de Reprodução Humana Monteleone
pedro@monteleone.med.br
Introdução: a gestação múltipla é a principal complicação da Fertilização in vitro, inúmeras estratégias foram sugeridas para diminuir a sua alta incidência. A transferência de dois embriões transformou-se em rotina nos principais centros, fato que teve um impacto na redução das gestações trigemelares e quadrigemelares, ditas de alta ordem de gemelaridade. Porem a incidência da gemelaridade se manteve intacta à custa de gemelares, que consagrada pela literatura tem um risco quatro vezes maior de complicações. Material e métodos: no ano de 2012 oferecemos a transferência eletiva de um embrião aos casais com idade da esposa até 38 anos, no primeiro ciclo, com três ou mais embriões de boa qualidade para transferência, pela classificação morfológica. Os casais que concordaram e não obtiveram gravidez na primeira transferência foram submetidos à transferência de um novo embrião descongelado no ciclo seguinte. Os casais que optaram pela transferência eletiva de dois embriões foram alocados no outro grupo. Resultados: No grupo de dois embriões foram realizados 91 ciclos, com 39,6% de gravidez, 7 casos de aborto, 31,9% de gestação evolutiva com 12 gestações múltiplas, 33,3%. No grupo de estudo foram 97 ciclos, o sucesso foi de 30,9%, com 6 abortos e 27,7% de gestação evolutiva, ocorreu uma gestação gemelar monozigótica. A este grupo foram agregadas mais 18 transferências, com 5 sucessos, acumulando 36,1% de gravidez evolutiva. Não houve diferença significativa entre os grupos. Conclusão: Em grupos selecionados a taxa de gravidez cumulativa em transferências consecutivas de um embrião não impactam negativamente o resultado e protegem o tratamento das gestações múltiplas e suas complicações.
PO 56 - Aspectos emocionais e psicológicos das mulheres que desejam e buscam a gravidez na infertilidade
Bartholdy Ramos, L.
Universidade do Oeste de Santa Catarina
levanibr@gmail.com
Esta pesquisa visou identificar o significado da maternidade e da gravidez para as mulheres que não conseguem gerar e gestar seus filhos, avaliar o impacto do diagnóstico de infertilidade, além da pressão por parte da família e da sociedade para que elas procriem. O presente trabalho de pesquisa teve como objetivo principal identificar os sentimentos envolvidos nas mulheres que desejam e buscam a gravidez na infertilidade. Esta pode ser consequente de causa orgânica e/ou psicológica. A pesquisa com abordagem qualitativa foi realizada por intermédio de entrevistas com 5 (cinco) mulheres em idade reprodutiva entre 31 e 42 anos, pré-selecionadas por manifestarem o desejo da maternidade biológica e, que, apesar do diagnóstico de infertilidade, buscam a gravidez. Foi investigado nas mulheres a representação da gravidez e da maternidade, os sentimentos em relação ao diagnóstico de infertilidade, como a família e a sociedade influenciam no desejo de ser mãe, além de como a Psicologia pode contribuir para auxiliá-las. Os dados coletados na pesquisa foram submetidos à análise de conteúdo. Os resultados demonstraram como as mulheres se sentem quando não conseguem realizar o sonho de ser mãe, de gestar seu filho. Também os sentimentos delas a partir da cobrança da família e da sociedade para que reproduza. A sua busca pelo filho biológico com o auxílio de tratamentos e/ou da Reprodução Humana Assistida e, depois do processo, as dificuldades que elas sentem em aceitar a infertilidade e a improbabilidade de engravidar. Ficou evidente com o resultado da pesquisa a importância e a necessidade do acompanhamento psicológico das mulheres que desejam e buscam a gravidez na infertilidade, para auxílio no processo de busca e também para proporcionar a elas suporte emocional adequado. Palavras-chave: Gravidez. Infertilidade. Reprodução Humana Assistida. Pesquisa Qualitativa.
PO 57 - Efeitos da uncaria tomentosa (unha de gato) sobre parâmetros reprodutivos em camundongos
Krul, P.C.1, Frajblat, M.2, Salvador, R.A.1; Macedo,C.C.1; Amaral, V.L.L.1
1UNIVALI-.Universidade do Vale do Itajaí/SC.; 2UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro.
priscila_krul@hotmail.com
OBJETIVO: A Uncaria tomentosa é uma planta usada popularmente por mulheres para tratar a endometriose. Este estudo avaliou os efeitos da utilização de Uncaria tomentosa nos parâmetros reprodutivos de fêmeas de camundongos Swiss. Material e métodos: Foram utilizadas 48 fêmeas divididas em: grupo controle-CTR (água filtrada), e 3 grupos com diferentes concentrações de Uncaria tomentosa diluída em água (2,16; 10,8 e 21,6 mg/Kg). As fêmeas foram tratadas por um período de 52 dias abrangendo os períodos pré-acasalamento, acasalamento e pós-acasalamento que corresponde a embriogênese e organogênese. Ao fim do tratamento os animais foram mortos em câmara de CO2/O2. Os sinais de toxicidade sistêmica, taxa de acasalamento, fertilização, implantação, reabsorção embrionária, peso dos fetos, placenta, índice placentário (peso da placenta/peso do feto), viabilidade fetal e malformações dos fetos foram analisados e comparados pela analise de variância (ANOVA) e qui-quadrado sendo os resultados com p< 0,05 considerados significativos. Resultados: Não foram observados sinais clínicos característicos de toxicidade sistêmica. O peso dos fetos foi menor (p<0,001) nos três grupos tratados com U. tomentosa, em relação ao grupo controle. Os índices placentários dos grupos que receberam as doses de 2,16 e 21,6 mg/Kg foram maiores (p<0,01) que o controle. Os demais parâmetros reprodutivos não foram alterados. Conclusões: O consumo do extrato de Uncaria tomentosa nas doses administradas para fêmeas de camundongos não causou toxicidade sistêmica, porém reduziu o peso dos fetos.
PO 58 - Avaliação do grupo multidisciplinar oipti realizado com casais que se encontram em tratamento de infertilidade na cidade de campos dos Goytacazes- Rio de Janeiro
Vieira, G.; Pessanha, G.; Colucci, F.; Aguiar, L.G.H.
Centro de Infertilidade e Medicina Fetal do Norte Fluminense
gabihvieira@hotmail.com
OBJETIVO: Analisar a avaliação realizada pelos casais que participaram do grupo OIPTI- Orientações e Instruções para o Tratamento de Infertilidade, permitindo uma reflexão sobre a prática da intervenção multidisciplinar. Material e métodos: O Grupo informativo OIPTI ocorre após avaliação em ambulatório multiprofissional, realizada pelas especialidades médicas, biológicas, psicológicas e do Serviço Social, a abordagem para o encontro do grupo é realizado pela psicologia. No grupo, os casais têm acesso as orientações detalhadas de todas as etapas do tratamento, sendo também realizado intervenções acerca da ansiedade, espera e incertezas, pensamentos masculinos, estresse, ansiedade e fatores psicológicos que interferem na infertilidade. Para este trabalho foram estudados 182 casais que participaram do grupo no ano de 2010 e 220 no ano de 2011. Cada casal respondeu questionário de avaliação do encontro do grupo. Resultados: A analise da avaliação foi dividida em 3 blocos principais: o primeiro denominado “Avaliação de instruções e orientações” avaliou: instalações, material didático e tempo de palestra para orientações e duvidas. O segundo “Avaliação do Profissional” avaliou: apresentação, didática, conhecimento. O terceiro “Dúvidas” avaliou se os questionamentos e duvidas dos pacientes foram esclarecidos. Tanto o grupo do ano de 2010 quanto do ano de 2011 em sua maioria avaliaram como ótimo os itens dos blocos de “Avaliação de instruções e orientações” e “Avaliação do Profissional”. Quanto ao bloco “Dúvidas” 93 % e 97% respectivamente responderam que foram esclarecidas. Conclusão: A avaliação é considerada positiva e o OIPTI um instrumento eficaz para esclarecimento de dúvidas. Este estudo pode subsidiar o acompanhamento da equipe multiprofissional aos casais inférteis favorecendo a qualidade do tratamento. Palavras chaves: Tratamento de infertilidade, OIPTI e equipe multiprofissional
PO 59 - Estimulação nervosa elétrica transcutânea (tens) diminui a dor durante histeroscopia diagnóstica e biópsia de endométrio, melhorando a tolerância das mulheres submetidas ao procedimento
Cambiaghi, A.S.; Leão, R.B.F.; Alvarez, A.V.
IPGO
asc@ipgo.com.br
OBJETIVO: Avaliar a eficácia da Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea (TENS) no alívio da dor durante histeroscopia diagnóstica e biópsia de endométrio. Material e métodos: Este foi um estudo prospectivo, controlado randomizado. Entre Agosto de 2012 e Fevereiro de 2013, foram selecionadas 40 pacientes que seriam submetidas à histeroscopia diagnóstica. Os critérios de exclusão foram ser portadoras de marca-passo cardíaco ou próteses metálicas. A randomização foi feita por programa de computador, alocando as pacientes em dois grupos. No grupo 1, elas foram submetidas à aplicação da TENS na região infra-umbilical durante todo o procedimento. No grupo 2, as mulheres foram submetidas ao procedimento usual. O procedimento consistiu em uma histeroscopia diagnóstica com gás e óptica de 5mm, seguida de uma biópsia endometrial com cureta número 0. Depois do procedimento, pacientes classificaram a dor durante a histeroscopia e durante a biópsia de acordo com uma escala visual analógica de dor, de 0 a 10, onde 0 era “ausência de dor” e 10, “dor insuportável”. As variáveis foram comparadas através do teste t de Student. Resultados: Com o uso da TENS, pacientes relataram dor significativamente inferior às pacientes sem a estimulação, durante a histeroscopia (2,30 ± 1,34 vs 5,80 ± 2,19, p<0,0001) e durante a biópsia de endométrio (4,70 ± 1,53 vs 7,84 ± 1,92, p<0,0001). Conclusões: A utilização da TENS em região infra-umbilical é um método eficaz de controle da dor durante histeroscopia diagnóstica e biópsia de endométrio, tornando o procedimento mais tolerável para as mulheres. Entretanto, estudos que excluam o efeito placebo são necessários para confirmar a efetividade desta terapia.
PO 60 - Relação entre a idade masculina e os resultados de ciclos de inseminacao intrauterina em casais de bom prognóstico reprodutivo
Duarte Filho, O.B.; Busso, C.E.; Tso, L.O.; Oliveira, B.S.; Antunes Jr., N.; Glina, S.
Projeto Alfa
oscarfilho@me.com
OBJETIVO: Estudos recentes tem mostrado que a idade masculina é fator de risco isolado para piores resultados reprodutivos. Nosso objetivo foi avaliar se houve relação entre a ocorrência de gestação e a idade masculina em ciclos de inseminação intrauterina em casais de bom prognóstico reprodutivo. Material e métodos: Neste estudo transversal foram incluídos casais inférteis submetidos a ciclos de inseminação intrauterina após indução de ovulação com gonadotrofinas exógenas em uma clínica privada em São Paulo (BRA), entre os anos de 2009 e 2012. Os critérios de inclusão no estudo foram: infertilidade inexplicada de até 3 anos de duração, idade feminina de até 35 anos e presença de 1 a 3 folículos ≥ 16 mm ao ultrassom no dia do disparo da ovulação. Foi analisado o impacto da idade masculina sobre as chances de gestação e sobre a qualidade seminal pós-preparo, utilizando-se como métodos estatísticos o teste de Mann-Whitney e o teste do coeficiente de correlação de Spearman, respectivamente. Resultados: 551 casais preenchiam os critérios de inclusão. Destes, 108 (19,60%) obtiveram gestação. A idade média masculina foi de 34,50 ± 4.10 anos [25-45 anos] no grupo com gestação e 35,20 ± 4.80 anos [26-57 anos] no grupo sem gestação, sem diferença estatisticamente significante (p=0,44). Houve uma fraca correlação negativa entre idade masculina e concentração espermática no processamento seminal (coeficiente de correlação= - 0,083, p= 0,05). Conclusão: As taxas de gestação em ciclos de inseminação intrauterina em casais de bom prognótico reprodutivo não se relacionaram de maneira estatisticamente significante com a idade masculina.
PO 61 - Correlação entre o índice de massa corpórea, fragmentação do dna espermático e a motilidade espermática
Macedo, J.F.; Gomes, L.M.O.; Melo, K.R.B.
Clínica Reproferty
katia@reproferty.com.br
OBJETIVO: Estudar a correlação entre o índice de massa corpórea, fragmentação do DNA espermático e motilidade. Material e métodos: O estudo retrospectivo envolveu a análise de 93 pacientes avaliados entre agosto de 2011 a março de 2012. Não foram incluídos pacientes submetidos a radio ou quimioterapia. O estudo avaliou o índice de massa corpórea (IMC) categorizado como: 20-25 Kg/m² (referência), 25-29,9 Kg/m² (sobrepeso) e 30 Kg/m² (obeso), os parâmetros utilizados da análise seminal macroscópica (OMS, 2010) foram: motilidade total e motilidade tipo A dos espermatozoides. Avaliou-se o índice de fragmentação do DNA espermático (teste SCSA) que recebeu a seguinte classificação: < 16% (normal), > 16 % < 30% (moderada) e > 30% (elevada). Os dados foram submetidos a analise estatística de Kruskal Wallis e pós teste de Student, sendo considerados significantes valores onde p < 0,01. Resultados: O estudo mostrou que 52% dos pacientes com IMC normal têm índice de fragmentação normal, 32% moderado e 16% elevado. Pacientes com sobrepeso apresentaram 39,6% para índice normal de fragmentação, 37,7% moderado e 22,7% elevado. Encontramos nos pacientes obesos 35,7% de fragmentação normal, 42,8% moderado e 21,5% elevado. Na avaliação da motilidade total e tipo A realizadas no estudo não encontramos diferenças significantes, exceto nos casos dos pacientes considerados obesos os quais apresentaram uma motilidade tipo A de 1,66 ± 2,22%. Conclusões: Os pacientes com IMC sobrepeso e obesidade mostraram aumento na taxa de fragmentação do tipo moderada e elevada quando comparados aos pacientes com IMC normal. Na análise da correlação do IMC com a motilidade total, análise do IMC versus motilidade total, versus motilidade tipo A versus índice de fragmentação do DNA espermático não encontramos diferenças estatisticamente significantes para os pacientes com IMC normal e sobrepeso. Em pacientes com IMC obeso e com índice de fragmentação do DNA espermático elevado verificamos que ocorre uma redução na taxa de motilidade tipo A. Nesse estudo verificamos que os pacientes obesos são mais prejudicados em relação à motilidade espermática, assim, realizando uma análise mais aprofundada futuramente, poderemos verificar quais outros fatores podem contribuir para essa queda da motilidade espermática tipo A.
PO 62 - Estudo comparativo da qualidade embrionária em dois meios de cultivo após injeção intracitoplasmática de espermatozóide
Barros, T.B.; Padre e Fechine, F.E.; Padre e Fechine, E.M.; Matos, D.M.; Luz, J.V.; da Costa, A.L.E.
Centro de Genética e Reprodução Humana – Fertvida
tatybiobandeira@yahoo.com.br
Os meios de cultivo embrionário são constituídos por íons em concentrações próximas aquelas encontradas no sangue, substratos energéticos, albumina e água ultra-purificada, de forma a mimetizar o ambiente produzido pelo útero, e assim melhorar a qualidade embrionária, taxas de implantação e gravidez em evolução. Esse trabalho teve por objetivo comparar meios, um sequencial (Global®) e outro não sequencial (G1®/G2®) quanto à qualidade embrionária e idade da paciente. Os embriões produzidos a partir da técnica de Injeção Intra-citoplasmática de Espermatozóide (ICSI) foram agrupados de acordo com o meio: Global® ou G1®. Os embriões em desenvolvimento permaneceram no Global® até o dia da transferência, já aqueles que estavam em G1®, em 48 horas foram transferidos para o meio G2®. Horas antes da transferência embrionária os embriões foram analisados quanto a sua característica morfológica, seguindo o critério de L.Veeck. A análise morfológica levou em consideração o número e simetria entre as células, porcentagem de fragmentação e multinucleação. Para a análise dos dados as pacientes foram divididas em dois grupos: 1 – Com menos de 35 anos; 2 – Com idade igual ou superior a 35 anos. Os dados foram analisados em porcentagem. Quanto aos resultados foi observada a correlação da qualidade embrionária com a idade da paciente, nos diferentes meios do estudo, observou-se que o Global® apresentou porcentagens semelhantes de embriões do tipo A tanto em pacientes com menos de 35 anos, quanto naquelas com idade superior (37% e 40%, respectivamente). Já para o meio G1®, este produziu maior número de embriões do tipo A em pacientes mais jovens (55%), enquanto em pacientes do grupo B, apenas 25% apresentaram embriões com essa mesma classificação. Diante do exposto pode-se concluir que, ainda que o meio G1® tenha apresentado melhor qualidade embrionária em pacientes mais jovens, o Global® manteve-se eficiente para qualquer faixa etária.
PO 63 - Eficácia das técnicas de detecção e remoção do HIV espermático em casais sorodiscordantes onde o homem é soropositivo
Silveira, M.H.
Associação Instituto Sapientiae
marlos_silveira@hotmail.com
OBJETIVO: O presente estudo tem por objetivo comparar os diversos métodos de processamento seminal, avaliando sua eficácia na exclusão do vírus da imunodeficiência humana (HIV) do líquido seminal, mantendo o máximo rendimento do esperma; além de investigar quais testes são mais confiáveis na detecção de partículas do HIV no sêmen; determinando, assim, qual a melhor e mais segura técnica a ser aplicada em RHA para casais sorodiscordantes onde o homem é soropositivo. Material e métodos - Este trabalho consiste de uma revisão sistemática da literatura, para o qual foi realizado levantamento bibliográfico em bases de dados, utilizando-se apenas os artigos publicados no período entre 1990 e 2011. O estudo procurou avaliar qual a melhor e mais segura técnica a ser aplicada em RHA para casais sorodiscordantes onde o homem é soropositivo; ao mesmo tempo, procurou-se identificar quais testes são mais confiáveis na detecção de partículas virais no sêmen. Resultados: As evidências sugerem que a Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real apresenta-se como o principal método de detecção do vírus durante a RHA; o processamento seminal para casais sorodiscordantes em que o homem é infectado pelo HIV demonstra excelentes resultados na eliminação das fontes ativas de transmissão e na obtenção de gametas seguros, evitando a transmissão vertical e horizontal do vírus. A ICSI apresentou melhores resultados com menor número de tentativas e maior percentual de gestações em andamento. Nenhum caso de infecção materno-fetal pelo HIV foi relatado em nenhum dos estudos revisados, num universo que abrangia milhares de ciclos de fertilização. Conclusões: O uso da associação de processamentos seminais, RT-PCR e ICSI, demonstra excelentes resultados na eliminação das fontes ativas de transmissão do HIV e obtenção de gametas seguros, resultando em gestações saudáveis e figurando como uma forma extremamente segura de reprodução, sem a soroconversão da mãe ou do bebê.
PO 64 - Avaliação retrospectiva de um programa de vitrificação de oócitos e resultados da fertilização in vitro
Carvalho, B.R.; Araújo, M.S.; Cabral, I.O.; Silva, A.A.; Barbosa, A.C.P.; Nakagawa, H.M.
GENESIS – Centro de Assistência em Reprodução Humana, Brasília, DF
bruno@genesis.med.br
OBJETIVO: Avaliar um programa de vitrificação de oócitos quanto aos resultados da fertilização in vitro com transferência embrionária. Métodos: Analisaram-se retrospectivamente ciclos de transferência de embriões (TE) obtidos a partir da fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática de espermatozóides em oócitos vitrificados, em centro privado de assistência em reprodução humana, entre janeiro de 2008 e dezembro de 2012. Incluíram-se ciclos de TE ao segundo ou terceiro dia de cultivo. Foram estudados 33 ciclos em 30 mulheres, com idade entre 25 e 42 anos (mediana: 35 anos), a partir de oócitos vitrificados pelas técnicas Vitri-Ingá® (Ingamed Ltda, Brasil) (n = 100) e Vit Kit® (Irvine Scientific, EUA) em sistema aberto (n = 94). Analisaram-se taxas de sobrevivência oocitária, fertilização, clivagem embrionária, embriões transferidos de boa qualidade, gravidez clínica e nascidos vivos, e resultados perinatais. Diferenças entre grupos etários e técnicas de vitrificação oocitária também foram avaliadas. Resultados: Dos 194 oócitos em metáfase II aquecidos (5,9 ± 1,9 oócitos), 160 sobreviveram ao aquecimento (82,5%), com taxas de fertilização e clivagem de 68,7% e 93,2%, respectivamente. Foram transferidos 68 embriões, dos quais 53 (77,9%) de boa qualidade. Foram diagnosticadas clinicamente 9 gestações (27,3%), das quais uma evoluiu com perda após 6 semanas, uma encontra-se em curso normal e sete resultaram em 9 nascidos vivos (duas gestações duplas). Os partos ocorreram às 34 semanas em ambas as gestações gemelares e a partir de 38 semanas nas demais, todos operatórios. Peso médio do recém-nascidos a termo foi de 3.039 g ± 265,1g. Todas as crianças apresentam, até o momento, desenvolvimento normal, de acordo com os relatos maternos. Entre mulheres < 38 anos e com 38 ou mais anos, houve diferenças apenas entre as taxas de clivagem embrionária (92,5% versus 76,7%, respectivamente; p = 0,04). Não houve diferenças entre as variáveis estudadas quando comparados os dois métodos de vitrificação oocitária. Conclusões: Este estudo apresenta resultados iniciais de um programa de vitrificação de oócitos em centro privado de assistência em reprodução humana, sugerindo taxas de sobrevivência oocitária satisfatórias e segurança da fertilização in vitro quanto a taxas de gravidez e resultados perinatais.
PO 65 - Transplante autólogo de tecido ovariano: uma meta-análise da abordagem atual
Taitson, P.F.; Panta, C.F.R.; Barros, L.O.; Abreu, N.F.M.; Oliveira, S.L.; Gonçalves, A.T.S.
ICBS - PUC Minas
taitson@pucminas.br
OBJETIVO: O objetivo desta meta-análise foi avaliar o estágio atual do transplante autólogo de tecido ovariano: tempo entre a retirada e a re-implantação do tecido e a taxa de implantação ao longo de 10 anos. Material e métodos: Foram avaliados artigos publicados de 2002 a 2012 em periódicos indexados ao PubMed por três autores independentes. Em todos os casos a indicação do procedimento foi em portadoras de câncer de mama (igual patologia e estadiamento). Os estudos que preencheram o critério predeterminado, foarm submetidos a uma meta-análise utilizando o Software RevMan 5. Resultados: Foram levantados 51 artigos, sendo 40 excluídos, resultando em 11 artigos completamente avaliados. Não houve diferença significativa na taxa de implantação (6,64 versus 6,21%, p=0,82), porém, foi identificada uma discrepância entre o tempo entre a retirada e a re-implantação (18,44 versus 15,02%, p=0,05). Conclusão: A partir desses resultados, pode-se concluir que, até o momento, não existe evidência suficiente de elevado sucesso do uso rotineiro do transplante autólogo de tecido ovariano, implantação e consequentemente bebê em casa.
PO 66 - Decisão clínica em estimulação ovariana guiada pelo índice de previsão da resposta ovariana (ovarian response prediction index/ORPI)
Oliveira, J.B.A.; Petersen, C.G.; Vagnini, L.D.; Mauri, A.L.; Baruffi, R.L.R.; Franco Jr., J.G.
Centro de Reprodução Humana Professor Franco Jr./Centro Paulista de Diagnóstico e Pesquisa
joaobatista@crh.com.br
OBJETIVO: Expandir a avaliação do índice de predição da resposta ovariana (ovarian response prediction index/ ORPI) com base no hormônio anti-Mülleriano (anti-Müllerian hormone/AMH), na contagem de folículos antrais (antral follicle count/AFC) e na idade. Adicionalmente, avaliou-se a confiabilidade desse índice como um preditor da resposta ovariana durante os ciclos de reprodução assistida. Material e métodos: Nesse estudo foram incluídas 129 pacientes inscritas no programa de ICSI. Os valores ORPI foram calculados multiplicando-se o nível sérico de AMH (ng/ml) pelo número de folículos antrais (2-9 mm), e esse produto dividido pela idade da paciente (anos) (ORPI = (AMHxAFC)/idade da paciente). AMH e AFC foram avaliados durante a fase folicular precoce do ciclo anterior. Valores ORPI não influenciaram a decisão clínica sobre estimulação ovariana. Os pacientes, com base na idade, foram estimulados com 150/225 UI de FSH recombinante e análogo do GnRH. Os dados foram analisados usando-se testes de Spearman, regressão logística e curvas ROC (receiver operating characteristic). Resultados: A análise dos resultados mostrou correlação significativa (P <0,0001) entre o ORPI e o número de folículos e de oócitos coletados. A regressão logística mostrou que os valores ORPI foram significativamente associados com a probabilidade de coleta de ≥ 4 oócitos (OR = 45,56), ≥ 4 oócitos MII (OR = 6,01) e ≥ 15 oócitos (OR = 6,15; P <0,0001). A utilização do índice previu com precisão uma baixa resposta ovariana (<4 oócitos coletados, área sob a curva [area under the curve/AUC]: 0,91), coleta de ≥ 4 oócitos MII (AUC: 0,85) e uma resposta ovariana excessiva (≥ 15 oócitos coletados; AUC: 0,89). Conclusão: O ORPI tem excelente capacidade de prever a baixa resposta ovariana e boa capacidade de prever uma coleta de ≥ 4 oócitos MII e também uma excessiva resposta ovariana. O ORPI pode ser usado para orientar a escolha de medicamentos, modular doses e definir protocolos de acordo com as necessidades da paciente, o que resulta em uma melhor relação custo-benefício.
PO 67 - Expressão do gene SOD1 em células do cumulus de mulheres inférteis com endometriose moderada e severa: biomarcador não invasivo de gestação clínica pós-ICSI
Navarro, P.A.A.; Donabela, F.C.; da Broi, M.G.; Ribas, C.P.; Paz, C.C.P.; Meola, J.
Setor de Reprodução Humana, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, FMRP-USP
pnavarro@fmrp.usp.br
OBJETIVO: Estudos têm demonstrado menores taxas de fertilização e gestação em mulheres com endometriose submetidas à estimulação ovariana controlada (EOC) para ICSI. É incerto se a piora da qualidade oocitária e o estresse oxidativo (EO) estão envolvidos nessa condição. Questionamos se a análise da expressão de genes que codificam importantes enzimas antioxidantes em células do cumulus (CCs) poderia ser utilizada como biomarcador não-invasivo de gestação clínica (GC) pós-ICSI. Os objetivos deste estudo foram comparar a expressão dos genes SOD1, SOD2, e GPX4 em CCs de mulheres inférteis com endometriose inicial (EI/II) e avançada (EIII/IV) e sem endometriose submetidas à EOC para ICSI e avaliar sua interação com a ocorrência de GC. Material e métodos: Foram incluídas amostras de CCs de 81 pacientes com idade < 38 anos submetidas à EOC para ICSI (26 EI/II, 14 EIII/IV e 41 fator tubário e/ou masculino de infertilidade). As CCs foram isoladas e armazenadas para quantificação da expressão dos genes SOD1, SOD2, e GPX4 por PCR em tempo real. Foram comparados os valores de expressão dos 3 genes, os resultados da ICSI e a interação da expressão de cada gene com a variável GC nos 3 grupos avaliados. Resultados: Observou-se uma expressão significativamente maior do gene SOD1 em CCs de pacientes com EIII/IV (8,86 ± 1,87) comparadas às controles (1,53 ± 1,15) e com EI/II (0,97 ± 1,24). Pacientes inférteis com EIII/IV apresentaram significativamente menores números de oócitos fertilizados (2,2 ± 0,5), embriões clivados (1,8 ± 0,4), embriões produzidos (1,6 ± 0,3) e menor taxa de fertilização (71,5% ± 8,7) que as controles (4,0 ± 0.4; 3,2 ± 0.3; 2,9 ± 0,3 e 81,9% ± 3,9 respectivamente). Observou-se interação positiva entre a expressão aumentada do gene SOD1 e a ocorrência de GC apenas em pacientes inférteis com EIII/IV. Conclusões: Estes achados abrem novas perspectivas sobre os mecanismos patogênicos da infertilidade relacionada à endometriose, sugerindo que o EO possa estar envolvido na piora dos resultados da ICSI e que a análise da expressão do gene SOD1 em CC pode ser considerada um biomarcador de sucesso de ICSI em mulheres inférteis com estágios avançados da endometriose.
PO 68 - Efeito da dose de hormônio folículo estimulante (FSH) na maturação de oócitos bovinos a partir de folículos pré-antrais cultivados em matriz de alginato: um estudo piloto
Batista, L.A.; Bernuci, M.P.; Gervásio, C.G.; Campos, J.R.; Silva de Sá, M.F.; Rosa e Silva, A.C.J.S.
Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,USP
lucienebatista@usp.br
OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo analisar o efeito de duas diferentes doses de FSH sobre o desenvolvimento in vitro de folículos pré-antrais bovinos. Material e métodos: Folículos pré-antrais mecanicamente isolados (150 a 250 um de diâmetro), obtidos a partir de cortes de tecido ovariano fresco foram encapsulados em esferas de 0,25% de alginato de cálcio e cultivados durante 21 dias na presença de doses baixas (3 ng/mL, n = 34) ou altas (100 ng/mL, n = 37) de FSH. A competência e desenvolvimento folicular foram avaliadas com base no número e diâmetro dos oócitos viáveis recuperados. Os oócitos com células da granulosa recuperados dos folículos cultivados foram transferidos para o meio de maturação para adquirir competência nuclear e atingir o estágio de metáfase (MII) (N = 4 para cada grupo de FSH). Os dados foram analisados utilizando o teste t de Student. Resultados: Folículos cultivados na presença de uma dose baixa de FSH produziu um maior percentual de oócitos viáveis do que na adição de alta dose de FSH (41 e 19%, respectivamente, P <0,001). Os diâmetros dos oócitos recuperados foram maiores no grupo cultivado com FSH (3ng/ml) do que no grupo com altas doses de FSH (100 ng/ml) (90,86 ± 4,35 e 70,77 ± 8,01 um, respectivamente, P <0,05).Sendo que, um dos folículos cultivados em meio contendo 3 ng/ml de FSH produziu um oócito em MII. Conclusão: Os dados preliminares aqui apresentados sugerem que doses baixas de FSH proporcionam um ambiente hormonal adequado para o desenvolvimento in vitro de folículos pré-antrais bovinos.
PO 69 - Más respondedoras (critério de bolonha): perspectiva de ciclo com antagonista de GnRH associado a gonadotrofinas e inibidores de aromatases
Souza, M.C.B.; Antunes, R.A.; Mancebo, A.C.A.; Panaino, T.R.; Souza, M.M.; Arêas, P.C.F.
FERTIPRAXIS Centro de Reprodução Humana
fertipraxis@cmb.com.br
OBJETIVO: A perspectiva de gravidez diminui bastante nas más respondedoras em relação às pacientes normorespondedoras em ciclos FIV/ICSI. O objetivo primário é comparar taxa de gravidez por transferência com o estabelecido na literatura para pacientes más respondedoras (Oudendjik et al, 2011), usando mild stimulation. Secundariamente, avaliar o fator idade, comparando 2 grupos. Material e métodos: 42 pacientes foram estudadas prospectivamente, entre agosto/2011 e dezembro/2012. Critério de inclusão ao protocolo incluiu ao menos 2 de 3 critérios: idade materna ≥ 40anos, baixa reserva ovariana (contagem de folículos antrais e/ou hormônio anti-mulleriano), ciclo anterior cancelado ou ≤3 oócitos com ovariano convencional para FIV (Ferraretti et al, 2011). Todas assinaram termo de consentimento e foram submetidas a protocolo com antagonista de GnRH (Cetrotide®) associado a inibidores de aromatases (Letrozol®) e gonadotrofinas hipofisárias (rFSH+rLH - Pergoveris®225UI, HMG Menopur ® 225 ou rFSH Gonal F®150+ HMG Menopur ®150). Antagonista foi adicionado quando 1º folículo ≥ 14 mm e maturação folicular desencadeada com 250µg de rHCG (Ovidrel®), aspiração folicular 35-36h após. ICSI em todos os casos e o critério de cancelamento foi a ausência de folículo ≥ 16 mm. Para avaliar o fator idade as pacientes foram divididas em dois grupos: Grupo 1(≤38 anos) e Grupo 2 (≥39anos). Análise estatística realizada com teste t- Student significativo p < 0.05. Estimamos em 336 pacientes, o tamanho da amostra suficiente para detectar aumento de 5% na taxa de gravidez, com poder de 80% e 5% de significância. Resultados: Os dois grupos tiveram diferença significativa (p<0,0001) tanto para a idade (35,8±1,9 x 46,6±2,4) quanto para a duração do estímulo (8,7±2,4 x 9,5±2,1 dias), sem diferenças quanto ao número de oócitos MII aspirados (2,4±3,2 x 1,6±2,1) ou embriões transferidos (1,8±0,7 x 1,7±0,8). Houve captação de oócitos em 15 de 16 ciclos do grupo1 (93%) x 23 de 26 ciclos do grupo 2 (88%). As taxas de gestação por transferência foram de 25% (3 em 12) x 5,8% (1 em 17), respectivamente. Conclusão: Estes dados preliminares sugerem comparabilidade com os protocolos convencionais, com provável efeito benéfico da idade.
PO 70 - Eficiência da transferência em estagio de clivagem ou blastocisto para diferentes fatores de infertilidade em ciclos de fertilizacao in vitro. Análise retrospectiva de 2085 casos
Bonavita, M.; Fioravanti, J.; Luz, L.; Martins, K.; Girardi, S.; Alegretti, J.
Centro de Reprodução Humana do Hospital e Maternidade Santa Joana
mbonavita@huntington.com.br
OBJETIVO: Comparar as taxas de gestação e de implantação de transferências em Dia 3 e Dia 5 de desenvolvimento embrionário, em diferentes grupos etários e fatores de infertilidade, em casais submetidos a Fertilização in vitro (FIV). Métodos: Analise retrospectiva de 4589 embriões transferidos em Dia 3 ou em Dia 5 de desenvolvimento embrionário entre Janeiro de 2011 a Março de 2013. Quatro grupos foram avaliados quanto a idade materna: Grupo 1: mulheres abaixo de 35 anos; Grupo 2: mulheres entre 35 a 37 anos; Grupo 3: mulheres entre 38 a 40 anos; Grupo 4: mulheres acima de 40 anos. Os mesmos ciclos foram também avaliados quanto ao fatores de infertilidade, tais como: Grupo A: fator masculino; Grupo B: fator tubário; Grupo C: fator múltiplo; Grupo D: outro fator feminino de infertilidade. A análise estatística foi realizada com base nos testes de Mann Whitney e regressão logística múltipla, e estabelecida significância se p<0,05. Resultados: A analise conjunta dos dados verificou que a chance de se obter gestação foi significativamente maior nas transferências em blastocisto na maioria dos grupos analisados, comparado as transferências em estagio de clivagem (TGD5=54,3%; TID5=30,2% e TGD3=33,4%; TID3=15,0%, p< 0,001), exceto nos grupos 3-B e 4-A, em que os resultados apresentaram-se melhores em Dia 3. Houve diferença estatística no número de embriões transferidos nos dias 3 e dia 5 de desenvolvimento em analise comparativa de todos os grupos (n=2,26 e n=2,17, p< 0,005) Conclusões: Com exceção dos grupos 3-B e 4-A, a transferência de embriões em blastocisto mostrou ser a opção mais eficaz para casais que submetem-se a FIV. Por serem embriões naturalmente selecionados, os blastocistos tem um maior potencial de gravidez, uma vez que os resultados obtidos mostram que pacientes que transferem embriões em Dia 5, têm a chance de engravidar aumentada em aproximadamente 1,1 vezes comparativamente as que transferem os embriões no Dia 3. Os casos do grupo transferência em Dia 3, tendem a apresentar um maior numero de embriões transferidos. Ainda, em Dia 5 transferiu-se um numero estatisticamente menor de embriões, o que contribui positivamente com a redução de gestação múltipla.
PO 71 - Qual o melhor dia de transferência embrionária? Análise de 1341 ciclos de FIV e sua relação entre estágio de transferência, idade e óvulos produzidos
Picolomini, M.; Barros, B.C.; Negrão, P.M.; Criscuolo, T.S.; Semaco, E.; Alegretti, J.R.
Huntington - Medicina Reprodutiva
mmoraes@huntington.com.br
OBJETIVO: Avaliar os resultados de transferências em estágio de clivagem (D3) e blastocisto (D5) em ciclos de fertilização in vitro (FIV) e, relacioná-los com diferentes faixas etárias e número de ovócitos obtidos. Material e métodos: Entre Janeiro/2011 a Dezembro/2012 foram avaliados 1341 ciclos de FIV. As pacientes foram divididas em 4 grupos para idade materna: A) ≤34 anos, B) 35-37 anos, C) 38-40 anos, D) ≥41anos; e 3 grupos para o número de ovócitos coletados: 1) 1-10 ovócitos, 2) 11-15 ovócitos, 3) 16 ou mais ovócitos. A transferência de embriões foi dividida em 2 grupos: D3) estágio de clivagem e D5) blastocisto. Foram avaliadas as taxas de gestação clinica e implantação para os diferentes grupos. Os grupos foram comparados em relação aos resultados dos ciclos. Os testes de Mann-Whitney, Qui-quadrado e Regressão Logística foram utilizados para a análise estatística Resultados: A análise da taxa de gestação clinica para os diferentes grupos evidenciou diferenças estatísticas para o estágio de blastocisto quando relacionada aos diferentes grupos etários e de número de óvulos: A1D3xA1D5 (45,7%x61,1%; p=0,011), A2D3XA2D5 (36,8%x59,5%; p=0,016) e A3D3xA3D5 (47,8%x61,9%; p=0,206); B1D3xB1D5 (42,6%x53,2%, p=0,124), B2D3xB2D5 (22,2%x69,6%, p=0,001) e B3D3XB3D5 (33,3%x65,9%, p=0,145); C1D3xC1D5 (36,8%x50,0%, p=0,085), C2D3xC2D5 (15,0%x59,3%, p=0,004) e C3D3xC3D5 (20,0%x66,7%, p=0,095); D1D3xD1D5 (16,3%x39,5%, p=0,004), D2D3xD2D5 (0,0%x0,0%) e D3D3xD3D5(66,7%x66,7%, p=0,999). Padrão similar foi encontrado na análise da taxa de implantação: A1D3xA1D5 (25,0%x37,2%; p=0,002), A2D3XA2D5 (17,1%x33,5%; p=0,006) e A3D3xA3D5 (17,0%x37,9%; p=0,007); B1D3xB1D5 (21,3%x30,1%, p=0,027), B2D3xB2D5 (7,5%x37,5%, p=0,001) e B3D3XB3D5 (12,5%x36,7%, p=0,074); C1D3xC1D5 (15,4%x22,1%, p=0,073), C2D3xC2D5 (4,9%x23,2%, p=0,007) e C3D3xC3D5 (12,5%x23,8%, p=0,350); D1D3xD1D5 (5,5%x14,4%, p=0,006), D2D3xD2D5 (0,0%x0,0%) e D3D3xD3D5(11,1%x25,0%, p= 0,417). Conclusões: O presente estudo evidenciou que a transferência em estágio de blastocisto apresentou melhora significativa quando realizada na maior parte dos diferentes grupos etários maternos e número de ovocitos coletados, tanto para as taxas de implantação e gestação clínica. Assim, a transferência em Dia 5 deve ser sempre a opção de escolha independente do número de ovócitos obtidos quanto à idade materna em ciclos de FIV.
PO 72 - Comparação entre o protocolo com agonista do GnRH ou antagonista para bloqueio hipofisário em normo-respondedoras submetidas ao primeiro ciclo de FIV/ICSI
Arruda, J.T.; Maia, M.C.S.; Silva, T.M.; Mendonça, C.R.; Fernandes, L.B.; Approbato, M.S.
Laboratório de Reprodução Humana - Universidade Federal De Goiás
jalsitacon@gmail.com
OBJETIVO: comparar pacientes normo-respondedoras no primeiro ciclo de FIV/ICSI, submetidas à indução ovariana controlada com protocolo utilizando agonista ou antagonista do GnRH para bloqueio hipofisário. Metodologia: estudo observacional retrospectivo comparativo conduzido com 50 pacientes do Laboratório de Reprodução Humana (LabRep–HC–FM–UFG) divididas em dois grupos: GnRH-agonista (Lupron® 1mg/dia protocolo curto) ou GnRH-antagonista (Cetrotide® 0,25mg/dia); e todas receberam 150UI/dia de rFSH (Gonal F® alfa-folitropina) dose fixa e rHCG (Ovidrel® 250μg) em ambos os grupos. Resultados: foram observadas diferenças estatisticamente significativas nos dias de estimulação com rFSH (p=0,0091); dose total de gonadotrofina utilizada (p<0,0001); dias de supressão do GnRH (p<0,0001); dose total de GnRH (p=0,0001) e o número de folículos (≥16mm) no dia do rhCG (p=0,04) no grupo GnRH-agonista. Não houve diferença significativa nos outros parâmetros analisados. No entanto, o número de oócitos recuperados foi maior no grupo GnRH-agonista, mas a taxa de fertilização foi maior no grupo GnRH-antagonista, embora com mais abortos. As taxas de gravidez química e clínica foram similares nos dois grupos. Conclusões: os dados indicam que, em termos de resultados laboratoriais, não houve diferença entre os protocolos com agonista ou antagonista. Observou-se menor duração da estimulação com rFSH e menor administração do GnRH no grupo antagonista quando comparado ao agonista. Palavras-chave: GnRH agonista, GnRH antagonista, estimulação ovariana controlada, resposta ovariana normal, infertilidade.
PO 73 - Qualidade embrionária nos estágios iniciais de desenvolvimento e sua relação com a evolução ao estágio de blastocisto
Moraes, C.C.; Rodrigues, J.K.; Silva, A.L.M.; Cota, A.M.M.; Caetano, J.P.J.
Pró-Criar Medicina Reprodutiva
jhenifer.rodrigues@procriar.com.br
OBJETIVO: Analisar a relação da qualidade embrionária nos estágios iniciais de desenvolvimento (dias 2 e 3 de desenvolvimento) e a evolução ao estágio de blastocisto. Material e métodos: Estudo retrospectivo. Análise de 229 pacientes (545 embriões) com idade inferior a 38 anos (média: 33), que passaram por tratamento de FIV (fertilização in vitro). Foi comparado, no segundo (D2) e terceiro (D3) dias de cultivo, o número de embriões de boa e má qualidade, que evoluíram a blastocisto. A mesma comparação foi feita considerando apenas os embriões que alcançaram estágio de blastocisto no dia 5 de cultivo (D5). Também foi comparado, em D2 e D3, o número de embriões de boa qualidade que originaram blastocisto em D5 e D6. Foram considerados embriões de boa qualidade aqueles que apresentavam de 2 a 4 blastômeros e até 20% de fragmentação em D2, e de 6 a 8 blastômeros e até 20% de fragmentação em D3. Embriões que apresentavam aspecto morfológico que não atendia a essa classificação foram considerados embriões de má qualidade. Análise estatística realizada comTeste-t Student seguido pelo Mann-Whitney. Resultados: Um maior (P < 0,001) número de embriões que apresentaram boa qualidade, tanto em D2 (N = 433 – 79% vs. N = 112 – 21%) quanto em D3 (N = 366 – 67% vs. N = 179 – 33%), evoluíram a blastocisto, comparado com aqueles de má qualidade. O mesmo resultado foi encontrado para D5. Comparando embriões de boa qualidade, em D2 e D3, que se tornaram blastocisto em D5 e D6, o estudo revelou que a maioria (P < 0,001) dos embriões que apresentavam boa qualidade se tornou blastocisto em D5 (D2: N=334, 77% – D5 vs. N=101, 23% – D6; D3: N=287, 85% vs N=50, 15%). Conclusões: A maioria dos blastocistos formados originou-se de embriões que apresentavam boa qualidade em D2 e D3. Embriões de aspecto morfológico adequado evoluíram a blastocisto mais em D5 do que em D6. Os resultados indicam que critérios morfológicos para avaliação embrionária são efetivos. A seleção de bons embriões baseada na morfologia, no início do desenvolvimento, ajuda a predizer a formação de blastocisto.
PO 74 - Expectativa de resultado de gravidez em meios às pacientes que buscam por tratamentos de FIV/ICSI
Leis, L.; Tso, L.O.; Antunes Jr., N.; Busso, C.E.; Soares, J.B.; Busso, N.E.
Projeto Alfa
luciana_leis@hotmail.com
OBJETIVO: Comparar se a expectativa das pacientes de resultado de gravidez, com os tratamentos de FIV/ICSI (Fertilização in vitro/ Injeção intracitoplasmática de espermatozoide), está de acordo com a chance informada pela equipe médica. Material e métodos: Trata-se de um estudo transversal. Fizeram parte da amostra 100 pacientes que buscavam por tratamentos de FIV/ICSI, sem ainda tê-lo iniciado. Aplicou-se questionário elaborado especialmente para esse estudo com perguntas pré-definidas. Para análise estatística foi empregado o teste exato de Fisher. Resultados: Identificamos que 59% das pacientes superestimaram suas chances de sucesso, 5% subestimaram e 36% tiveram expectativa de sucesso de acordo com o que foi informado pelo médico. Das pacientes otimistas, a maioria (28,8%) informou chances de sucesso até 10% maiores do que as informadas pela equipe médica; 15,3% reportaram chances 40% superiores e 13,6% superestimaram em 50% suas chances de sucesso. Das pacientes pessimistas, 60% acreditam ter 10% a menos de chance de sucesso com seu tratamento do que informado pelo médico. Não houve relação estatisticamente significante entre escolaridade, religião, tempo de infertilidade e número de tentativas anteriores de FIV/ICSI com a expectativa de gravidez. Conclusão: A maioria das pacientes que buscam tratamentos de reprodução assistida de alta complexidade superestima sua chance de sucesso. Desta maneira, as informações prestadas pela equipe médica a respeito das perspectivas de sucesso dos tratamentos devem ser claras e precisas e sempre repetidas quando o médico perceber que o casal idealiza erroneamente suas reais chances, evitando, assim, falsas expectativas e sentimento de enganação quando o sucesso não ocorrer.
PO 75 - O padrão seminal em pacientes soropositivos é prejudicado pela pesença da carga viral?
Belo, A.; Semaco, E.; Girardi, S.; Riboldi, M.; Serafini, P.C.; Motta, E.L.A.
Huntington Medicina Reprodutiva
cientifico@huntington.com.br
OBJETIVO: O número de casais com doenças sexualmente transmissíveis que procuram os tratamentos de RA vem aumentando consideravelmente. Pacientes do sexo masculino soropositivos para HIV e/ou hepatites virais (tipo B/C) tem demonstrado preocupação quanto à transmissão do vírus para sua parceira e/ou descendentes. Com associação das técnicas de FIV à detecção viral no sêmen a RA tem se tornado segura para esses casais. Dessa forma, o objetivo deste estudo é comparar os parâmetros seminais em pacientes com carga viral positiva para HIV e Hepatites B e C com pacientes livres de qualquer vírus. Material e métodos: Foram analisados 98 pacientes entre agosto/2010 e abril/2013. Os pacientes foram divididos em 3 grupos: Grupo A (GA; N=32), pacientes com ausência de carga viral e normozoospermicos; Grupo B (GB; N=31), pacientes que apresentavam carga viral positiva para o vírus da Hepatite B/C; e Grupo C (GC; N=35), pacientes carga viral positiva para HIV. Foram analisados os seguintes parâmetros seminais: volume, concentração, motilidade e morfologia espermática. Os testes estatísticos realizados foram: ANOVA, teste Kruskal-Wallis e comparações múltiplas de Bonferroni, considerado p<0,05. Resultados: Não houve diferença estatística em relação à idade entre os Grupos: GA=40,1±5,4 anos; GB=40,1±6,0 anos; GC=41,7±5,4 anos (p>0,05). Foram observadas diferenças para os grupos quanto a morfologia OMS (GA=4,5±0,7; GB=2,4±1,6; GC= 2,7±1,2; p<0,001). Em relação à concentração de espermatozóides foram observadas diferenças apenas entre o GA e o GB (GA=104,81±56,65 milhões x GB=43,81±64,77 milhões; p=0,001); o GB não apresentou diferença (GB= 69,20±52,38 milhões; p>0,05). A análise da motilidade evidenciou diferenças entre o GA (62,3±29,5 milhões) e GB (24,1±45,2 milhões; p=0,001) e GC (38,2±26,5 milhões; p=0,006). Não foi verificada diferença quanto ao volume ejaculado (GA=2,5±0,8 mL; GB=2,6±0,9 mL; GC=2,9±1,3 mL; p>0,05). Conclusões: Foram observadas diferenças quanto à qualidade espermática (morfologia, motilidade e concentração) em pacientes soropositivos, conforme os padrões reconhecidos pela OMS 2010. Tal achado sugere uma possível interferência da presença dos vírus HIV e Hepatites A e B na qualidade seminal de amostras ejaculadas, no entanto, mais estudos são necessários para verificar essa influência.
PO 76 - A transcriptômica e a datação endometrial em pacientes com falhas de FIV
Riboldi, M.; Padilla, C.G.; Bianchi, P.; Soares, G.; Motta, E.L.A.; Serafini, P.C.
Huntington Medicina Reprodutiva
cientifico@huntington.com.br
OBJETIVO: Comparar os resultados encontrados na análise molecular e na avaliação histológica quanto à datação endometrial. Estes diagnósticos são realizados a partir de amostras de biópsias endometriais em ciclo natural durante a “janela de implantação” em pacientes com idade materna avançada (IMA), história de repetidas falhas de implantação (RFI) e aborto espontâneo (AE) em pacientes em tratamento de FIV. Material e métodos: Estudo prospectivo, comparativo, ongoing e em curso realizado entre janeiro e abril de 2013. Pacientes com idade entre 36-44 anos, RFI>2 e AE≥1 foram selecionadas para este estudo. A biópsia endometrial foi realizada com Pipelle em ciclo natural, no período da “janela de datação endometrial (análise com o mesmo patologista) e com a análise molecular através do Array de Receptividade Endometrial (ERA, que analisa 238 genes). Resultados: A média de idade das pacientes foi de 39,8±2,5; com histórico de RFI de 2,8±0,4 e de AE foi de 1±0,2. O estudo histológico referente à datação endometrial resultou em endométrio secretor em todas as pacientes (n = 15) e a análise genética quanto o ERA diagnosticou receptividade endometrial em 100% (n = 15) das amostras. Porém, na datação endometrial apenas 2 análises reproduziram os resultados do ERA quanto a janela de implantação (13,3%) entre os dias 21-23 do ciclo natural de 28-31 dias. O restante das análises foi: 40% (6) demonstraram endométrio secretor inicial, 40% (6) resultaram em secretor intermediário e 6,7% (1) diagnosticou secretor avançado. Conclusão: A precisão quanto à receptividade endometrial, assim como o dia ideal de transferência embrionária foi alcançada em 100% dos casos com a análise transcriptômica endometrial através da utilização da ferramenta de diagnóstico. Essa ferramenta utilizada na RA deve facilitar a compreensão do funcionamento do endométrio e melhorar os resultados de gestação e implantação com o diagnóstico de receptividade prévio a transferência embrionária.
PO 77 - Uma pergunta necessária após a resolução do CFM nº 2.013/13: Qual o melhor dia para transferência de dois embriões em receptoras?
Lopes, V.M.; Duarte, E.F.; Roller, M.; Rocha Filho, A.M.; Brasileiro, J.P.B.; Lopes, J.R.C.
INSTITUTO VERHUM
viniciusmlopes2004@yahoo.com.br
OBJETIVO: Comparar índices de gravidez em ciclos de FIV/ICSI, de acordo com o dia da transferência de dois embriões (terceiro, quarto ou quinto dia pós captação oocitária), em receptoras de óvulos. Material e métodos: Foram analisados os resultados de doação compartilhada de óvulos no período de janeiro/2010 a março/2013, em um centro de reprodução assistida, quando apenas dois embriões foram transferidos, totalizando 50 transferências de embriões frescos em receptoras. Critérios de seleção das doadoras: idade entre 18 e 33 anos, FSH basal <10 UI/L eco basal >10 folículos antrais. Critérios de seleção das receptoras: ausência de fator masculino grave associado. Utilizou-se bloqueio hipofisário com agonista do GnRH, na fase lútea média, em todas as receptoras com função ovariana. Preparo endometrial das receptoras com valerato de estradiol em doses crescentes, desde o início de estímulo das doadoras. Apoio luteal com progesterona vaginal 600mg/dia iniciado no dia da captação da doadora. O dia da transferência embrionária foi decidido de acordo com a preferência/conveniência do médico assistente. Receptoras divididas em: Grupo A - (11 transferências realizadas no terceiro dia após captação oocitária); Grupo B- (23 transferências realizadas no quarto dia); Grupo C- (16 transferências realizadas no quinto dia). Idade das receptoras, nº de oócitos M2 inseminados, espessura endometrial, embriões vitrificados e índices de gestação evolutiva (BCF presente) analisados estatisticamente (Statistical Package for social Science versão 20.0), utilizando-se Student’s t-test e respectivos intervalos de confiança de 95% para variáveis contínuas e teste de qui-quadrado de Pearson para variáveis categóricas. Resultado: Não houve diferença estatística para média de idade e espessura endometrial e número de oócitos M2 injetados entre os grupos. Houve maior número, com diferença estatística, de embriões vitrificados para o Grupo B em relação ao C 2,7(1,7-3,6) vs 1,0 (0,1-1,6). Os índices de gestação evolutiva foram, respectivamente, Grupo A, B e C: 18,2%; 27,3% e 43,7%, sem diferença estatisticamente significante. Conclusões: A transferência embrionária para receptoras de óvulos, no quinto dia após captação ovular (blastocisto) conferiu maiores taxas de gestação em relação a transferência de terceiro e quarto dia, porém para atingir a diferença estatística precisaríamos ampliar o número de pacientes para 110.
PO 78 - Ovário ectópico e implicações para FIV pós laqueadura tubária: descrição de um caso
Lopes, V.M.; Rocha Filho, A.M.; Neves, D.; Brasileiro, J.P.B.; Duarte, E.F.
Instituto VERHUM, Brasilia, DF
viniciusmlopes2004@yahoo.com.br
Introdução: A localização ectópica de um ou dos dois ovário se deve a ausência de descida para a pelve durante o desenvolvimento embrionário. Sua incidência/ prevalência são desconhecidas já que o diagóstico é usualmente achado de exame ou de autópsia. Desconhece-se o impacto deste achado na fertilidade, e como o ovário ectópico responde ao estímulo hormonal para a fertilização in vitro. Relato do caso: IMC 23,4, menstruações regulares (28-30/6d), G2C2A0. Após gestações espontâneas referia laqueadura tubária (LT) aos 26. Aos 31 anos nova união e desejo de gestar. Exames laboratoriais da esposa normais, FSH (3º dia): 9,83 mIU/ml. Ultrassom transvaginal (USTV) no quarto dia do ciclo: nove folículos antrais (FA) e ovário esquerdo (OE) não visualizado. Espermograma evidenciando oligoteratozoospermia. Após estímulo com FSHr e bloqueio hipofisário com antagonistas do GnRH o USTV mostrou um folículo maduro em ovário direito (OD). O OE localizado fora da pelve, apenas observado pela ultrassonografia abdominal (USAb), apresentava dois folículos maduros. Seguindo-se aplicação de HCGr optou-se por aspiração oocitária do OE guiado por (USAb). Dos folículos captados, obtiveram-se três embriões viáveis após ICSI, sendo transferidos um classe 1 e dois classe 3, resultando em βhCG negativo. Indicada vídeolaparoscopia por suspeita de aderência ovariana devido ao posicionamento anômalo, que evidenciou: OD normal, trompa direita com sinais de LT, OE e seu infundíbulo, posicionado em músculo psoas e peritônio parietal à esquerda; útero de aparência normal exceto que, à esquerda, havia ausência de conexão com ligamento redondo, ausência do ligamento largo, mesovário e ligamento útero-ovariano. Realizada nova FIV (aumento de 75 UI de FSHr com mesmo protocolo), submetida à aspiração oocitária do OE guiado por USAb. Captou-se 5 oócitos do OE (OD não respondeu), transferidos 3 embriões classe 2 com resultado de βhCG negativo. Em ambos os ciclos foi utilizado progesterona 600 mcg/dia na fase lútea. COMENTÁRIOS: foi inesperado que a resposta ovariana ao estímulo hormonal predominasse no ovário ectópico, possibilitando inclusive o diagnóstico da sua localização não usual. Ressalta-se a importância da ultrassonografia abdominal e do estímulo hormonal exógeno na suspeita de agenesia ovariana ou localização ectópica. A vídeo-laparoscopia confirma o diagnóstico.
PO 79 - Relato de caso: gestação quadrupla de 2 gêmeos univitelinos após descongelamento dos embriões, PGD e transferência de 2 blastocistos
Eigenheer da Costa, A.L.
FERTVIDA - CENTRO DE GENÉTICA E REPRODUÇÃO HUMANA
drandre@fertvida.com.br
Introdução: A incidência de multiparidade representa o fator de risco em maior crescimento da obstetrícia atual. Existe um enorme esforço por parte dos especialistas em reduzir o índice da gravidez múltipla. O objetivo deste trabalho é descrever um caso raro de gestação quádrupla (2 gêmeos univitelinicos) depois da transferência de dois embriões descongelados, biopsiados com 72 horas para PGD e aguardada evolução até 5º. Dia, em fase de blastocisto. Relato do caso: Paciente A.V.D de 38 anos, já havia engravidado no centro de reprodução há 6 anos, após ICSI e transferência de 2 blastocistos, mas com evolução de apenas um e nascimento de uma menina. Os embriões excedentes foram congelados no 2º dia com qualidades A e B. Nessa nova tentativa foram descongelados e no dia seguinte, biopsiados e submetidos ao PGD por fish com a avaliação de 5 sondas e transferência de 2 blastocistos sem alterações nos cromossomos 15, 18, 21, x e y. O casal, mesmo ciente dessa possibilidade de divisão, optou por transferir os 2 embriões, devido as menores chances de sucesso ocasionados pela idade e pelo histórico do tratamento anterior, com a transferência de 2 embriões e implantação de um. Após 12 dias do Bhcg positivo, realizou-se uma ultrassom transvaginal que evidenciou 2 sacos gestacionais sem a visualização dos embriões. A segunda ultrassom, realizada duas semanas depois, confirmou a presença de 2 embriões em cada saco gestacional com batimentos cardíacos presente em todos. O acompanhamento na Clinica ocorreu até 12º semana de gestação. A paciente foi monitorada por um obstetra até 30º semana de gestação, resultando no nascimento de duas meninas e dois meninos em Junho de 2012, com boa evolução e sem nenhuma seqüela da prematuridade. COMENTÁRIOS: Apesar da boa evolução do caso, resultado de um pré natal muito bem monitorado, a recomendação é encorajamos os casais a transferirem apenas um embrião, principalmente quando temos um embrião avaliado cromossomicamente e no estágio de blastocisto.
PO 80 - Gravidez por FIV com FSH elevado pós cirurgia de endometriose severa: relato de caso
Silva, T.M.; Maia, M.C.S.; Arruda, J.T.; Brito, M.Z.P.; Ramos, M.S.; Approbato, M.S.
Laboratório de Reprodução Humana - Hospital das Clínicas - Universidade Federal de Goiás
tatiana.more@hotmail.com
Introdução: A elevação dos níveis de FSH ocorre quando há diminuição de reserva ovariana proveniente da idade avançada ou de doenças que interferem na função ovariana, como a endometriose. Nesses casos, nem sempre a estimulação ovariana funciona adequadamente, pois, mesmo com as altas dosagens de remédios, o ovário produz poucos oócitos. Observa-se alto custo financeiro e um provável cancelamento do tratamento. Alguns Centros de Reprodução Assistida rejeitam tratar essas pacientes, a não ser pela técnica de doação de oócitos. Relato de caso: Paciente, 36 anos, exposta há 11 anos, portadora de endometriose grau IV (American Society for Reproductive Medicine, 1997). Foi submetida a três cirurgias, o FSH elevou-se a 21,3 mUI/mL. Em exame confirmatório, um mês após, obteve-se o valor de FSH 82,3 mUI/mL. Apresentava fogachos e oligomenorréia. O volume ovariano pós-cirurgia era de 5 cm3 (ovário direito) e 2 cm3 (ovário esquerdo). Indicou-se tratamento por doação de oócitos, mas a paciente insistiu pela tentativa com FIV. Outras dosagens hormonais na fase folicular: LH = 9,11 mUI/ mL; Prolactina = 25,42 ng/mL; TSH = 2,152 mcUI; Estradiol = 26,5 pg/mL. Esquema de indução: Citrato de clomifeno 100 mg do 2º ao 6º dia, r-FSH (225 UI/dia) do 3º ao 6º dia, r-FSH (150 UI/dia) do 10º ao 13º dia, estrogênio 2 mg a partir do 5º dia até visualização do embrião em ultrassom, r-LH 75 UI do 7º ao 13º dia e r-hCG (250 µg) no 14º dia. Evoluiu com apenas um folículo no ovário esquerdo que apresentou 18 mm no 14º dia do ciclo. Realizada punção do folículo sendo captado um oócito MII. No 3º dia de cultivo foi transferido um embrião com 8 células. Após 14 dias, a dosagem de beta HCG foi 134 mUI/mL. Um mês após a transferência observou-se por ultrassom a presença de saco gestacional com embrião presente e normal. Atualmente a gestação se encontra em evolução normal (16 semanas). COMENTÁRIOS: Embora a chance de gravidez diminua com o aumento da idade e do FSH, e mesmo havendo risco de mau prognóstico pelas ART, é bom lembrar que, enquanto houver ovulação, existe a chance de gravidez.
PO 81 - Gestação gemelar com mola hidatiforme completa e feto normal após ovodoação e fertilização in vitro: relato de caso
Oliveira, S.A.; Sampaio, L.L.A.; Kleveston, T.; Maia Filho, V.O.A.
Unifesp
Sofia.Gineco@Gmail.Com
Introdução: A gestação gemelar com mola hidatiforme completa (MHC) e feto vivo é um evento raro. Nesses casos, a opção de finalizar a gestação é a escolha feita na maioria das vezes devido ao risco de complicações fetais e maternas. Porém, quando a MHC está associada à reprodução assistida, a decisão de interrupção da gestação se torna difícil devido ao desejo do casal em manter a gravidez. Relato do caso: Gestante, 45 anos, com diagnóstico ultrassonográfico de gestação gemelar dizigótica de MHC co-existindo com feto e placenta normais após Fertilização in vitro por Ovodoação. Paciente optou por manutenção da gestação e o acompanhamento foi feito com exames laboratoriais e ultrassonográficos que não evidenciaram alterações significativas além da placentação molar. No 2º trimestre, houve aumento discreto de níveis pressóricos e redução dos níveis de TSH não alterando valor de tiroxina livre. Com 29 semanas, paciente entrou em trabalho de parto e gestação foi finalizada por parto normal pélvico, com recém-nascido (RN) sem malformações, 1220g. Placenta molar teve como laudo anatomopatológico mola hidatiforme completa. RN teve excelente evolução clínica. Puérpera, apesar de evoluir com queda dos níveis de β-HCG, foi submetida à curetagem devido à presença de mola residual intrauterina. Posteriormente, exames não evidenciaram mais alterações e houve negativação dos níveis de β-HCG. Relevância e COMENTÁRIOS: este relato de caso ilustra a possibilidade de conduta expectante nestas situações, visto que houve bom desenvolvimento fetal sem comprometimento materno, porém não podemos ignorar o fato de que existe um alto risco de permanência da doença trofoblástica gestacional (DTG), principalmente em casos de sinais e sintomas exuberantes. Desse modo, é importante o estudo anatomopatológico das placentas e acompanhamento do β-HCG, para prevenção secundária de malignização da DTG. Infelizmente, a raridade do caso torna o manejo clínico ainda controverso sendo necessário mais base científica sobre o tema.
PO 82 - Infertilidade masculina: uma meta-análise do perfil de pacientes do sus nas regiões sudeste e sul
do país
Taitson, P.F.; Barbosa, A.L.; Alexandrino, C.O.; Miranda, F.R.; Mello, P.F.
ICBS - PUC Minas
taitson@pucminas.br
OBJETIVO: O objetivo desta meta-análise foi avaliar o perfil de pacientes do SUS nas regiões sudeste e sul do país, no que diz respeito a saúde reprodutiva do homem nesta década: busca por tratamento da infertilidade masculina e desejo de ter filhos. Material e métodos: Avaliação de artigos publicados em periódicos indexados ao Scielo por dois autores independentes. Os estudos que preencheram o critério predeterminado, foram submetidos a uma meta-análise utilizando o Software RevMan 5. Resultados: Foram levantados 51 trabalhos controlados sendo 30 excluídos, resultando em 21 artigos completamente avaliados. Não houve diferença significativa entre a busca por tratamento da infertilidade no SUS entre as diversas regiões sul e sudeste do Brasil (36,33 versus 34,79%, p=0,63 respectivamente) e no desejo de ter filhos nas mesmas regiões (44,41 versus 41,30%; p=0,19), porém, foi identificada uma tendência de aumento na taxa de infertilidade masculina na região sudeste (18,44 versus 15,02%, p=0,05). Conclusões: A partir desses resultados pode-se concluir que até o momento não existe evidência suficiente de discrepância pela busca por atendimento e desejo de ter filhos entre as regiões mais desenvolvidas economicamente e de maior nível educacional do país, o que contrasta com os dados do DATASUS da década passada.
PO 83 - Correlação entre cuidados com a saúde prostática e investigação da infertilidade masculina
Taitson, P.F.; Freitas, B.C.; Alcantara, G.E.A.; José, N.R.; Viana, T.L.S.; Mourthé, E.Y.
ICBS - PUC Minas
taitson@pucminas.br
OBJETIVO: Observar se existe ou não a preocupação em se avaliar a saúde prostática em homens em processo de investigação da infertilidade com idade entre 45 e 55 anos e, assim, estabelecer correlação positiva ou negativa. O câncer de próstata é uma doença altamente prevalente no mundo inteiro, sendo que, em nosso país, seu rastreamento é preconizado em homens a partir dos 45 anos de idade através do toque retal e dosagem sérica do PSA. Material e métodos: Foi realizada revisão sistemática com meta-análise, em base de dados eletrônica e manual, combinando descritores específicos buscando alta sensibilidade para responder o objetivo da pesquisa. Os artigos considerados de alta qualidade metodológica (pontuação superior a 6 na escala de Newcastle-Ottawa) foram incluídos 12 estudos para cálculo de estimativa-sumário por Mantel Haenszel com intervalo de confiança de 95%. Resultados: Observou-se uma correlação positiva entre a investigação da infertilidade masculina e a preocupação com a saúde prostática (RR= 1.35 [1.11-1.63]). Conclusão: Pode-se concluir a partir desta meta-análise realizada, que homens inférteis em avaliação com idade entre 45 e 55 anos de idade têm preocupação real de cuidar da saúde prostática.
PO 84 - Análise comparativa entre idade das pacientes, número médio de embriões transferidos e as taxas de gravidez após transferência de embriões humanos no segundo, terceiro e quinto/sexto dia de cultivo in vitro
Polisseni, J.; Ribeiro, P.C.; Polisseni, F.; Rosa, J.V.; Oliveira, N.F.; Caetano, J.P.J.
Clínica Pró-Criar/Monte Sinai
juliana.polisseni@procriar.com.br
OBJETIVO: Comparar idade média das pacientes, número de embriões transferidos e as taxas de gravidez após a transferência uterina de embriões nos dias 2, 3 e 5/6 pós-fertilização por injeção intracitoplasmática do espermatozoide (ICSI). Material e métodos: Estudo retrospectivo. Avaliou-se 206 ciclos de pacientes submetidos a técnica de ICSI, entre os anos de 2009 a 2011, os quais foram divididos de acordo com o dia de transferência dos embriões: I- transferência dia 2 (n= 52); II- transferência dia 3 (n= 111); III- transferência dia 5/6 (n= 41). As variáveis idade média das pacientes, número de embriões transferidos e taxa de gestação foram comparadas de acordo com o dia de transferência, através do teste do qui-quadrado (p>0,05). Resultados: Não houve diferença entre idade média das pacientes (36,6; 34,4 e 33,4, respectivamente para os grupos I, II e III) e número de embriões transferidos (2,4; 2,9 e 2,1, respectivamente para os grupos I, II e III) (p>0,05). Entretanto a taxa de gravidez mostrou-se mais eficiente no grupo de pacientes que transferiram embriões no dia 5/6 (51,2%), quando comparado com o grupo I (20,4%) e II (45,0%), (p< 0,005). Conclusão: O dia de transferência interfere na taxa de gravidez. O dia 5/6 apresentou-se mais eficiente quando comparado com os dias 2 e 3 de transferência embrionária, indicando que embriões em estágio de blastocisto, apresentam maior capacidade de implantação. Os resultados justificam-se pela seleção natural sofrida pelo embrião pelo maior tempo de cultivo embrionário, além do maior acompanhamento do desenvolvimento embrionário pelo embriologista, facilitando a seleção do embrião, quando comparado com embriões transferidos nos dias iniciais de cultivo embrionário.
PO 85 - Início da estimulação ovariana na fase lútea para preservação da fertilidade: emprego racional dos antagonistas do GnRH
Lima Saldanha, F.; Tourinho Silva, P.; Dzik, A.; Donadio, N.; Gebrim, L.H.; Cavagna, M.
Centro de Referência da Saúde da Mulher - Hospital Pérola Byington
Introdução: Para a vitrificação de oócitos, é procedimento bem estabelecido o início da estimulação ovariana controlada (EOC) na fase lútea em pacientes que serão submetidas a quimioterapia, para não retardar o tratamento. Os primeiros relatos preconizam a estimulação com FSH recombinante (r-FSH) concomitantemente com o bloqueio com análogos agonistas do GnRH (GnRH-ant), visando promover luteólise e bloqueio de onda de LH. O objetivo da presente série de casos é apresentar os resultados com o emprego do GnRH-ant inicialmente por 2 dias e reiniciá-lo com folículos ≥13 mm. RELATO DOS CASOS: Foram avaliadas nove pacientes com câncer de mama e indicação para criopreservação de oócitos antes da quimioterapia.As pacientes iniciaram a EOC na fase lútea, variando entre os dias 15 e 26 do ciclo menstrual (mediana: 21 ).A idade das pacientes variou de 25 a 40 anos (33,2±4,7). A EOC foi realizada com FSH recombinante, na dose de 150 a 300 UI diárias e letrozol 5mg por via oral diariamente. O número de dias de EOC variou de 8 a 12 dias (10,7±1,4) A dose total de r-FSH empregada variou de 1100 a 3600 UI (2.844,4±1051,6). Todas receberam 2 dias de administração s.c. de GnRH-ant. Foram dosadas as concentrações de progesterona antes e após os dois dias de antagonista. As concentrações de progesterona antes do uso do GnRH-ant variaram de 3,49 a 11,69 ng∕mL (7,8±3,5) e após o antagonista os níveis variaram de 0,5 a 2,69 ng∕mL (2,6±2,3). A duração da EOC variou de 8 a 12 dias (10,7±1,4). O antagonista foi reintroduzido na presença de folículo ≥13 mm. O número total de ampolas de antagonistas utilizadas variou de 3 a 6 (5,3±1,1).O número de oócitos vitrificados variou de 2 a 17 (8,6±4,6). COMENTÁRIOS: Demonstramos que a EOC com início na fase lútea pode ser feita com a administração de antagonista do GnRH por 2 dias para que se promova luteólise, iniciando-se o estímulo com r-FSH livremente e reintroduzindo-se o antagonista com folículos > 13 mm. Este novo esquema de EOC permite a redução do número de ampolas de antagonistas, diminuindo custos e proporcionando conforto para as pacientes.
PO 86 - Relato de caso: uso do hormônio de crescimento como co-adjuvante nos ciclos de ra em pacientes com baixa resposta ovariana
Cornel, C.A.; Campos, C.O.; Munõz, P.G.; Cequinel, M.G.
EMBRYO - Centro de Reprodução Humana, 2Professor Assistente do Departamento de Tocoginecologia da UF
carolina@embryo.med.br
Introdução: O hormônio de crescimento (GH) foi utilizado como adjuvante em protocolos de hiperestimulação ovariana com o objetivo de melhorar os resultados de pacientes com baixa resposta aos ciclos anteriores de Reprodução Assistida (RA). RELATO DOS CASOS: Paciente 1 (35 anos, fator ovulatório), 1º ciclo com GnRHa, FSHr, HMG e HCGr. Dose total de gonadotrofinas=2775 UI. 6 oócitos recuperados, 5 injetados, 1 fertilizado 2PN, 2 não fertilizados (NF) e 2 degenerados (Fertilização=20%). hCG negativo. 2º ciclo com GnRHantag, FSHr, HMG e HCGr. Dose total de gonadotrofinas=4800 UI. 7 oócitos recuperados, 6 injetados, 3 fertilizados 2PN, 2 NF e 1 degenerado. (Fertilização=50%). 3 embriões transferidos, hCG negativo. 3º ciclo com GnRHantag, FSHr, HMG e HCGr. Dose total de gonadotrofinas=3075 UI com uso de GH 4 UI por dia (dose total de 44 UI). 9 oócitos recuperados, 7 injetados, 6 fertilizados 2PN e 1 degenerado (Fertilização=85,71%). 2 embriões transferidos. Gestação evolutiva de 19 semanas. Paciente 2 (32 anos, fator masculino), 1º ciclo com GnRHantag, FSHr, HMG e HCGr. Dose total de gonadotrofinas=2800 UI. 3 oócitos recuperados, 2 injetados, 1 fertilizado 2PN e 1 degenerado (Fertilização=50%). hCG negativo. 2º ciclo com GnRHantag, FSHr, HMG e HCGr. Dose total de gonadotrofinas=2425 UI com uso de GH 4 UI por dia (dose total de 44 UI). 6 oócitos recuperados, 3 injetados, 3 fertilizados 2PN (Fertilização=100%). 2 embriões transferidos. Gestação única e evolutiva de 24 semanas. COMENTÁRIOS: Consideram-se como más respondedoras as pacientes com idade ≥ 40 anos, três ou menos folículos em ciclo prévio de RA e alteração na avaliação da reserva ovariana. Algumas, porém, não se enquadram nessas condições, por apresentarem a qualidade oocitária comprometida. A avaliação da reserva ovariana pode predizer a resposta às induções da ovulação, porém, não é fator preditivo para a gravidez. Nestas pacientes a quantidade de gonadotrofinas não representa uma melhor qualidade do ciclo traduzindo uma melhor taxa de fertilização e gravidez. A resposta ovariana de ambas as pacientes relatadas foi semelhante quanto ao número de folículos e oócitos obtidos, porém, a taxa de fertilização foi superior e ambas obtiveram gravidez evolutiva
PO 87 - Os esperados nove meses: narrativas acerca do impacto de técnicas de reprodução assistida na vivência da gestação
Silva, I.M.; Silva, B.M.; Levandowski, D.C.L.; Lopes, R.C.S.; Piccinini, C.A.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
isabela.ms@gmail.com
Introdução: As Técnicas de Reprodução Assistida (TRA) constituem um importante recurso para casais que não podem alcançar a desejada gravidez em função de situações de infertilidade conjugal. A literatura, porém, destaca que o desgaste físico e emocional relacionado ao uso das TRA pode afetar a maneira como é vivenciada a gestação, de forma que são necessários estudos que investiguem essa experiência em profundidade. O presente estudo investigou se e como mulheres percebem o impacto do uso de TRA na vivência da gravidez. RELATO DOS CASOS: Participaram 25 mulheres que mantinham um relacionamento estável com coabitação, residentes no Rio Grande do Sul. Elas se encontravam no terceiro trimestre de uma gestação concebida por meio do uso de diferentes TRA (inseminação artificial, fertilização in vitro e ovodoação) e foram selecionadas dentre os participantes de um projeto de pesquisa longitudinal intitulado “Transição para a parentalidade e a relação conjugal no contexto da reprodução assistida”. Os dados, obtidos através de entrevistas individuais semiestruturadas, foram submetidos à analise narrativa, que permitiu verificar que, embora nem sempre as mulheres reconheçam explicitamente esse impacto, suas narrativas demonstram, de diferentes formas, como as TRA podem afetar a vivência da gravidez. Nesse contexto, a gravidez foi apresentada como mais desejada e valorizada que uma gestação naturalmente concebida, ao mesmo tempo em que se destacaram verbalizações acerca da dificuldade das participantes de acreditarem estar grávidas e de um medo intenso de perder o bebê. COMENTÁRIOS: De modo geral, percebe-se que a confirmação da desejada gravidez parece dificultar que as mulheres admitam o impacto das TRA, sobressaindo-se uma tentativa de normalização da experiência. Os estudos sobre essa temática são, em sua maioria, quantitativos e, em geral, utilizam instrumentos padronizados, portanto, este estudo qualitativo contribui para uma maior elucidação da vivência subjetiva da gravidez, o que não é acessado por meio de escalas. O uso da análise narrativa permitiu acessar não apenas o impacto reconhecido das TRA sobre a gestação, mas também questões mais sutis presentes nas falas das participantes. Esses dados poderão auxiliar os profissionais da saúde a fornecer um melhor acompanhamento às mulheres que se submeteram às TRA.